A parte boa da sua vida

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E aí, povo querido, sentiram saudades?

**************

"– Acho que nem posso me imaginar jurando amor eterno a alguém. Mas se você fizer isso, como pode acabar? Simples assim, sabe?
– Acho que as pessoas se desapaixonam.
– Isso é uma droga.
– Sim, mas pelo menos significa que elas se apaixonaram em primeiro lugar. – Clay e Sheri, 13 Reasons Why."

– Cadê a Raven? – Anna perguntou para Luna. A alemã sabia que deveria procurar Anya e avisar que sua irmã havia acordado, tinha consciência disso. Mas simplesmente não conseguia parar de olhar para a espanhola. Estava genuinamente feliz em ver os olhos dela abertos mais uma vez.

Se sentiu como se sentia antes, quando a via acordar em sua cama, ao seu lado. Antes, achava que era assim que as coisas deveriam ser, pois era apaixonada por ela, mesmo não demonstrando. Mas agora, achava que aquela vista, aquela sensação, devia ser de outra pessoa, mesmo que uma parte de si sempre fosse amar aquela garota.

– Com a Octavia, provavelmente. – Respondeu Luna com um sorriso. Ela acariciava as mechas castanhas em seus dedos, tentando oferecer o melhor dos confortos para sua amiga. – Ela quebrou uma perna, pelo que entendi. Mas ela está em casa, bem. Só esperando você acordar para dizer que está ótima. – Ela continuou quando percebeu que era isso que Anna esperava de si, uma continuação.

– Então fui eu quem levei a pior, né? – Indagou ela, retoricamente. Tudo em si doía demais, mas talvez fosse melhor do que ter morrido daquela forma. Se fosse para morrer, gostaria de morrer com seu próprio controle, achava.

– Como sempre, não é? – A alemã rebateu e isso arrancou um sorriso da espanhola. Era tão gratificante vê-la sorrir.

– Ora, ora. Olha só quem decidiu acordar. – As duas mulheres saíram de sua bolha quando ouviram alguém entrar no quarto. Era Niylah. Anna jamais se esqueceria do rosto dela, pois ela era uma de suas representações de uma noite traumática. Gostaria de tê-la conhecido em outras situações. – É muito bom ver você acordada.

Anna sabia que aquilo era verdade por conta do sorriso e do alívio que seu corpo emanava. Ela era uma pessoa altruísta. Anna soube disso quando a conheceu, e cogitou a possibilidade dela estar sofrendo por conta de amigos que não eram dela, e sim da Molina.

– É bom ver você também, doutora. – Aquela frase fez Luna sorrir, pois significava que ela estava feliz em estar viva. Coisa que ela não parecia estar fazia tempos.

– Eu vou procurar sua irmã. – A alemã se pronunciou enquanto levantava. – Ela vai surtar quando souber que você acordou. – Luna deu um beijo na bochecha de Anna e se retirou, mesmo nunca querendo parar de olhá-la.

– Você é bem amada, sabia disso? – A loira disse, de repente, enquanto se aproximava da cama, e isso fez com que Anna parasse de olhar para a porta por onde Luna saiu, já que não esperava que ela lhe dissesse algo assim. – Esse corredor ficou lotado desde que você chegou aqui. – Ela disse com um sorriso. – E sempre tem alguém nele esperando por uma notícia, qualquer uma que seja. – Niylah se sentou na beirada da cama dela e parou de escrever algo em seu prontuário. – Eu me lembro de quando eu te vi pela primeira vez. Lembro-me de como você estava quebrada, mas... desde ali eu percebi que você havia se esquecido que é rodeada por tanto amor.

Anna respirou fundo, o que doeu um pouco, quando ouviu aquilo. Ela estava certa, havia mesmo se esquecido. Havia passado por tantos problemas, que apagou um pouco das coisas boas que tinham em sua vida. Se sentiu mal com esse observação.

– Isso deixou de ficar claro por um tempo. – A morena respondeu, com certo pesar em sua voz.

– Imagino. Dá para notar que você passou por poucas e boas. – Anna assentiu. Havia mesmo. – Mas muitas pessoas amam você e sei que elas não vão mais sair do seu lado, mesmo que você queira muito. – Aquela observação fez Anna voltar a sorrir, e a doutora sentiu ainda mais alívio ao ver isso. – Todos eles pareciam tão vazios sem você. E até mesmo vieram pessoas de outros continentes por você. Acho que apenas com isso dá para perceber que você é amada demais. – A espanhola assentiu. Mesmo tendo se esquecido, a loira a fez se lembrar. – Todas as vezes que você apareceu aqui, estava cercada por pessoas queridas. Você tem muita sorte.

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