Twenty seven

206 9 2
                                    

Fiquei procurando restaurantes e rezando para que pudessem fazer reserva mesmo sendo um dia antes.
Volta e meia acabava olhando Ainê com o pessoal, era legal ver o sotaque não tão norte-americano dela em meio ao das outras pessoas.

Com muito custo consegui uma reserva amanhã no Rio Califórnia.
Fiquei esperando dentro do carro, já era pouco mais de 21:00h e eles não pareciam nem um pouco incomodados em estar ali. Decidi fuxicar o perfil da Ainê no Instagram, esses dias Thais postou stories com ela mas eu dei somente uma olhada rápida.

Em seu perfil tinham poucas fotos, mas que eram suficientes para eu conhecer o seu lado brasileiro. Haviam algumas fotos com duas meninas, creio que são suas amigas. Algumas fotos com a família e seu irmão, o qual é a cara de Ainê na versão masculina e mais novo.

Suas fotos sozinhas não chamavam muita atenção, a única foto em que ela se mostrava mais era em uma do Natal.
Viajei em seu perfil até começar a sentir uma fome imensa.

Corri em uma lanchonete que ficava ali próximo e comprei um hot dog junto de uma Coca Cola, fiquei no carro assistindo alguns vídeos e falando com a galera.

POV AINÊ
Estava tudo perfeito, logo que todos chegaram entramos no restaurante e já encontramos uma mesa boa que acomodava todo mundo.
Mia estava animada contando sobre tudo dos meninos, digamos que eles já tiveram uma fase super rebelde e agora estão mais acomodados.
Sem mentira, aquele encontro me tirou boas risadas.
Pedimos nossos pratos e comemos, ouvindo os meninos reclamarem que nós comíamos muito devagar.
Logo as luzes se apagaram e eu já agarrei o braço de Margot, até que alguns funcionários do restaurante chegaram com um mini bolinho que continha algumas velas em cima, todos cantando parabéns para mim.
Senti meus olhos marejarem e então apenas os acompanhei no ritmo da música. Nunca imaginei que em tão pouco tempo eu me tornaria tão amiga desse povo doido.

Enfim, o encontro passou super rápido, mas foi tempo suficiente para eu dar uma espairecida, não que eu não gostasse de estar na casa dos Coutinho's, mas nesses últimos dias o clima lá está pior do que em enterros.

Todos repartiram a conta e não me deixaram ajudar com nenhum centavo. Decidimos ir até a praia para tomar uma brisa, talvez até pegar água de côco que você encontra em milhões de quiosques.

Philippe: vim te buscar, Ainê - me espantei com aquela voz, perdendo bruscamente o sorriso que tinha no rosto.

Ainê: a não, eu já combinei com seu pai - assenti, me virando novamente para os meninos.

Philippe: foi justamente ele que me mandou lhe buscar, houveram alguns imprevistos - Philippe foi sempre cínico assim, gente?

Ainê: e foi justamente - falei da mesma forma que ele - para o seu pai que eu falei que ligaria se precisasse que alguém fosse me buscar, nesse caso eu não liguei, então não sei porque está aqui!

Philippe pareceu estar sem o que dizer, sério que ele queria me arrancar da galera e nem conseguiu criar uma desculpa boa para isso?

Ainê: mais alguma coisa ou eu posso seguir MINHA - dei ênfase na palavra - comemoração com os meus amigos?

Philippe: não! Mais nada.

Ainê: então ok, passar bem - pisquei - vamos povo.

Seguimos até a praia, o caminho todo eu não fiz a mínima questão de olhar para trás a fim de verificar se Philippe estava por ali me vigiando. Qual é? Tenho cara de quem nasceu ontem?
O mar estava lindo, pouco agitado e a lua estava cheia de um modo incrível!
Tiramos algumas fotos ali para todos termos de recordação, sabemos que essa minha "estadia" aqui nos Estados Unidos não irá durar muito tempo.

Mia e Lucas foram embora juntos, uma vez que são namorados e moram perto também. Ficamos só eu, Jonah e Margot, os três sentados na areia, eu me sentia incrivelmente livre ali.

Sabe aquela sensação de pé no chão? Literalmente? Aquele vento batendo levemente em meu rosto, o gelado da areia e o barulho das ondas quebrando pareciam a combinação perfeita para qualquer capítulo da minha vida, a qual está quase se tornando uma série.

Ficamos ali por cerca de trinta minutos, apenas conversando algumas coisas aleatórias.
Deixamos Margot em casa e então Jonah me levou até a casa dos Coutinho's.

Ainê: obrigada por hoje, de verdade! Precisamos nos reunir mais vezes assim - falei ainda dentro do carro.

Jonah: quando quiser é só marcar, e já que não vai para a aula amanhã, te desejo um feliz aniversário agora - sorriu.

Jonah me desejou tudo aquilo que desejam no aniversário das pessoas, clássico.
Entrei pé por pé acreditando que todos haviam dormido, afinal já se passava das 00:00 e o pessoal aqui costuma dormir cedo.

Esmeraldina: querida, que bom que chegou - apareceu de repente da cozinha - e aí, como foi? - perguntou chegando na sala.

Contei para ela todos os detalhes, Esmeraldina me ouvia atentamente, assim como uma mãe ouve um filho.
Era assim que eu me sentia, filha dela, filha dela e de Zé Carlos.

Eles depositaram a confiança total deles em uma jovem menina vinda do Brasil, sem nem saber de minha índole. Nunca me trataram diferente de Thais e Philippe, todas as vezes que precisei de vossas ajudas, sempre tive retorno.

Não é atoa que digo que eles são meus pais norte-americanos.

Esmeraldina: bem, deve estar cansada - suspirou - suba tomar um banho e descanse, afinal amanhã é seu dia, ou melhor - chacoalhou a cabeça - hoje já é seu dia, mais de meia noite - sorriu.

Ainê: irei descansar sim - sorri - obrigada Esmeraldina- agradeci me virando para subir as escadas.

Segui minha rotina: tirar a maquiagem, banho, pijama e skin care. Roubei uns produtos de limpeza facial de Thais que são babado.
Antes de me deitar pude ouvir o barulho do carro de Philippe entrando na garagem, ótimo, pelo menos assim não preciso esquentar a cabeça com seu estado alcoólico.

Quando estava arrumando minha cama senti a leve sensação de estar sendo observada, me virei lentamente em direção a porta, avistando Philippe escorado na mesma.

Philippe: como foi lá? - questionou.

Ainê: bem - finalizei - muito bem por sinal - acrescentei após seu silêncio.

Philippe: ahn, ok, é... me desculpe por ter ido lá junto com seus amigos, eu só... - suspirou - enfim, descansa aí - saiu de vista.

Gente, Philippe endoidando agora também?

Fechei meus olhos e pareceu que eu havia apenas piscado quando acordei com uma enorme barulheira em meus ouvidos.

______
<Pessoal, desculpem os capítulos estarem meio sem novidades, estou meio sem inspiração mas não quero deixar vocês sem a história. Paciência comigo tá? 🥺

_________________________________
Aceito críticas construtivas, se puderem me ajudar divulgando eu ficarei muito grata! Espero que gostem e soltem a imaginação enquanto lêem 💗
Deixe sua estrelinha ⭐

IC: "O Intercâmbio"
_________________________________

A Estranha Perfeita - PhilnêOnde histórias criam vida. Descubra agora