Capítulo 29 - Ninho

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- Sasuke... está grávido? – perguntou atônito o alfa loiro, sem conseguir desviar os olhos do pequeno ninho sobre a cama. O ruivo em troca, ainda impactado, cheirou o ar, a fim de tirar a dúvida, sorrindo afetuosamente ao sentir o suave e quase imperceptível odor a leite, misturado com o maravilhoso perfume de chocolate e amendoim, seu ômega teria outro filhote, outro filhote seu e uma alegria instantânea inundou seu interior. Correndo até o menor, o tomou entre seus braços, em um abraço, sentindo como este se remexia desgostoso e choramingava baixinho.
- Desculpe pequeno, não deveria ter usado a voz com você, perdão. – liberou um pouco de seu aroma para acalmar o mais novo, sabendo o quanto este encontrava-se afetado por ter em "risco" seu ninho com a entrada dos dois alfas. Sorrindo ligeiramente, tomou a cabeça do moreno em suas duas mãos, depositando um doce beijo em sua testa – Perdão. Tudo vai ficar bem, está fazendo um grande trabalho. – foram suas últimas palavras, antes de sair do quarto, arrastando ao Uzumaki, que ainda estava confuso.
- Espera, vamos deixá-lo lá? Sozinho? – perguntou o loiro, ao ver como novamente a porta se fechava – E se ele...
- A não ser que queira que nosso ômega entre em depressão, vai deixá-lo lá, quieto e sozinho, Naruto. – praticamente ordenou o mais velho, o loiro abriu a boca para responder, porém antes que dissesse qualquer coisa, o menor suspirou, explicando – Naruto, os ômegas quando engravidam ficam muito sensíveis, não sei se você sabe. Protegem ao ninho como se fosse o próprio filhote e a maioria das vezes não permitem a entrada de ninguém a ele, nem mesmo do pai do filhote. A entrada de outra pessoa, principalmente de um alfa, ao ninho é como se colocasse em risco ao filhote e a não ser que ele próprio te convide a entrar, o ômega sentirá que você o está ameaçando e pode até entrar em depressão. Já ouvi casos de ômegas que morreram de depressão por terem adentrado ao ninho sem sua permissão.
- Mas vamos ficar por sabe-se lá quantos meses separados dele? – perguntou descontente o maior.
- Sim. E a não ser que ele te chame lá você não vai entrar. – o ruivo viu como o de maior estatura bufou irritado – É sério Naruto, não vou permitir que coloque em risco a vida do meu ômega e do meu filhote.
- Não vou fazer nada. – se defendeu ainda insatisfeito o loiro, para logo suspirar – Jamais colocaria novamente em risco a vida de Sasuke, o amo. Mas... quanto tempo costuma durar isso? – o mais velho sorriu.
- Bom... quando Sasuke estava grávido de Hoshi eu fiquei seis meses sem entrar ao quarto. – os olhos azuis se expandiram impactados e o mais baixo só riu, bagunçando os dourados fios – Tenha paciência, se Sasuke sentir que o necessita, irá te chamar.


(...)


Apesar do impacto inicial, tanto o ruivo quanto o loiro foram compreensivos com seu moreno, não entraram ao quarto, muito menos se aproximaram ao ninho e a única vez que o Sabaku o havia feito, quando foi buscar coisas suas para alojar-se no outro quarto, junto a Naruto, o ômega o havia rosnado, como se estivesse marcando território, o que longe de irritá-lo, só o causou ternura.

A pequena Hoshi estava feliz, ganharia um irmãozinho ou irmãzinha para brincar e internamente, a pequenina torcia para que fosse menina, mesmo certamente se fosse menino também iria gostar igualmente, a pequena era a única o qual o Uchiha permitia entrar ao ninho, já que sua filhote não representava qualquer perigo.

Já haviam passado dois meses, a pequena barriguinha de agora quatro meses do ômega já era notória e a fim de ajudá-los, o patriarca e a matriarca Uchiha, haviam decidido hospedar-se na casa do estranho trio, já que o fato de Mikoto ser ômega ajudava na hora de pedir permissão a entrar ao quarto, mesmo a mulher não podia aproximar-se muito à cama, onde o ninho se encontrava. Naruto sentia-se envergonhado, podia perceber o olhar acusatório de Fugaku sobre si, sabia que o alfa maior não o aceitava, por todo o sofrimento que havia causado à seu pequeno filhote.


- Eu... sei o quanto errei e... não espero que me perdoem, sei agora o quanto prejudiquei a Sasuke e não quero nem pensar o que teria acontecido com ele se Gaara não houvesse aparecido. Essa é uma culpa que para sempre vou carregar. Mas, apesar de tudo, Sasuke já me perdoou e agora estamos tentando esquecer o passado e iniciar um futuro juntos. Não espero que me perdoem, porque sei que isso é muito difícil, mas sim que me aceitem, não por mim, mas por ele. – falou tudo de uma vez o loiro, sem nem parar para respirar, enquanto fazia uma reverência, em um pedido de desculpas, ambos pais o analisaram por breves instantes, para que então o maior falasse.
- Meu filhote sofreu muito por sua causa, quase morreu e eu sinceramente sou incapaz de perdoar a quem machuca meus filhotes. – o Uzumaki abaixou a cabeça pelas palavras do alfa – Mas não vou me interpor entre vocês, Sasuke é adulto e sabe o que fazer e se te perdoou e te deu outra chance, por algo deve ser. Não lhe perdoo garoto, mas sim lhe permito estar ao lado de meu filho, Sasuke já sofreu demais, não o causaria mais dor o separando de seu destinado, mesmo esse não o mereça. – o loiro levantou a cabeça para encarar a seu agora sogro, um singelo sorriso cruzando seus lábios – Mas lhe dou uma advertência rapaz... se machucar outra vez meu filhote, eu mesmo vou atrás de você e não terá alfa, ômega ou beta que possa te proteger, eu acabo com você. – e o sorriso se ampliou na face do menor.
- Isso jamais acontecerá outra vez Uchiha-san, é uma promessa.


(...)


O alfa encarava a porta com hesitação, mordendo o lábio inferior pelo nervosismo. Dois meses haviam passado desde aquela impactante descoberta e somente agora havia obtido coragem de procurar aquele lugar, aquela pessoa. Respirou fundo pela terceira vez desde que havia chegado àquela casa e sentindo como suas mãos tremiam e suavam, apertou a campainha, ouvindo como uma voz avisava que logo a abriria e passos ecoavam de dentro, para que instantes depois, um castanho ômega abrisse a porta, arregalando os olhos ao encontrar o azulado olhar.


- Boa tarde Umino-san... – falou finalmente o alfa, adquirindo coragem de onde não sabia que tinha – acho que... acho que sou seu filho.

Almas TrigêmeasOnde histórias criam vida. Descubra agora