Capítulo 33 - Amigos para sempre

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- PAPI! – a menina, agora acordada, gritou ao visualizar o moreno cair ao chão pelo forte golpe em seu rosto, fornecido pela ruiva, queria ir até ele, mas a rosada a impedia, agarrando seus braços – PAPI! SAI DE PETO (perto) DO PAPI, FEIA!
- Quieta pirralha! – irritada, a beta sacudiu a menina com brusquidão, seus dedos apertando com mais força os pálidos bracinhos, a tal ponto que a fez gemer de dor, certamente as marcas dos dedos da mulher ficariam gravados na pele tão pálida quanto à de Sasuke.
- L-larga a minha filha, Sakura. – praticamente sussurrou o ômega, já cansado e machucado, a Haruno sorriu de lado e apenas para provocar o moreno, puxou o braço da menina com tanta força, que acabou deslocando-o, a fazendo gritar desesperada de dor.
- Ups... foi sem querer. – falou com sarcasmo. O moreno a encarou com ódio, seus olhos tornando-se de um cristalino azul, seu odor tornando-se mais intenso, sua forma mudando a um pequeno, porém selvagem animal de pelagem negra como a noite, seu lobo havia tomado o controle e com raiva desmedida, correu até a rosada, sem se importar com os machucados em seu corpo, nem mesmo com os golpes e ameaças da ruiva, que com uma forte patada, foi jogada longe, a fazendo bater na parede e machucar as costas. A beta ao presenciar tal cena assustou-se e colocando-se atrás da chorosa menina, a utilizou como escudo. O moreno então mostrou os afiados dentes, rosnando, para em seguida pular na mulher, só não a mordendo no pescoço porque a mesma colocou o braço na frente. Os verdes olhos refletiram o mais puro pânico, seu braço gotejava sangue, enquanto a mulher gritava pela dor. A menina assustada e ao ver-se livre do agarre, deu alguns passos para trás, chorando, chamando a atenção do ômega, que aproximando-se, lambeu as lágrimas em seu rostinho, a fim de acalmá-la. Todavia um disparo foi ouvido, logo seguido de um ganido do lobo negro, que caiu ao chão, sua forma mudando novamente ao humano, que sangrava das costas pelo tiro da ruiva.
- PAPI! – gritou a pequena, correndo até o maior – Papi... NÃO! – gritou novamente ao ouvir o novo disparo, que atingiu o peito do ômega – Não papi... PAGA (para)! – gritou à mulher, que aproximava-se a ambos, arma em mão, preparada para disparar novamente, quando a pequenina se jogou na mulher, mordendo sua perna e a fazendo gritar de dor e raiva, dando um forte tapa que fez a ruivinha ser jogada longe e bater a cabeça, perdendo os sentidos.
- H-hoshi... – sussurrou o moreno, sentindo-se sem forças, tentando levantar-se, mas era impossível.
- Sakura... – Kushina chamou sua ex-nora, enquanto apontava a arma à cabeça do menor. A rosada, segurando o braço ferido se aproximou, recebendo a arma em suas mãos – Faça. Mate-o. Mate essa aberração. – os olhos da beta arregalaram-se, durante os anos que haviam passado após a descoberta de que ela não era ômega, a rosada havia aprendido a odiar seu antigo amigo, devido ao loiro, que sempre a encarava com reprovação, lhe lembrava seus erros, os apontando a todo o momento, a comparando com Sasuke, lembrando a todo momento deste, graças a tudo isso seu casamento havia ido ao lixo e ela sempre culpava ao Uchiha por isso. Havia aprendido a odiá-lo, mas matá-lo... teria coragem? – Ande Sakura, faça. Faça e terá o caminho livre para ficar com meu filho.
- N-não é verdade Sakura. Não a ouça. E-ela está louca. – falou com dificuldade o menor, sentindo o sangue abandonando seu corpo, sabia que se não fosse atendido logo não resistiria, nem seu filhote – Sakura... por favor, m-meu filhote...
- Cale a boca ômega. – falou a Haruno, suas mãos trêmulas, enquanto seguia apontando ao moreno, a pequenina menina agarrada a este, após ele se arrastar até ela.
- Sakura, p-por favor... é-éramos amigos... não precisa terminar assim... lembra? Amigos para sempre. – e as orbes esverdeadas abriram-se como pratos, suas lembranças retornando a tempos antigos, onde ambos ainda eram felizes.


Flashback on:


Uma pequena menininha de quatro anos encontrava-se agachada na areia da praia, enquanto recolhia as conchinhas que encontrava, sua mãe mais atrás a cuidando, quando sem querer acabou tropeçando e caindo ao chão, derrubando as conchinhas, algumas delas rolando para longe. Começou a chorar, seu joelho doendo pelo recente ralado, enquanto sua mãe corria à seu encontro.

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