Situações delicadas

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2 semanas depois.

Por favor, não.

Por favor, não.

Por favor, não.

A voz fraca e infantil repetia aquelas palavras como se fossem lhe ajudar em algo, mas lá no fundo ela sabia que de nada adiantaria. A voz continuava repetindo aquilo e a mulher deitada na cama estava sofrendo, mesmo que estivesse apenas sonhando. Era perceptível seu sofrimento apenas por suas expressões faciais. Ela se remexeu quando outra voz se sobrepôs a voz da criança, dizendo "venha comigo, garota."

A jovem se sentou na cama assim que ouviu aquela voz que lhe era tão familiar. Ela tirou os lençóis de cima de seu corpo e buscou a garrafinha de água que estava perto de sua cama, assim bebendo todo o conteúdo que ali havia. Ela passou as mãos por seu rosto, ainda tentando se acalmar do sonho que tinha acabado de ter, pois estava de sentindo desesperada.

Ela se levantou da cama e começou a caminhar pelo quarto, pois pensou que isso iria lhe ajudar. A garota olhou para seu relógio e notou que logo iria começar a amanhecer e ela se sentiu um pouco mais aliviada, já que não iria ter de passar tanto tempo chorando ou se lamentando pelos pesadelos que tinha.

Por favor, não.

Por favor, não.

Por favor, não.

– Para. Para. Para. – Pediu ela assim que começou a ouvir a pequena voz em sua cabeça, mesmo estando acordada. A mulher se sentou no chão e abraçou suas próprias pernas, em uma forma de tentar proteger a si mesma. Ali ela começou a chorar e se sentiu ainda mais inútil do que sempre se sentia.

(...)

– Ah, mais que porra. – Anna quase gritou para a televisão de sua sala de estar, enquanto assistia the walking dead, pois uma mulher idêntica a Luna apareceu na série. Ela desligou a televisão e passou suas mãos pelos cabelos, achando que estava começando a ficar completamente louca. – Me volveré loco. (Eu vou ficar louca).

Anna estava indo de mal à pior nessas últimas duas semanas. Ela não saia mais, se alimentava mal, não dormia direito, não ficava tanto com seus amigos e não se divertia mais. Ela apenas estudava, bebia e vigiava Alicia pela internet, para saber se ela estava bem, já que não via a mesma desde que voltaram da casa de praia.

A morena estava começando a achar que iria enlouquecer a qualquer momento, pois não conseguia ficar com alguém sem que visse o rosto de Alicia. Ela também sentia falta de Luna, porque ela era a única que a entendia com perfeição. A espanhola estava muito mal sem elas duas e estava se sentindo ainda pior por isso, pois sua vida não deveria ficar melhor por conta das outras pessoas e sim por ela mesma.

Anna estava se sentindo totalmente vazia nessas últimas semanas, ela se sentia quebrada. Aquela sensação de que algo estava faltando voltou a dominá-la, mas ela não sabia o que exatamente estava faltando e isso a matava por dentro.

Ela se deitou em seu sofá e ligou seu celular, logo entrando no perfil de Alicia e vendo a última foto que ela postou, que era com Troy. A legenda era apenas um simples coração. Eles dois pareciam felizes na imagem; estavam transmitindo tranquilidade e Anna não soube como se sentir em relação a isso, pois tinha que se sentir feliz por Alicia, mas ela não conseguiu se sentir bem. Ela só sentia desgosto, porque ela queria estar no lugar de Troy, mas simplesmente não podia. Anna tinha noção da quantidade de tristeza que havia causado a Alicia em todos esses anos de amizade e sabia que ela iria ficar melhor com Troy ou com qualquer outra pessoa, por tanto que não fosse com ela.

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