Almas Trigêmeas

Capítulo 2 - Sasuke Uchiha

Acordou naquela manhã sentindo-se mal, seu corpo estava quente, como se tivesse febre e seu corpo todo doía, causa do cio que iniciava. Ainda sabendo disso, levantou-se pesadamente de sua confortável cama e andou até seu banheiro, tomando um gelado banho e vestindo seu comum uniforme, deixando seus molhados cabelos pingando, talvez assim aliviasse o calor de seu corpo.

Foi à seu criado-mudo e tomou um de seus já conhecidos supressores, pedindo internamente para que estes fizessem seu trabalho. Pegou sua mochila e desceu as escadas de caracol, encontrando toda sua família, já sentados à mesa do café.

- Sasuke... o que houve? – sua madrasta, a qual chamava carinhosamente de "mãe", já que o havia criado, perguntou preocupada, após vê-lo sentar-se na cadeira à frente de seu filho, seu aspecto não era para nada bom. Seu irmão ao também notar, farejou o ar, sentindo o tão conhecido odor de chocolate e amendoim mais intenso.
- Cio? – perguntou com uma sobrancelha arqueada, já que seu irmão, assim como ele, normalmente tomava supressores e seu odor não era notado.
- Dá pra notar? – perguntou, farejando a própria camisa, amaldiçoando-se mentalmente, pois seu odor ainda estava forte.
- Deveria ficar em casa. – o primogênito deu sua opinião, que obviamente era diferente da sua.
- Não posso, é o primeiro dia. – defendeu-se, os outros ômegas normalmente apenas informavam de casa quando estas situações ocorriam, mas o menor dos Uchiha era diferente, ele nunca faltava, mesmo que precisasse se entupir de supressores.
- Tome algo mais forte. – foi o único que disse seu pai, para posteriormente levantar-se, selar os lábios com os de sua ômega e sair da sala de jantar, rumo provavelmente à seu escritório. E assim o pequeno Uchiha o fez, tomou mais dois supressores, rezando para que funcionassem, além de um analgésico para a dor e após certificar-se que o odor havia desaparecido completamente, pegou uma carona com seu irmão, que iria deixá-lo em sua escola, felizmente ainda era apenas o início do cio e ainda podia ocultar o odor e não ficar jogado na cama, retorcendo-se de dor.

Ao chegar à escola, despediu-se de seu irmão, que foi rumo à sua universidade, e adentrou os portões da escola, encontrando os já tão conhecidos rostos de seus ex-colegas. Andou desconfiado até uma parede, onde informava a sala em que ficaria em mais este ano, seu último ano e deslizando o dedo pela folha, ali encontrou seu nome, sorriu de forma quase imperceptível ao notar que mais uma vez ficaria na mesma sala que sua única e melhor amiga.

Sasuke Uchiha era um ômega de dezesseis anos, pequeno, com cerca de um metro e sessenta, altura comum entre os de sua classe, sua pele era muito branca, possuía um nariz pequeno, lábios finos e rosados, cabelos e olhos muito negros, como uma noite sem estrelas e seu odor era doce, chocolate e amendoim, um belo ômega, era o que todos os alfas diriam, no entanto, nenhum se aproximava, graças à personalidade um tanto tímida do menor e o fato de que desconheciam sua classe, graças aos supressores que sempre tomava e era exatamente por isso que possuía apenas uma amiga, sua amiga de toda a vida.

- Adivinha quem é? – a conhecida voz falou e inconscientemente sorriu, levando os dedos pequenos aos femininos e de unhas vermelhas bem pintadas.
- Hmmm... não sei, mas pelo cheiro, deve ser uma cerejeira irritante que vive no meu pé. – a garota jogou a cabeça para trás rindo, para logo destapar os olhos do amigo e abraçá-lo com saudades, sendo logo correspondida da mesma forma – Como vai Sakura?
- Brava, já que um certo alguém me prometeu que me ligaria todos os dias durante as férias e não cumpriu a promessa. – a garota, que era uma beta, levou as duas mãos à cintura, encarando-o com reprovação, as bochechas muito brancas do ômega se tingiram de vermelho.
- Já deveria saber que não deveria confiar nas minhas promessas. – e a garota sabia mesmo, conhecia o Uchiha desde os seus quatro anos de idade e ele nunca cumpria a promessa de lhe telefonar durante as férias, ainda assim ela sempre o fazia prometer.