Capítulo 16 - Viagem

308 38 6
                                    


Sete anos haviam passado desde que haviam começado sua história naquele banheiro escolar, cada um havia levado sua vida da melhor forma possível. Naruto havia se divorciado de Sakura a três anos, quando a mesma novamente havia mentido a si, a rosada sabia o quanto o alfa desejava ser pai, mas sabia que não poderia engravidar dele por ser uma beta, por isso, acabou envolvendo-se e engravidando de um colega seu de trabalho, um beta, e mentido que o filho era do loiro. Mas Naruto, apesar de parecer, já não era estúpido, sabia que o filho não era dele, não podia farejar um filhote seu na mulher, e enraivecido por mais uma mentira, saiu de casa, pedindo o divórcio, a Haruno havia implorado por outra chance, mas ele não havia lhe dado, já havia cansado dos planos e mentiras da mulher.

Sakura após o divórcio e grávida de um pobretão, que além de tudo era casado, não teve mais o que fazer além de voltar para a casa dos pais e aceitar ser humilhada por estes, o qual tanto estresse acabou ocasionando um aborto espontâneo e um início de depressão na beta, que para tentar se recuperar, foi para o mais longe possível de sua família e das lembranças que a atormentavam, saindo do país.

Deidara não podia ser mais feliz, tanto sua galeria quanto a de Sasori haviam feito muito sucesso e devido a isso, haviam aberto diversas filiais, em várias partes do país, enquanto seu Itachi havia passado em uma prova, tornando-se Promotor de Justiça, agora moravam em uma casa maior, com vários quartos e um jardim enorme para seus pequenos. Seu ômega ruivo havia tido dois filhos seus, a pequena Manami, uma pequenina ruivinha de cinco anos, com olhos azuis e o pequeno Satoru, o loirinho de olhos castanhos de dois anos. Já seu ômega moreno havia tido uma filha sua, a pequena Megumi, de quase cinco anos, uma loirinha de olhos negros que era a melhor amiga de sua meia-irmã, além disso, Itachi também atualmente contava com cinco meses de gravidez e logo teria seu segundo filhote e o quarto do alfa.

Quanto à Sasuke, o ômega agora com vinte e três anos havia se formado em Música e Regência e atualmente trabalhava dando aulas particulares de piano e violino em casa, além de realizar concertos em algumas ocasiões. Havia voltado a andar a cerca de três anos com a ajuda de seu alfa e a música nesse meio tempo em que ainda estava na cadeira de rodas havia sido uma das poucas coisas que o animava. Exatamente nessa mesma época havia tido seu primeiro filhote, uma linda menina de cabelos ruivos e olhos verdes como o pai, chamada Hoshi, sua pequena estrelinha, que agora contava com três aninhos e era a felicidade da casa, apesar de morarem juntos, ainda não havia casado-se com Gaara, que agora era o médico chefe do hospital.


- PAPIIIII!!! – ouviu o grito de sua menina, que ao vê-lo, agarrou-se em sua perna, escondendo-se – Socorro, papi. Papai me pegar.
- Não se preocupe amor, papi vai te lançar um poder especial, que vai te deixar invisível e papai não vai te pegar. Feche os olhinhos. – a pequenina assim o fez, apertando bem os olhinhos, o fazendo rir – Pronto amor, agora está invisível.
- AH! – gritou o alfa abrindo a porta e entrando no quarto, vendo como sua princesa escondia-se nas pernas de seu ômega – Ei bebê, não viu por aí uma pequena pestinha? – perguntou, como se não houvesse visto a menina, o moreno rindo ao ver o estado de seu rosto.
- Não, imagina. – respondeu, tentando conter as gargalhadas – Mas eu ouvi falar que nessa casa há alguns seres invisíveis.
- Hmmm... onde pode estar minha pequena estrelinha? – perguntou o alfa, fazendo de conta que revisava o quarto, olhando no guarda-roupa e embaixo da cama – Que pena, acho que vou ter que dar os marshmallows que comprei para outra criança.
- Não, não, eu aqui papai! – a pequena falou quase gritando, erguendo os bracinhos e os sacudindo para que o ruivo a enxergasse, enchendo os olhinhos de água, quase chorando ao ver como o médico não a olhava – Eu não quedo (quero) mais ser invisível. – disse puxando a calça de seu papi, que movendo os dedos, "desfez" o feitiço – PAPAI! – e gritou, correndo até o ruivo, com os bracinhos erguidos, para que ele a erguesse.
- Minha estrelinha! – o alfa falou, como se apenas agora a houvesse visto, a erguendo nos braços, rodopiando com a mesma, para em seguida caírem ambos sobre a cama e começar a fazer cócegas no pequeno corpinho da ruivinha.
- Não... não... papi, ajuda papi... – pediu em meio a risadas a pequena filhote com doce odor a marshmallows e uva, o moreno sorriu e se jogou na cama também para ajudá-la.
- Hora da revanche, princesa. – falou o ômega, iniciando com a ajuda de sua filha as cócegas no alfa, que rindo, se rendeu.
- Ok, eu perdi, chega. – se rendeu, estendendo os braços em derrota, vendo como o ômega e a filhote paravam com as cócegas e negando com a cabeça, trouxe a ambos para perto de seu corpo, os enchendo de beijos.
- Papai, mashmellus (marshmallows). – pediu a pequena, o ruivo riu.
- Depois do jantar, princesa. – respondeu, apertando o narizinho pequeno, igual ao de seu ômega, a menina fez um beicinho, mas assentiu.
- E quando jantar? – perguntou, ansiosa para comer seus doces preferidos, que por coincidência era o mesmo de seu odor.
- Agora se me ajudarem. – dessa vez foi o moreno quem respondeu, erguendo-se da cama, seguido do alfa, com sua estrelinha nos braços – E por sinal amor, está lindo. – riu do rosto todo pintado de maquiagem, obra de arte de sua filha, que havia pintado as bochechas do ruivo de rosa e os olhos de azul, enquanto este dormia no sofá. O maior sorriu, depositando um selinho nos lábios do ômega.
- Obra da sua filha. – e com essas últimas palavras, deu um tapa no traseiro do moreno, para depois sair correndo, ainda com a pequena nos braços, Sasuke apenas riu, para então seguir o alfa.


(...)


- Mais flores? – perguntou o alfa, ao ver o último lírio que seu ômega havia recebido.
- Como todos os dias. – respondeu o mais novo, com um suspiro, já tinham mais de cinco anos que todos os dias aparecia um lírio em sua porta para si, mas o moreno nunca havia descoberto quem os mandava, no início até achou que era uma brincadeira, mas as flores continuaram chegando e simplesmente achou melhor deixar o assunto de lado – E sua viagem? – o mais velho suspirou.
- Não consegui adiar, sinto muito Sasu. – o ômega assentiu, cortando a carne no prato de sua filhote, que mantinha as bochechas cheias, sem prestar a atenção à conversa do casal.
- Tudo bem... – sorriu fraco o ômega – ainda terei mais concertos.
- Eu juro que queria ir. – levou a mão acima à do menor, que levantou ambos cantos da boca em um sorriso pequeno.
- Eu sei.
- Papiiii... carne papi, carne. – a pequena ruivinha pediu com as bochechas infladas e o moreno riu, levando os dedos aos cantos da boca da criança, limpando toda a sujeira que esta havia feito, para então deixar um beijo no topo da cabeça ruiva e seguir cortando a carne.


(...)


- Tem certeza que irão ficar bem? – perguntou o alfa aflito, detestava essas viagens que tinha de fazer de vez em quando, mas não tinha como evitar, era um dos donos do hospital.
- Sim, pode ir tranquilo, Hoshi e eu vamos ficar aqui, te esperando. Vamos fazer um monte de desenhos bem bonitos para o papai, não é filhote? – a pequenina assentiu, os bracinhos enrolados no pescoço do ômega, que a tinha em seus braços, enquanto seus verdes olhinhos estavam cheios de lágrimas. O alfa ao ouvir que seu voo estava prestes a sair suspirou.
- Eu tenho que ir. Te amo minha pequena estrelinha. – falou à pequena, deixando um beijo na testa desta – Te amo. – e desta vez se dirigiu ao ômega.
- Eu também. Se cuida. – e com um último beijo nos lábios, o ruivo afastou-se, indo à área de embarque junto a seus irmãos, olhando para trás e abanando uma última vez à sua família, antes de se perder entre os demais passageiros.

Almas TrigêmeasOnde histórias criam vida. Descubra agora