capítulo cinco - RM

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ok, então os dias de postagem /vão/ ser a cada uma semana, de sextas-feiras.

boa leitura! <333

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Todos os livros de teatro a minha frente me faziam sentir vergonha.

Estava em minha sessão favorita da biblioteca, uma já bem conhecida, mas o sentimento que aqueles títulos me causavam era completamente novo.

Se parasse para pensar, podia contar nos dedos os momentos em que me esquecera de alguma fala enquanto em cena. Tudo bem que era um ensaio, e nesses se esperam erros, mas eu sempre me esforçava muito para dar meu melhor, mesmo nos treinos, então uma situação de esquecimento total era bem incomum.

No entanto, não era exatamente isso que me envergonhava. Era o que me atrapalhara durante a cena e o que se seguira depois.

Reconheci o garoto assim que coloquei meus olhos nele.

Saber seu nome, de alguma forma, parecia tornar tudo ainda pior. Antes ele era só um cara desconhecido que eu beijara no banheiro de uma festa e nunca mais veria, mas então passara a ser Namjoon, o melhor amigo do garoto com o qual meu melhor amigo estava ficando. As chances de eu revê-lo eram muito grandes, considerando que tínhamos algo significativo em comum. E como se não bastasse, tudo ficava ainda pior por causa da antipatia que surgira assim que nos conhecêramos.

Tinha como ficar mais constrangedor?

Mas não era só de constrangimento que a situação era feita. Eu também estava irritado. Quero dizer, eu sei que o que fiz foi errado, sei que agi por impulso e certamente não faria algo assim novamente, mas o jeito que o tal Namjoon me acusara fora totalmente desnecessário. Quem era ele para se achar no direito de me dar um sermão e agir como se fosse o criador da moral e dos bons costumes? Ele julgara cada fio de cabelo meu com um olhar, mas nem me conhecia!

'Que não se repita' o garoto dissera do jeito mais metido possível, e bem, ele não precisava se preocupar, porque definitivamente não iria acontecer de novo.

Não deveria ser tão difícil esquecer disso, mas era. Eu andava pelo campus quase me escondendo – em todo o lugar que ia, procurava por cabelos pretos específicos e uma expressão reprovadora –, temendo a ideia de encontrar Namjoon por aí.

O único momento em que deixei aquilo de lado foi quando almocei com meus amigos, mas então precisei ir à biblioteca antes de me dirigir ao trabalho, e aqui estava, com minha mente nisso. Por causa de algo tão aleatório quanto alguns livros.

Um suspiro marca o fim de meu momento de exasperação. Pego um livro qualquer e começo a seguir o caminho para o balcão onde a bibliotecária ficava, porém, assim que inicio a curva do final do corredor, tenho a visão de Kwan adentrando o local. Instantaneamente, voltei alguns passos para trás, escondendo-me entre as estantes como se fosse uma espécie de muralha que separava meu castelo do campo de guerra.

Por sorte, o idiota não havia me visto, mas sabia que ele não estava ali porque era um amante da leitura, e sim pelo o intuito preciso de me encontrar. Provavelmente me seguira sem que eu percebesse. Não seria a primeira vez. Ou a segunda.

Mas era a primeira que eu o via naquela semana. Depois de sua última aparição na loja, Kwan parecera ter se afastado; eu não queria me iludir achando que as coisas estavam resolvidas, mas aparentemente, pensar que eu estava em um relacionamento com outro o fizera aceitar. Até certo ponto, é claro, porque ali estava ele colocando em prática seu lado stalker (que nos últimos dias, aparentava ser o único).

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