Pretentende

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Por favor.

Por favor.

Por favor.

Não faça isso, por favor.

Os pedidos não passavam de sussurros ecoando por sua cabeça. Aquela baixa e quebrada voz clamava por uma misericórdia que não lhe seria atendida, porque ninguém iria lhe escutar. Parecia que ninguém se importava com ela naquele momento. Era doloroso dizer aquelas palavras sabendo que seriam inúteis elas serem proferidas.

Lágrimas quentes desciam pelas rosadas bochechas da menina. Aquelas lágrimas indicavam tamanha dor que ela sentia por estar naquela situação em que não deveria estar. Era errado e, mesmo sendo apenas uma simples garota, ela sabia que era errado. Ela não queria estar ali, tudo era doloroso demais para qualquer pessoa.

Ela sentia sua pobre e jovem alma morrer a cada segundo que se passava. Cada segundo ali mostrava seu fim. Não o fim de sua vida, mas o fim de sua vontade em estar viva, pois mesmo sendo tão jovem, o que ela mais queria naquele momento era morrer. Mesmo não sabendo o que havia após a morte ou o que era a morte, ela tinha certeza que seria menos doloroso que a vida que levava.

Não faça isso, por favor.

Por favor.

Por favor.

Por favor.

A garota se sentou na cama em um enorme desespero. Sua respiração estava desregulada, ela estava suada, assim como a cama e os lençóis sobre si. Ela olhou ao redor e, enfim, percebeu que aquilo não se passava de um pesadelo. Mais um pesadelo de vários que tinha todas as noites.

Ela olhou o relógio no criado-mudo ao lado da cama e viu que eram apenas três e meia da madrugada. A garota já havia perdido o sono, então ela apenas encostou sua cabeça na cabeceira e fechou os olhos. Lágrimas desceram por suas bochechas, ela quase nunca chorava, mas aquilo era demais para ela suportar.

As lágrimas queimavam sua face e a quebrada voz voltou a ecoar por sua cabeça dizendo "por favor" repetidas vezes. Isso fez com que a garota levasse suas mãos aos cabelos e começasse a sussurar que tudo ficaria bem, mesmo sabendo que não ficaria.

– O que eu fiz para merecer isso? – Ela perguntou baixinho para qualquer coisa que pudesse lhe escutar, mas ela sabia que essa resposta nunca lhe seria respondida.

(...)

– Eu ainda não consigo acreditar no que você falou para o meu irmão. – Disse Octavia que estava deitada na cama de Clarke.

Uma semana já havia se passado desde o desastroso almoço entre Griffins e Blakes. Desde aquele dia Jake não havia trazido mais nenhum pretendente para sua filha e Clarke agradeceu internamente por isso. Ela pensou que seu pai, finalmente, havia desistido daquela palhaçada de que ela precisava se casar, porém, mal sabia ela que seu pai estava esperando que uma pessoa específica aparecesse para tentar conquistar o complicado coração de sua filha mais velha.

Bellamy também não havia aparecido mais e Clarke também estava feliz por isso, pois não queria que alguém ficasse atrás dela tentando conquistá-la e Bellamy não parecia ser o tipo de pessoa que Clarke iria querer ter uma vida junto. O rapaz parecia ser todo certinho, educado e gentil, enquanto Clarke era totalmente o oposto disso. Ela não era nenhum pouco certa, ou educada e muito menos gentil. Algumas pessoas até diziam que ela é um ser desprezível.

– Vocês já deveriam esperar algo assim de mim. – Respondeu Clarke. Ela levantou seus olhos do livro que estava lendo e olhou para suas duas amigas que estavam em seu quarto, Octavia e Raven.

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