Capítulo 59

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Nós fomos e eu me sentei em uma canga estendida, aonde Chad, Josh, Lucy, Owen e Andy estavam. Zack foi buscar o suco pra nós dois. Eu comecei a olhar pra areia, e pensei em fazer um castelo. Eu já tinha imaginado o castelo de areia mais lindo do mundo, com um chafariz de areia na frente e com dois carros de areia na garagem de areia. Mas ficou uma bosta.

- Ariel, o que cê tá fazendo? - Andy perguntou.

- Um castelo de areia. Calma, eu sei que não tá muito bonito, mas eu só estou no primeiro andar ainda. Ele vai ficar lindo!

Ficou parecendo um monte de bosta de cavalo, mas eu sou uma artista que não rejeita suas obras, então, eu disfarcei.

- Não ficou legal - Zack disse, olhando o castelo.

- Isso é porque você não tem visão. Tem que imaginar o castelo da Bela e a Fera, e imaginar eles dançando aqui dentro, no salão. Aí você pensa na filosofia da Bela e a Fera e tudo o que o filme ensina. Ou seja: não se pode julgar um livro pela capa. Ou seja: o castelo está lindo, na nossa imaginação. - Ele me encarou com uma cara de paisagem.

- Continua uma bosta.

- Zack, já falei. Você não tem visão. Tem que imaginar... - ele me interrompeu, pegando meu abacaxi e cheirando.

- Será que o cara colocou bebida alcoólica nesse? - Ele tomou um pouco e começou a degustar e gargarejar o suco. - Não, tá normal.

- Você já deveria ter se acostumado, Zack - Chad disse, negando com a cabeça. - Todos já se acostumaram com o jeito retardado da Ariel, menos você.

- Então não são todos - falei, colocando uma folha no topo do castelo, para decorar. - Agora sim, tá perfeito. Acho que vou me inscrever naqueles concursos de escultura de areia.

- É capaz de os juízes acharem que você tem algum retardo mental e te darem o primeiro lugar. Vai fundo, amiga. - Chad fez um joinha.

- Eu não tenho retardo mental, eu só... Gosto de coisas que não são normais para uma pessoa gostar nessa idade e sim aos cinco anos. Vocês me querem séria a partir de agora? Beleza. Ficarei séria.

- Não, amor, eu gosto de você assim. - Zack tentou me abraçar.

- Senhor Martin, creio que não é permitido ter contato corporal nesse local. E mesmo que seja, não é viável, pois crianças estariam presenciando essa cena vergonhosa - respondi, fazendo uma pose séria.

- O que nós fizemos? Criamos um monstro! Volta, Ariel. Ohana, Buzz Lightyear, véinha das maçã da Branca de Neve, sei lá...lerigou, bolo de chocolate, lembra dessas coisas! P. Shreman, 42 Wallaby Way, Sidney! P. Sherman, 42 Wallaby Way, Sidney, Ariel! É onde o Nemo está! - Josh disse.

- Vontade de comer bolo de chocolate. Pena que aqui não tem. Merda. Moçooooooooooooooo! - O cara do quiosque me olhou. - Traz outro, por favor? - Levantei o abacaxi e ele assentiu. E quando passou uma garota de biquini, os meninos viraram as cabeças sincronizadamente. - Começou. Chad, Lucy, vamos virar a cabeça como eles fizeram. A gente só tem que esperar um gatinho passar.

Esperamos.

Esperamos mais um pouco.

- Carai, só tem homem feio nessa praia? - Chad perguntou.

- Não, tem aquele ali. - Lucy apontou.

- Eu acho que é o professor - falei.

- E daí? Ele é gostoso. E tá vindo pra cá. Oh, sim, ele é muito gostoso. - Lucy abaixou os óculos de sol até a ponta do nariz e Owen os levantou de novo.

A Menina dos Olhos BicoloresOnde histórias criam vida. Descubra agora