Acho que sou Lexassexual

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1 mês depois.

– Eu te trouxe um presente, menina. – Disse a pessoa que se sentou ao lado da pequena garotinha em sua cama com lençol de princesas. Ela nada disse, apenas ficou olhando para o objeto embrulhado em um papel de embrulho azul escuro, nele continha várias e várias estrelas lindamente desenhadas, representando o céu das noites com grande sucesso. – Você quer esse presente, menina? – Perguntou a pessoa que mexeu no presente em suas mãos para poder chamar a atenção dela.

A garota continuou em completo e total silêncio, era como se ela não pudesse falar, ou simplesmente não queria. A jovem menina pôs uma mecha de seu próprio cabelo atrás de sua pequenina orelha e ficou observando o lençol rosa abaixo de si, que parecia a coisa mais atrativa naquele minuto. Ela não queria conversar com aquela pessoa, ela só queria ficar sozinha, mas sabia que seu pedido interno não lhe seria atendido nunca e isso a fez suspirar, mostrando toda a exaustão que sentia, mesmo sendo tão jovem e vivido tão pouco.

Ela estava se sentindo sem ânimo algum, sem o mínino possível de vontade de viver. Mesmo sendo apenas uma criança, ela já não queria mais estar viva. Ela se lembrou de algo que havia visto na televisão a alguns dias atrás, onde alguém morre e vive feliz para sempre em algum tipo de paraíso perfeito, era exatamente aquilo que ela mais queria para sua vida. A garotinha queria ser livre, queria voar, aquele era seu maior sonho, mas sabia que não poderia, pois ela estava presa naquela medíocre vida que estava vivendo. Mesmo sofrendo a cada minuto de seu dia, ela não poderia simplesmente largar tudo e deixar tudo para trás. Mesmo sendo jovem, ela nunca iria desistir de proteger quem ela mais amava.

– Vamos, me responda, você não quer o presente? – A pessoa voltou a insistir, dessa vez com seu tom de voz mais alto, fazendo com que a menina se assustasse e um frio serpenteasse todo seu pequeno corpo. – Não fique com medo, garota, apenas diga que quer meu presente. – A jovem menininha, mesmo assustada, as‐ sentiu e tentou pegar o presente das mãos da pessoa mais velha, mas, em um rompante, o presente foi puxado para longe de suas pequeninas mãos. A pessoa a pois sentada em seu colo e sorriu para ela que parecia que iria chorar a qualquer momento. – Vamos, minha filha, você já sabe qual é o procedimento.

Uma lágrima desceu de seu olho quando ouviu aquelas palavras. Logo, a menina começou a chorar em um silêncio totalmente inaudível, sabendo exatamente o que teria de fazer naquela noite escura e fria.

A mulher se sentou na cama abaixo de si tão rápido que logo sentiu sua cabeça doer, o local em que estava começou a girar e isso a deixou muito incomodada e também muito desconfortável. Assim que o desconforto passou ela pegou seu celular e viu que eram exatas quatro da manhã, a jovem passou as mãos por seus cabelos e se levantou de sua cama. Ela ainda conseguia sentir as lágrimas quentes descerem por suas bochechas agora tão avermelhadas, mas tentou não dar importância para aquilo no momento. A jovem pegou sua garrafinha de água, que estava no chão ao canto de sua cama, e bebeu todo o conteúdo, agora quente, que ali havia.

Ela secou suas lágrimas e estapeou seu próprio rosto, em uma tentativa de parar de pensar no que tanto pensava durante todas as suas noites. Ela jogou sua garrafinha para qualquer lugar, sem se importar onde, e começou a gritar como se fosse uma forma de expulsar seus demônios interiores. Sua garganta começou a doer, mas ela pouco se importou com aquilo, deixou de lado aquela ardência incomoda e continuou gritando. A moça se ajoelhou no chão e começou a chorar de uma forma totalmente desesperada, como chorou poucas vezes em toda sua vida, ela puxou seus cabelos de uma forma bruta e sussurrou palavras desconexas, sem se importar com mais nada. Ela se sentia completamente quebrada e sem vida, como se sentia desde sua terrível e difícil infância.

(...)

– Lexa, eu não aguento mais. Sua irmã está tentando me seduzir, sem parar, a mais de um mês. – Reclamou Anna que se jogou na cama de sua amiga e ficou olhando para o teto de seu quarto.

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