capítulo trinta e quatro - o retorno, parte dois

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eu não sei nem como tenho coragem de aparecer aqui depois de ter sumido por quatro meses, maaas aproveitem o capítulo!

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Eu amava estar no estúdio, e essa era a prova (não que eu precisasse de uma realmente) de que eu nunca iria conseguir parar de fazer minha música.

Não era tanto sobre ser o RM, porque eu definitivamente não queria mais me esconder, ou viver sob as consequências do que aquela identidade anônima me trouxera, mas simplesmente me expressar. Como seres humanos, estamos constantemente tentando encontrar maneiras de entender o que sentimos e pensamos, de manifestar dos melhores sentimentos, aos mais decadentes. Pra mim, era a música. Não havia uma angústia que sobrasse não compreendida, ou aliviada, quando eu as transformava em letras e ritmos.

Eu ainda tinha em mente aquela mudança para RM; proporcionar conforto e calma, como um abraço apertado em um dia particularmente difícil. Mas, como o humano que era, havia muitos sentimentos em mim, e a revolta era um deles. Eu finalmente entendera que escrevia sobre o que sou, e isso nunca seria apenas uma única coisa. Mais do que uma simples dualidade, incluía vivências, pessoas, e principalmente, sentimentos, muitos deles. Eu era feito de alegria, tranquilidade, mas também revolta e outros sentimentos ruins, porque, por mais que tudo estivesse absurdamente bom, era impossível fugir deles. Mas agora, principalmente, eu era feito de amor.

Porque só havia uma coisa no mundo que me fazia sentir tão pleno e tão vivo quanto a música; alguém.

Esse alguém estava logo ali, esperando que eu terminasse o que viera fazer. Seokjin me acompanhara até o estúdio de Jackson, onde eu iria gravar mais algumas músicas. Eu estava cheio de inspiração naquela semana, não poderia desperdiçar isso, e como sabia o quanto Jin gostava de presenciar cada parte do processo da criação de RM, o trouxera comigo.

Adentráramos a noite, Jackson já havia ido para casa, e agora Jin e eu chamaríamos isso de encontro. Eu não havia planejado nada realmente, além de pegar algumas cervejas e salgadinhos que Jackson escondia no estúdio em um lugar que jurava ser secreto. Era mais sobre nós dois e o local em si, sobre apenas ter um momento a sós em um lugar que fazia parte da nossa história.

Saio da cabine de gravação, indo de encontro a meu namorado, que esperava por mim no sofá. Seu olhar segue até meu, e o brilho em seus orbes ganha companhia, conforme um pequeno sorriso se forma em seus lábios quando me sento ao seu lado.

— Pronto — Pronuncio. — Sou todo seu.

— Ótimo. — Ele me envolve pelos ombros. — Eu já estava ficando com ciúme daquele programa de mixagem, ou sei lá qual é o nome daquilo.

— Quase isso. — Murmuro contra seu pescoço, beijando-o ali em seguida, sem me importar com nomenclaturas técnicas. — Desculpe-me por te fazer esperar tanto.

— Tudo bem, Joonie. — Ao ouvir o apelido dito com tanta compreensão, aninho-me mais contra seu corpo. — Eu sei que, escolhendo passar minha vida com um músico, vou ter que aceitar algumas madrugadas no estúdio.

— Eu nunca vou ser o tipo de homem que coloca o trabalho acima da família — Levanto o rosto para olhá-lo. — ...Mas provavelmente vou precisar dessas algumas madrugadas.

— Como um ator de sucesso, seu marido vai precisar delas também. — Ele diz convencido. No entanto, não deixava de ser verdade.

— Meu marido... — Repito as palavras de Jin, encontrando uma de suas mãos com a minha e entrelaçando nossos dedos lentamente.

— Você pensa em se casar comigo, não pensa? — O mais velho indaga, soando ligeiramente inseguro.

— Sim, com toda a certeza. — Não preciso refletir sobre a resposta. — Eu só me perdi em pensamentos... Eu acordando ao seu lado todos os dias, na nossa cama, nossa casa. Eu quero isso mais do que tudo.

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