1 mês depois.
Naquela noite ela havia criado um plano e concluiu que ia segui-lo como mandava o roteiro, mesmo que acabasse sendo descoberta e algo pior acontecesse na próxima noite que se aproximava.
A pequena menina rolou para baixo de sua cama e ficou encolhidinha ali, esperando que a porta não se abrisse daquela vez. Mas, se abrisse, pelo menos ela não iria precisar ver a maçaneta girar.
Seus olhos se fecharam por alguns instantes enquanto tentava se distrair para que não acabasse chorando de medo, pois ela estava se sentindo amedrontada de uma forma que chegava a ser quase perigosa para sua própria sanidade.
Para sua distração, ela começou a pensar nas princesas dos desenhos animados que assista, porém isso não lhe ajudou em nada, já que, secretamente, ela passou a odiar qualquer tipo de princesa. Ela simplesmente as detestava, talvez fosse por conta das coisas que lhe aconteceram quando estava deitada em sua cama com lençóis das princesas.
A porta do cômodo sendo aberta pôde ser ouvida por suas pequenas orelhas tão atentas e isso fez com que um frio serpenteasse por sua coluna espinhal, e não tinha nada a ver com chão gelado de seu quarto.
– Onde você está? – Ela pôde ouvir depois de alguns segundos que se passaram e aquela voz fez com que todo o seu corpo se arrepiasse. Ela se sentiu enjoada e sua cabeça estava doendo também. Era assim que seu corpo reagia à presença do inimigo.
Seus olhos continuaram fechados e ela os forçou ainda mais para que não se abrissem de forma alguma. A menina podia escutar os passos circulando pelo local, como se estivesse fazendo uma procura frenética por si. Essa constatação a fez engolir em seco, pois não sabia dizer o quão ruim poderia ser seu castigo por aquela transgressão.
Até que ela sentiu o lençol de sua cama ser levantada e também sentiu um par de olhos pousar em si. Ela continuou com os seus olhos fechados porque estava com medo demais para abri-los e se dar realmente conta de que as coisas haviam piorado ainda mais para si.
A mulher havia acordado de seu pesadelo, mas seus olhos continuavam fechados por puro medo. Era como se ela conseguisse sentir aqueles mesmos olhos lhe observando. E ela teve medo demais de abrir os olhos e saber que estavam mesmo ali, a observando de uma forma psicótica.
Ela ficou acordada pelo resto da noite, mas não ousou abrir os seus olhos em um momento sequer.
"Você se tornou o astro de todo & qualquer um dos meus pesadelos. – Você foi embora mas ficou.
– A princesa salva a si mesma neste livro."
(...)
"A forma como você decide enxergar as coisas faz toda a diferença."
Clarke parou de estudar e bufou por conta do tédio que estava se instalando em seu corpo, ela já estava ficando cansada de tanto estudar algo que simplesmente não a interessava; nunca a interessou. Ela nunca gostou da faculdade que estava fazendo, mas fazia por seu pai e queria lhe dar algum tipo de orgulho, pelo menos em alguma aérea de sua vida.
A loira largou o lápis que estava usando para escrever e olhou uma última vez para o desenho inacabado que estava ao lado de um de seus livros. Ela estava trabalhando em um desenho da lua e tinha que admitir, estava ficando mesmo incrível. Clarke reconhecia o seu dom para o desenho e aquilo era uma coisa que realmente se orgulhava sobre si mesma.
Um sorriso tímido apareceu no canto de seus lábios e ela passou, delicadamente, seu dedo indicador pela folha. Os traços do desenho estavam lindos, e ela achou que era o mínimo, já que estava há muito tempo trabalhando naquele mesmo desenho.
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Learning to Live
FanfictionMesmo vinda de uma família rica e muito respeitada na pequena cidade de Polis, Clarke é conhecida por sua grande fama de "Fera". Ela ganhou esse apelido depois de expulsar e maltratar todos os pretendentes que seu pai lhe trazia para que tentassem c...