E aí, pessoal! Bem, a história desse capítulo foi uma das coisas que mais me motivaram a começar essa história toda, há anos atrás.
Espero que gostem.
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"Eu queria estar em algum lugar onde ele nunca havia pisado. Queria um lugar onde näo tivesse de sentir o fantasma dele. Mas a verdade é que só funciona pela metade, sabe? Lugares são lugares, e lembranças são lembranças, e a vida é a maldita vida. – Ingrid Skirbekk, A Biblioteca da Meia-noite."
Quando a mulher terminou sua história, ela olhou para Lexa e viu que seus olhos verdes estavam marejados. Havia uma dor sincera ali, fazendo com que a mulher se lembrasse de sua própria vida, de sua própria dor. Também teve vontade de chorar, mas sentia que, naquele momento, não cabia a ela chorar. Cabia a Lexa. Ela precisava mais. Já havia passado uma vida inteira chorando. Certamente mais tempo do que Lexa tinha de vida.
– Você disse que era uma história de fantasmas. – A morena a olhou, sentindo algo em seu coração que nunca sentiu por uma desconhecida antes. Queria abraçá-la e dizer que estava tudo bem, mesmo quando não estava. Isso a fez se lembrar de quando encontrou com Aden naquela praça pela primeira vez. – Não é.
– Não?
– Não. – Lexa secou as lágrimas teimosas que desciam. Já estava noite lá fora, e ela não sabia mais se chorava por si, ou pela simpática senhora inglesa a sua frente. Talvez pelos dois. Tinha muitos motivos para chorar. – É uma história de amor.
– Acho que se tornou a mesma coisa no fim. – Ela respondeu com um pequenino sorriso cortês em seus lábios.
– Não é. – A Woods voltou a repetir. – Pode acreditar, eu sei do que estou falando.
– Sabe? – A mulher pediu mais um pouco de uísque e percebeu que a movimentação naquele bar já estava menor, não fazia ideia de que horas eram. Porém, o mundo continuava alheio a ela, o que já era de seu costume.
– Eu... eu amei uma pessoa mais do que a mim mesma. – Era a primeira vez em anos que Lexa falava algo como aquilo. Algo sobre aquela pessoa. – Amei tanto que sei que nossa história foi uma história de amor, não importa que tipo de amor foi. – Lexa bebeu um pouco de sua água e ficou olhando para o copo. – Acho que não importa o fim, o que importa é que o amor ainda está lá, não é?
– Acho que é isso que faz uma história de amor, sim. – A mulher respondeu com carinho, enquanto pegava sua nova bebida. – Uma vez me disseram que amar de verdade uma pessoa é aceitar que o trabalho de amá-la, vale a dor de perdê-la. – A Woods a olhou quando ouviu a frase, e algo aconteceu dentro de seu coração. Não sabia o quê. – Acho que só estou entendendo isso agora enquanto olho para você.
– É você, não é? – Lexa indagou. – Você é a Jamie. – A certeza na voz da jovem fez com que a mais velha se sobressaltasse levemente. – Eu te lembro a Dani?
– Acho que assim como você... eu também amei uma pessoa mais do que a mim mesma. – Aquilo foi o necessário para a garota entender que ela estava certa. E a certeza fez com que uma lágrima lhe escapasse. – Não chore. Você ainda tem uma história para me contar.
Lexa sorriu em meio as lágrimas e assentiu. Ela bebeu um pouco mais e olhou para a mulher que lhe dava todo tempo do mundo para se preparar.
– Vamos lá, então.
"Amar de verdade uma pessoa é aceitar que o trabalho de amá-la vale a dor de perdê-la. – A Maldição da Mansão Bly."
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Learning to Live
FanfictionMesmo vinda de uma família rica e muito respeitada na pequena cidade de Polis, Clarke é conhecida por sua grande fama de "Fera". Ela ganhou esse apelido depois de expulsar e maltratar todos os pretendentes que seu pai lhe trazia para que tentassem c...