"Todos esse anos você viveu, mas não teve vida. – William Jones, A Incrível História de Adaline."
– A Lexa e a Anna vão receber alta do hospital hoje. – Alicia disse quando parou de olhar pela janela e se sentou na poltrona que havia se tornado uma companheira ao longo dos anos. – Os Molina arranjaram um jeito de ela ficar sendo cuidada em casa porque tinham que voltar para a Espanha. E a Lexa fez alguma pequena cirurgia estranha que a Clarke não quis nos contar, algo sobre medula óssea. – Alicia suspirou e tocou na mão pálida que estava apoiada no colchão da cama hospitalar, assim sentindo a frieza que ela emanava. – Por isso a Lexa ficou esses dois dias sem vir te visitar, Mads, caso você tenha percebido.
Ela sabia que Madi não tinha percebido a ausência de Lexa. Assim como não percebia nada que acontecia ao seu redor. Aquele conhecimento lhe trazia uma dor excruciante. Não era justo e não havia nada de bonito naquilo. Só havia dor e mais dor.
Era tudo sempre tão triste.
– Se passaram dez anos... – Alicia sussurrou, olhando para a mão branca que era acariciada pela sua. – Dez anos e você não acorda. – Ela sentiu seus olhos marejarem, assim como sempre acontecia quando ia visitar sua irmãzinha. – Eu entrei na faculdade de medicina para te ajudar. Anos se passaram, eu estou terminando a faculdade e nada parece mudar dentro desse quarto. – A Woods fungou quando se lembrou de tomar a decisão que lhe acarretaria anos de estudo. – Demorou muito, mas eu percebi que não posso te ajudar, Mads. Não importa o quanto eu estude. E acho que ninguém no mundo pode.
Alicia olhou para o rosto de sua irmã e viu como ela parecia uma jovem adulta, mesmo que em sua cabeça ainda a visse como uma garotinha feliz de dez anos que adorava falar pelos cotovelos.
– Você está crescendo e nem sabe disso. – Alicia se deu conta. E lágrimas desceram de seus olhos. – Eu sei disso, por isso acho que você tem que ir. Não é justo com você, Mads. – A morena se aproximou de sua irmã e deu um singelo beijo em sua bochecha que, outrora, era sempre avermelhada por conta das risadas que dava. – Não sei nem mais dizer se você está viva ou não. E acho que não é uma máquina que vai me provar isso.
Alicia olhou para a máquina que monitorava os batimentos cardíacos de Madi e viu como o coração dela parecia tranquilo, pelo menos naquele momento. Alicia se perguntou se ela poderia estar sonhando, mesmo que tivesse certeza de que não.
– Sei que você não vai acordar. E te amo mais do que o suficiente para te deixar ir... mas a Lexa ainda não consegue. – Alicia deu um leve aperto na mão que segurava, mas nunca parava de observar aquele rostinho que tanto amava. – Você pode esperar por ela? Sei que em algum momento ela vai perceber que deve te deixar ir e nenhuma de nós nunca mais vai viver machucada.
Alicia ficou em silêncio como se, de alguma forma, esperasse uma resposta que nunca chegaria.
– Você vai ter a paz que está sendo tirada de você, Mads. Eu te prometo isso. – A universitária voltou a beijar o rosto de sua irmã e a ofereceu o melhor sorriso que podia oferecê-la, mesmo que fosse quase imperceptível. – A Lexa e eu te prometemos isso.
"A verdade era triste demais para elaborar imediatamente. May não conseguia ver que estava me machucando porque também estava machucada. – Laurel, Cartas De Amor Aos Mortos."
(...)
"pelo chocolate, gentileza e afeto. por tudo que você me deu e não sabe. por tudo que ficou aqui e vai ficar pra sempre, eu te agradeço. por você ser tão único, e lindo e,
sim, especial.você é real e eu agradeço demais por isso. – Textos Cruéis Demais Para Serem Lidos Rapidamente: Onde Dorme O Amor."
– Melhor? – Clarke perguntou quando viu Lexa bebericar a água que havia lhe oferecido.
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Learning to Live
FanfictionMesmo vinda de uma família rica e muito respeitada na pequena cidade de Polis, Clarke é conhecida por sua grande fama de "Fera". Ela ganhou esse apelido depois de expulsar e maltratar todos os pretendentes que seu pai lhe trazia para que tentassem c...