capítulo vinte - te explico no caminho

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oláaaa!

boa leitura <3

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Sim, eu tinha as piores ideias. Sim, eu estava sabotando a mim mesmo. E sim, mudar o acordo para que Namjoon e eu nos beijássemos não ajudava em nada, mas naquele ponto, eu já nem sabia mais o que estava fazendo.

Havia causado uma desordem ainda maior no que já era desordenado; originei um completo caos que podia também atender pelo nome de 'minha vida'.

E tudo ficava mais caótico (porque é claro que 'mais' ainda era possível) quando Namjoon me beijava e fazia parecer real. Quando usávamos a desculpa de Kwan estar por perto mesmo não havendo nem sinal dele. Ao menos, eu não o tinha visto.

Exausto de tudo, não queria lidar com a verdade, mas também não queria fingir e inventar mais mentiras. Dessa forma, parecia haver somente uma solução para meus problemas: fugir deles. Fiquei em casa naquela noite, e provavelmente ficaria algumas a mais por um tempo. Assim, não precisaria ver (não tanto) Namjoon, muito menos Kwan.

Mas, droga, como eu queria ver Namjoon.

Por que eu não podia ter continuado a vê-lo como aquele garoto chato do começo? O que me exigia extrema paciência e me deixava esperando ansiosamente pelo momento de despedida. Por que eu tinha que ter me apaixonado por ele?

Porque eu o conhecera de verdade.

Ótimo, eu precisava ter respostas convincentes para meus questionamentos. E se essa estivesse mesmo certa, então eu me arrependia de tê-lo conhecido e me aproximado... E eu sabia que isso não era verdade.

Ter me refugiado em casa tinha como objetivo fugir também de todos esses pensamentos. Obviamente, falhara. Então, quando meu pai passa pela porta de entrada no início da noite, encontra um garoto frustrado atirado pateticamente no sofá da sala.

- Eu ia sugerir que saíssemos hoje, mas sinto que você não está no clima.

Meu pai faz espaço para si no sofá, erguendo meus pés e os colocando em seu colo ao sentar.

- Eu realmente não estou. – Resmungo, não tirando meus olhos do que passava na TV, mas sem enxergar de verdade. – Eu só quero ficar aqui... Pra sempre.

- É um longo tempo, não acha? Você ainda tem tanto pra fazer. Tem o musical, sua formatura... E ainda tem que me dar um genro. E netos. – O homem faz uma pausa, fingindo pensar. – Se bem que acho que uma dessas coisas eu já tenho...

- Você não tem jeito. – Soltei uma risada fraca, apesar da situação.

- Mas fiz você rir. – Ele afirma, sorrindo vitorioso. – Agora, que tal me contar o que está acontecendo? E em troca eu faço o que quiser para a janta.

- Não acredito que depois de todos esses anos você ainda tenta me chantagear dessa forma.

Em minha transição da infância para a adolescência, me tornara um garoto muito fechado. Mais do que relacionado a essas mudanças que eram difíceis por si só, tinha também a ver com a morte de minha mãe. Eu me sentia sozinho, afastara meu pai e nossa relação se tornara distante. Então, quando eu chegava da escola incomodado por um problema, ou triste, meu pai tentava me animar cozinhando coisas que eu gostava. Ele me chamava para ajuda-lo, o que servia para que me distraísse e acabasse me abrindo sem nem perceber. Era tudo parte de uma estratégia do mais velho, e com o tempo, ele nem a escondia mais.

- Isso é um não? – Seung já sabia a resposta.

Respiro fundo, e antes de começar, desvio o olhar para algo muito interessante no chão.

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