Fourty

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Fui para casa já encontrando Esmeraldina e Thais no jardim, cumprimentei as duas e segui para dentro de casa, precisava trocar de roupa urgente.

O fiz e então fui encontrá-las no jardim, percebi Thais tensa, obviamente por ter que contar aos seus próprios pais que um de seus filhos está se drogando a muito tempo, e com certeza eles nem imaginam.

Esmeraldina contava tudo sobre sua viagem, ela conseguiu a vitória em um caso criminal bem grande, então estava com o sorriso nas orelhas.

O tempo passou relativamente rápido, Philippe estava em casa e com isso conversar com seus pais ficou mais complicado, apesar de ele estar trancado dentro de seu quarto.

Thais também chamou Allan para vir aqui quando formos conversar, para ter mais alguém que tenha controle de situação talvez.

Thais: a gente pode conversar? - questionou quando terminamos o jantar.

Philippe também não jantou com a gente hoje, parece aqueles personagens de novela que fazem greve de fome ou sexo, credo.

Esmeraldina: claro, aconteceu alguma coisa? - perguntou já com uma expressão preocupada.

Thais: não... na verdade sim - era nítido a feição confusa de Zé e Dina - vamos lá para a sala.

Fomos até lá, Allan e eu ficamos em pé, Thais sentou em uma das poltronas ficando de frente com seus pais, que se sentaram no sofá.

Thais: então, não sei exatamente como dizer isso e... é muito complicado porque acredito que vocês não imaginavam que isso estaria acontecendo, então...

Zé: está grávida? - alterou o tom de sua voz - Thais eu não acredito que você foi irresponsável a esse ponto, vocês dois - apontou para Allan - ficaram malucos.

Allan: não! Não vamos ser pais, pelo menos não agora - interviu - o assunto aqui é outro, nada de gravidez!

Thais estava toda embolada para falar.

Ainê: Tha, quer que eu fale? - ela concordou encolhendo os ombros - vocês sabem que Philippe é um filho complicado, sai sempre e nunca fala a hora em que vai voltar, ingere muito álcool e na maioria das vezes é bastante irresponsável - joguei na lata.

Não sei como os pais dele não ficaram bravos por eu ter falado isso assim, do nada, do filho tão querido deles.

Ainê: então, acontece que Philippe não ingere apenas álcool, ele... se droga - suspirei, por fim.

Esmeraldina: como?

Ainê: quando Philippe sai, ele usa entorpecentes, alguns mais fortes que outros, por isso sempre chega em casa com os olhos avermelhados e parecendo estar fora de si. Não é tudo culpa da bebida, que claro, ele também bebe bastante.

Ao longo do que eu falava podia ver a cara de decepção de Zé e Dina surgindo. Eu não os julgo. Descobrir do nada que seu filho está usando drogas e você nem sabia é assustador.

Ainê: já tentamos ajudá-lo de muitas formas, e ele também tentou, mas sabemos que um vício não se cura da noite para o dia. Talvez ele precise de mais ajuda, de vocês, principalmente.

Pelo rosto de Esmeraldina escorriam lágrimas, em silêncio ela apenas concordava com o que era dito. Já seu Zé estava sério, segurando com força a mão de sua esposa.

Allan: achamos importante contar isso a vocês, não é de hoje que ele usa essas coisas, isso já vem desde o seu término com Cassie. Mas chegamos a um ponto onde não somos mais capazes de ajudá-lo, nem eu, nem Thais ou Ainê, como foi dito, já tentamos e não obtivemos o resultado necessário. Quando forem falar com ele, não joguem tudo na roda assim, falem com jeito, tentem acolher ele, de forma que ele saiba que pode confiar no que vão dizer ou fazer.

Thais abraçou seus pais enquanto eu e Allan parecíamos estar tirando um peso enorme das costas. Logo o casal veio nos agradecer por termos contado sobre e subiram para o seu quarto. Fomos todos para o quarto de Thais.

O silêncio era enorme, até que ouvimos barulhos no andar inferior. Descemos e encontramos Philippe discutindo com seus pais.

Dina: achamos que isso vai ser o melhor a ser feito, Philippe! Me dê uma outra escolha?

Philippe: me coloca para trabalhar limpando calçadas ou lixo na rua, mas não me interna em um lugar junto com um bando de loucos que fingem estar se curando de algo que nunca irão se curar.

Dina: limpar ruas não vai lhe tornar o mesmo Philippe de antes, então sim, você vai para a clínica.

Philippe: vocês tinham que contar, né? - olhou para nós.

E ali eu senti pena, pena por vê-lo tão perdido, por ver seu olhar tão fundo e, pela única vez até agora, vê-lo frágil e vulnerável.

Allan: a gente tentou te ajudar, irmão, você sabe - tentou tranquilizar Philippe.

Philippe: e agora inventaram de contar para a família que o filhinho deles é um viciado de merda? Na boa, que amigos incríveis eu tenho.

Ainê: para de falar desta forma! - me coloquei à frente de Allan, igualando nosso tom de voz - se chegamos a esse ponto é porque foi preciso. Você sabe que precisa dessa ajuda, então agora pelo menos colabore, não torne essa situação mais difícil ainda!

As palavras pareciam não entrar na mente de Philippe, seus pais falavam, eu, Thais e Allan também, mas ele estava irredutível.

Tudo se encerrou quando o mesmo pegou as chaves do carro e saiu. Allan tentou ir atrás mas sem sucesso.

Que merda!

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Aceito críticas construtivas, se puderem me ajudar divulgando eu ficarei muito grata! Espero que gostem e soltem a imaginação enquanto lêem 💗
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IC: "O Intercâmbio"
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A Estranha Perfeita - PhilnêOnde histórias criam vida. Descubra agora