capítulo trinta e três - o retorno, parte um

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.........................oi?

(se preparem pro textão nas notas finais)

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Alguns dias depois, a faculdade inteira só falava de uma coisa: a nova música de RM.

Fora lançada no final de um domingo, quando ninguém estava esperando que algo fosse acontecer, quando a esperança pela mudança já não existia, e o desejo por ela estava quase completamente apagado. A voz de RM foi uma pequena faísca, mas o suficiente para reacender um fogo que, silenciosamente, no meio da noite, de dormitório em dormitório, tornou-se um incêndio.

E todos queríamos ver a reitoria queimar.

Na segunda-feira pela manhã, Namjoon e eu não precisamos caminhar muito para encontrarmos os resultados da volta do rapper anônimo. Havia cartazes e pôsteres por todo canto, fosse com informações de manifestações que ocorreriam pelo dia inteiro, ou simplesmente pedindo por justiça. Mais próximo ao prédio da reitoria, já se encontrava um grupo considerável de pessoas iniciando o primeiro protesto do dia.

Meu namorado e eu, antes de nos juntarmos aos nossos amigos que já se encontravam em meio a toda a gente, paramos por um momento para observarmos; nossos olhares recaíram em alguns cartazes e placas onde havia frases das músicas de RM escritas, principalmente da do dia anterior.

Com essa visão, senti a mão de Namjoon apertando a minha, e ao olha-lo, além do ligeiro espanto que o moreno demonstrava, pude também ver o fogo aceso em seus olhos. Devolvi o aperto, fazendo com que ele voltasse seu rosto para mim, e dirigi-lhe um olhar cheio de determinação, vendo-o assumir a mesma atitude.

Eu estava tão orgulhoso de Namjoon. Nós havíamos conversado muito sobre as consequências negativas que os atos dele poderiam ter, e ambos concordávamos que existiam duas possibilidades: por um lado, seria um tanto arriscado agir agora, ainda mais pelo moreno já não ter acesso às informações que seu pai possuía sobre o rapper que acabava com a paz forjada da Universidade; talvez estivessem prestes a descobrir a identidade do culpado, e sua aparição seria a última pista para desvendar o enigma. Por outro, havia o fato de que RM não agia há algum tempo, o que pode tê-los feito pensar que o garotinho rebelde desistira de seus raps ridículos e enfim percebera que a ideia de que era a voz do povo estava só em sua imaginação. Eles não estavam esperando, e talvez houvessem desistido também.

Eram muitos talvez. E Namjoon estava bem consciente do que poderia acontecer, mas ele não se importava. Restou-me apenas a tarefa de aceitar e ficar bem com isso. Ele estava agindo por uma causa maior.

Eu estava orgulhoso dele, de nós e de todo mundo que mergulhara sem hesitar na causa.

Dessa vez, não deixaríamos que aquilo fosse esquecido.

🖤

O musical não estava cancelado... Ainda.

Por mais que eu odiasse a ideia de ter todo o esforço do grupo jogado fora, também entendia que havia coisas mais importantes para darmos atenção, e honestamente, um musical sobre garotos do ensino médio, carros e romances de verão não combinava em nada com nossa realidade. Mais pareceria com um jeito de fingirmos que esta não existia, como uma distração.

Eu gostaria muito que tudo fosse resolvido logo, da maneira certa, dessa vez, com a demissão definitiva daquele que tinha coragem de se intitular professor, e a devida justiça feita a garota que fora traumatizada do pior jeito possível com aquele crime. Mas, sabendo como agiam as pessoas que estavam no comando, sentia que isso iria demorar. E bem, se tivéssemos que cancelar o musical, assim seria. Era o menor dos problemas.

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