Learning to Live

Aceitando os fatos

Alicia estava sozinha na cozinha, bebendo um suco de maracujá, em uma tentativa de se acalmar do recente choro que havia lhe acontecido. Dessa forma, ela não percebeu quando Luna entrou no cômodo, pois estava distraída e de costas para a entrada.

– O que foi toda aquela cena patética, Aliciazinha? – Perguntou a alemã com seu tom de voz demonstrando deboche. Alicia rapidamente se virou na direção dela
e notou que ela estava de braços cruzados, em um postura confiante, e com um sorriso irônico em seu rosto. – Eu me lembro bem que algum tempo atrás, eu mandei você ficar longe da Anna e você não está cumprindo o que eu te mandei fazer.

– Ela está machucada, eu nunca deixaria ela lá sem saber como ela estaria se sentindo. – Respondeu a Woods que estava começando a ficar muito irritada com a petulância da outra mulher.

– Eu não me importo com os seus princípios, garotinha, eu só quero que você fique longe dela. A Anna e eu vamos ficar juntas, então não quero você no meio disso, estamos entendidas? Não quero que você me atrapalhe, ou senão vou fazer da sua vida um verdadeiro inferno. – Ameaçou Luna que ficou a centímetros de distância de Alicia. Ambas se encaravam como se fossem grandes inimigas, elas não perceberam quando Anna apareceu na cozinha.

– Por que vai fazer da vida dela um inferno, Luna? – Perguntou enquanto caminhava até a geladeira e pegava uma garrafinha de água, logo bebendo-a, de uma forma estranhamente despreocupada. As duas garotas se separaram e olharam a espanhola beber sua água, ela parecia calma como se nada demais estivesse acontecendo. – Não vai responder?

– É um assunto meu com ela, Anna. – Luna respondeu, se sentindo irritada pela espanhola estar ali naquele momento inapropriado. Ela só queria estar a sós com Alicia.

– Você estava ameaçando a Ali. – Disse ela, olhando para Luna que estava sem expressão facial. – E eu escutei seus motivos e não os entendo, porque nós não temos um relacionamento e nem nada desse tipo.

– Anna, você não sabe nada dos meus sentimentos, então, por favor, não se meta no que eu converso com essa garota. – Pediu Luna, com sua voz perceptivelmente brava. Alicia apenas observava tudo, sabendo que a espanhola também estava brava, mesmo parecendo tão despreocupado. Ela a conhecia bem e sabia quando ela estava com raiva ou não.

– Luna, eu sinceramente não me importo com esses sentimentos que você diz ter. Você mexeu com a Alicia e isso é uma coisa que eu não aceito, não aceito nunca, e você sabe muito bem disso. Você sabe o quão importante ela é para mim, então não deveria fazer nada de ruim com ela. E além do mais, a Ali já não quer ficar perto de mim, então você não precisava se preocupar com isso. – Alicia sentiu suas bochechas esquentarem um pouco com a fala da espanhola, mas nada falou, apenas observou Luna se aproximar da morena e ficar ao seu lado.

– Sabe que esse seu discursinho não adiantou de nada, certo? Ela não te quer mais e não vão ser palavrinhas ensaiadas que vão conquistá-la. Ela já desistiu de você, Anna, e você não pode mais fazer nada. – Luna sussurrou para que apenas a mulher ao seu lado ouvisse o que tinha a dizer. Anna sorriu com o canto de seus lábios e as outras duas garotas não entenderam o motivo para aquilo.

– É. – Afirmou a espanhola. – Mas eu não estou tentando conquistá-la com essas palavras, eu estou tentando te afastar com essas palavras. – Luna sentiu a raiva crescer em seu interior e teve vontade de bater nas duas morenas que ali estavam. – Agora eu quero que vá embora e fique longe dela.

– ¿Hermanita? – Anya apareceu na cozinha, juntamente com Toicinho que dormia em seus braços. Ela estava com um semblante preocupado, pois havia ido checar sua irmã e não a encontrou no quarto onde deveria estar. – ¿Qué está pasando?