Ela já sofreu tanto

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"– Eu devia ter dito antes. Que a amava. Devia ter dito antes.
– Ela... ela sabia. Acho que ela sabia.
– Não sabia. Ela não sabia. – Mark e Arizona, Grey's Anatomy."

Já era um novo dia, mas não parecia para Alicia, que estava sentada ao lado do leito de Anna enquanto a observava presa a tubos e fios. Em todo seu corpo haviam machucados, curativos e um gesso grosseiro em seu braço que havia se quebrado por conta do impacto do acidente. Ela nunca esteve tão frágil na percepção de Alicia, e isso quebrou seu coração em um milhão de pedaços.

Vê-la ali tão machucada, imóvel e desacordada era tão difícil. Era particularmente estranho olhar para seu corpo e perceber que o único movimento que era feito era de seus pulmões subindo e descendo lentamente, com a ajuda de alguns aparelhos nos quais ela estava conectada. Anna, que sempre fora tão independente, agora já não conseguia nem respirar por conta própria.

Alicia engoliu em seco por conta de sua observação e se aproximou um pouco mais do corpo estirado na cama, assim tendo a visão de Anya que estava dormindo em uma poltrona do outro lado de sua irmã. Então, ela tocou a mão de sua amada e a segurou com cuidado e carinho, tentando mostrá-la, de alguma forma, que estava ali ao seu lado. E que não pretendia sair nunca mais.

A morena deu um beijo nas costas da mão dela e acariciou o mesmo local com o polegar, enquanto observava o rosto que, pela primeira vez em muito tempo, estava sereno. Era como se finalmente ela estivesse em paz, e Alicia queria que ela acordasse logo para mostrá-la que poderia ter paz acordada, viva. Ela a daria paz até o último dia de sua vida. Garantiria que ela tivesse uma vida calma e ao seu lado até seu último dia na Terra.

– Acorda, mi amor. – A Woods sussurrou, sem ao menos se dar conta de que havia falado na língua de sua amada. Seus olhos verdes ficaram cheios de lágrimas, atrapalhando sua visão, mas isso não pareceu a incomodar o suficiente. – Você precisa acordar para nós sermos felizes. – Lágrimas desceram pelas bochechas quentes de Alicia e ela sentiu seus lábios tremerem levemente por conta da vontade de chorar. – Você não pode morrer sem eu ter dito que te amo. – A garota deitou sua testa nas suas mãos unidas a da espanhola e sentiu mais lágrimas passearem por seu rosto. Um bolo pareceu ficar preso em sua garganta e ela se sentiu doente por isso.

Ela suprimiu seu choro quando ouviu a porta do quarto abrir de uma forma consideravelmente bruta. Então, ela levantou sua cabeça e viu que Anya havia acordada e olhava para trás de si. Ela acompanhou o olhar e acabou encontrando Anitta e os pais delas encarando o corpo de Anna estirado na cama, um corpo aparentemente quase sem vida.

No... – A mulher mais velha sussurrou e se aproximou da cama, nos pés de sua filha, mas ela não parecia querer se aproximar mais. Parecia que se ela fizesse tal coisa, iria morrer. – Anna... – Ela sussurrou e começou a chorar, seu marido e Anya tiveram que a segurar para que ela não fosse ao chão. Já Anitta mantinha seus olhos fixos em Anna, sem parecer acreditar que aquilo estava realmente acontecendo.

Alicia se sentiu como uma intrusa naquele momento, mas não teve coragem de soltar a mão do amor de sua vida mais uma vez.

"– Isso é legal.
– Vamos ser felizes, Lex. Você e eu. Vamos ter uma vida ótima, Lexie, você e eu. Vamos ser muito felizes. Então você não pode morrer, está bem? Você não pode morrer. Porque nosso destino é ficar juntos. Fomos feitos um para o outro.
– Um para o outro. – Lexie e Mark, Grey's Anatomy."

(...)

"Um homem famoso uma vez disse: "Você cria seus próprios demônios." – Tony Stark, Homem de Ferro 3."

Todos presentes na fazenda estavam tomando café da manhã, exceto Lexa e Aden que ainda estavam se preparando para começar o dia, e Santana e Brittany que haviam saído cedo para resolverem algumas coisas. Então, Clarke aproveitou aquele momento para ficar em um silêncio sepulcral. Ela ignorava os olhares de Abby e qualquer conversa paralela que poderia acontecer naquele momento. Também não se importou com o sorrisinho que Ontari tentava esconder; ela realmente não dava a mínima, mesmo que simpatizasse com a jovem, de certa forma.

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