Love Maze

capítulo trinta e seis - para sempre

boa leitura! 🖤

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No início da semana, fui até o escritório para ter uma conversa com meu chefe. Ou melhor, ex-chefe.

Não é que eles queriam me demitir, mas estavam de mãos atadas. Não podiam manter em uma empresa de advocacia um estagiário que não estudava direito, simplesmente não fazia sentido. E apesar de estar triste, pois aquele fora o melhor lugar em que trabalhara na vida – o outro sendo o escritório de meu pai –, eu entendia.

Parte de mim até achava melhor. Eu estava à procura de um recomeço, querendo descobrir o que queria da vida por mim mesmo. Sim, a música era uma dessas coisas, definitivamente, mas algo me dizia que havia mais. Sentia que tomar um tempo longe das leis seria esclarecedor.

— Eu não acredito que você vai embora, Namjoon hyung! Por favor, não vai!

Claramente, aquilo estava sendo mais difícil para Soobin do que para qualquer outra pessoa.

— Nós ainda vamos nos ver fora daqui, não se preocupe.

Eu tentava consolá-lo, aceitando, sem escolha, seu abraço apertado.

— Mas não vai ser a mesma coisa! O que vai ser das nossas conversas? Nós compartilhamos tantas coisas e você me ajudou tanto com o Yeonjun! — Ele soava como uma criança birrenta, com o detalhe de ter quase um metro e noventa de altura. — E agora vão colocar outra pessoa no seu lugar! E se ele for mal comigo?

— Soobin, você vai ficar bem. — O afasto pelos ombros e o encaro, tentando não rir. — Se ele ou ela for mal com você, é só me chamar. Não vou deixar ninguém tratar mal o melhor colega de trabalho que já tive.

— Eu sou mesmo? — O garoto soa um pouco mais animado.

— Sim, definitivamente. — O único outro colega que tive fora meu pai, mas ele não precisava saber disso.

— Eu não acredito que você é mesmo o RM. Tipo, o RM, que botava fogo naquela faculdade. — Sorrio sem graça com seu jeito admirado; ainda era estranho ser reconhecido. — Como convivemos todo esse tempo sem eu perceber?

— Você gosta das músicas dele? ...Das minhas. — Corrigi-me

— E quem não gosta? Que droga, porque precisavam te expulsar? Era a coisa mais legal daquela Universidade. Aquilo vai virar um tédio!

Feliz por ao menos ter servido como entretenimento, anuncio que precisava ir, e o fiz mais umas três vezes até conseguir escapar do falatório de Soobin.

Já na rua, ria sozinho. Ia sentir falta de conviver todos os dias com aquele garoto.

Subi a rua até o ponto de ônibus, checando o relógio e constatando que ainda tinha meia hora até o horário marcado, chegaria com tempo sobrando. O dia estava lindo, o céu parecia mais azul, o ar mais puro. Outras pessoas em meu lugar talvez se desesperassem, e não as tirava a razão, mas eu só conseguia me sentir leve, despreocupado, empolgado com o futuro, focado em meu presente, feliz pelo agora. Aproveitando minha plena liberdade.

Ter um emprego e estar na faculdade eram coisas incríveis, fundamentais até, e garantiam a segurança para viver. Mas eu não queria estar seguro e infeliz. E felicidade, para mim, era Seokjin, estar rodeado de pessoas que me amavam, poder tomar minhas decisões e andar com minhas próprias pernas.

Era bom estar fazendo as coisas por mim mesmo; uma sensação de ainda mais independência. Não que o estágio no escritório não houvesse sido mérito meu, mas fora Hyejin que me falara dele, e sabia que a influência de seu pai agira a meu favor. Porém, neste caso, eu mesmo procurara por vagas, eu mesmo encontrara um anúncio no jornal, e estava indo fazer uma entrevista como Kim Namjoon, não o filho de alguém, ou o amigo.