capítulo seis - o que você quiser

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boa leitura!

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Seokjin andava de um lado para o outro no espaço entre as camas, o qual não era tão grande para algo assim, mas é claro que isso não o impediria de ser dramático.

Se ele queria tanto caminhar, porque não fazia isso porta a fora?

- Eu ainda me lembro da primeira vez em que ele apareceu. – Sua voz é ouvida em meio às passadas incessantes. Mesmo eu, que simplesmente desistira e me sentara na cama de Yoongi, estava ficando cansado. Muito mais da sua presença inconveniente do que fisicamente. – Foi há um ano... Um ano e meio. – O garoto corrige. – Estavam querendo cortar parte das verbas do departamento de Artes, para diminuir gastos, supostamente. Mas na semana seguinte, anunciaram a construção de um novo laboratório de Engenharias, e ficou claro que as duas coisas estavam ligadas. Em um final de tarde, todos escutavam a rádio para ter notícias sobre aquela situação, mas não foi o que tivemos. Ao invés disso, uma música começou a tocar do nada, e nossa... – Há uma pausa totalmente dramática (e desnecessária). – Foi tudo o que precisávamos ouvir. Era real, cruelmente real. Mesmo que não fosse direcionada a mim, me senti atingido. Depois disso, o corpo estudantil ficou divido entre a curiosidade de saber quem era aquela voz, e igualmente motivados por ela. Uma série de protestos se iniciou, e teve tanta repercussão, que a Reitoria se viu obrigada a voltar atrás. Não ficaria bem uma instituição com a imagem de que prioriza alguns cursos, e sabemos como as aparências importam pras pessoas no comando. O ocorrido logo foi esquecido... Mas não por mim. Eu fiquei esperando por mais, e foi o que tive, não muito tempo depois. Soube que quando qualquer coisa acontecesse, podia esperar por ele. RM, como passou a se identificar nas músicas. Elas se tornaram uma das minhas coisas favoritas. – Ele suspira, parando por um momento, mas logo voltando àquela ação irritante. Eu até reviraria os olhos para seu longo discurso, se não estivesse um tanto surpreso, porque tudo o que ele dissera estava precisamente correto. – RM se tornou alguém que eu admirava, e eu sempre quis saber quem ele era, mais do que tudo. E agora eu sei, mas ele é... – O garoto finalmente para, se volta em minha direção e me dirige um gesto desanimado com a mão. – Você.

- Ok, não precisava soar tão desapontado. – Enfim é me dada a chance de falar, e o faço com um tom ligeiramente ofendido.

- Você não vai nem negar? – A coisa de cabelos rosa questiona indignada, jogando-se sentado sobre minha cama, amassando as cobertas.

- Ah, certo. Esse caderno é do Yoongi. – Tento, soando nada convincente de propósito. De que adiantava? É óbvio que me desesperara ao flagra-lo, mas nem perderia meu tempo com mentiras; o garoto claramente já concluíra tudo.

- Não é! – E lá estava ele em pé. Volta a andar, mas dessa vez tinha as mãos entre os cabelos, como se fosse arranca-los em desespero. - O caderno estava aberto na sua cama, você estava escrevendo nele antes de eu chegar! Como que você deixa algo assim à mostra, pra qualquer um ver?

- Você acha que eu teria feito isso se soubesse que alguém entraria do nada? – Rebato.

- Do nada? Eu bati na porta! E você disse que estava aberta!

- Eu pensei que fosse o Yoongi! Se soubesse que era você, nem teria deixado entrar!

- Você é o RM. – Ele ignora tudo o que eu disse. – Você! – Começa a rir descontroladamente, e pensei que estava o assistindo perder a sanidade (que já não era muita) de vez. – Sabe o quanto eu sonhei com esse momento? ...Eu preciso contar pro Hobi.

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