Clube Glee- Cores Verdadeiras

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"Um sonho é uma experiência, e experiências são reais. – Spencer Hastings, Pretty Little Liars."

A sensação de vazio sempre lhe era bem-vinda em dias como aquele. Dias em que ela estava cara a cara com o seu maior medo, seu maior demônio. Ela ficou tantas horas a procura dessa sensação que achou incrível quando finalmente a encontrou.

Para si, era interessante o fato de não sentir nada, ou pelo menos ela pensava não sentir, já que, horas mais tarde, toda a dor e sofrimento voltavam para seu corpo com toda a força. Porém, isso não parecia lhe incomodar tanto, visto que ela tinha o privilégio de passar algum tempo sem sentir absolutamente nada, assim como naquele momento.

Ela já sabia o que estava para acontecer ainda naquela noite. Ela havia escutado o barulho do carro chegando e sabia que aquele era o primeiro sinal de que algo iria acontecer. Por essa razão, já estava em seu estado inerte, como um coma e ela achava que aquilo era sempre o melhor a se fazer.

Seus olhos estavam vidrados no teto branco de seu quarto. Seu corpo estava escondido pelo coberto e, seu maior desejo, era que continuasse assim. Suas pequenas mãos estavam fechadas em forma de punhos e suas unhas estavam fincadas em sua delicada pele. Aquilo certamente doía, mas ela não tinha como dizer, já que não sentia nada.

Sua boca rosada estava seca, talvez essa fosse a única coisa que ela sentia no momento. Ela estava com sede e queria muito se levantar para pegar um copo de água, mas tinha medo que acabasse saindo de seu estado de inércia. Isso não podia acontecer em hipótese alguma.

Mais um barulho foi escutado. Dessa vez, o som da porta da frente abrindo, para logo se fechar e isso a fez engolir em seco. O medo estava sempre presente e agora ela estava começando a sentí-lo. Talvez a inércia estivesse se dissipando. Esse pensamento a assombrou mais do que qualquer coisa no mundo.

Ela forçou seus olhos a se fecharem enquanto procurava a sensação de vazio dentro de si, mas não conseguia encontrá-lo de maneira alguma. As unhas entraram um pouco mais em sua pele e isso a fez gemer de dor. Sim, a inércia havia ido embora e a dor voltou a se fazer presente em seu corpo.

A menina já não tinha mais uma barreira de proteção lhe mantendo longe do mundo real e isso acabou um pouco mais com sua jovem alma.

Ela viu a maçaneta de sua porta girar e, exatamente no mesmo momento, uma lágrima desceu por sua bochecha corada. Ela engoliu o choro, mas sabia que não iria suportar por muito tempo.

A mulher abriu seus olhos em um rompante e logo encarou o teto do local. Sua respiração estava desregulada e sua caixa torácica subia e descia em uma velocidade impressionante. Sua pele estava suada e, sem perceber, retornou a uma mania de anos atrás, suas unhas estavam fincadas na pele.

Uma lágrima lhe desceu pelo canto do olho, mas ela não ousou chorar ou emitir sons, já que não estava sozinha e jamais teria a capacidade de falar sobre seu maior pesadelo.

"Eu consigo dormir. Eu só tenho medo dos meus próprios sonhos. – Caleb Rivers, Pretty Little Liars."

(...)

"– Você é muito corajosa. Sabe disso, não é?
– Então por que eu sinto medo o tempo todo? – Mike e Aria, Pretty Little Liars."

Se passaram horas e o dia já havia amanhecido, mas Alicia quase não conseguiu descansar, porém continuava sem sentir sono algum. Seus olhos não conseguiam se fechar de forma alguma e seu cérebro não conseguia descansar, ele estava sendo capaz apenas de pensar.

Pensava em si mesma, em Troy, em Anna, em Aden e em tudo o que ele estava sendo capaz de pensar. Passaram-se tantas horas que ela até mesmo havia tomado uma decisão extremamente difícil que sabia que já devia ter tomado há muito tempo atrás. Ela estava sofrendo por essa decisão que sequer havia sido totalmente resolvida, mas era bom saber que pelo menos uma coisa em sua vida poderia tomar um bom rumo.

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