Capítulo 9 - Almas Trigêmeas

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Madara Uchiha sempre havia sido um ômega diferente, a seus dezessete anos era um garoto pequeno, de exatos um metro e sessenta e cinco, pele pálida, cabelos negros longos e olhos intensos da mesma cor, sua aparência era delicada e seu perfume doce, algodão doce e rosas. Apesar de toda a fisionomia, sua personalidade era um tanto "única", o ômega era arisco, frio e orgulhoso, nunca deixava nenhum alfa se aproximar e sempre espantava todos os pretendentes que seu pai arranjava, fosse com sua carranca de desgosto ou com suas artimanhas, pelo menos até aquele dia, quando os conheceu.

Era o aniversário de oito anos de Izuna, seu irmãozinho caçula, sua irmã do meio Mikoto, de doze anos, encontrava-se com o pequeno no carrossel, seus pais os observando de longe, quando o primogênito decidiu ir até a banca de algodão doce comprar para os pequenos, francamente odiava aquele doce, o que era até irônico considerando seu cheiro, mas seus irmãos adoravam. Foi ali que os encontrou.


- São 61,64 ienes. – o vendedor falou e o ômega buscou em seus bolsos, retirando o dinheiro, todavia antes de alcançá-lo, uma mão pagou em seu lugar. Confuso, virou-se, encontrando dois pares de olhos distintos, um par escuro e outro avermelhado, eram dois alfas, um sorridente e outro sério. No exato momento em que seus olhares se cruzaram três odores diferentes explodiram, um conhecido de algodão doce e rosas e dois diferentes, o primeiro de limão e ervas e o segundo de pimenta e sândalo.


O ômega sentiu-se tonto e seu corpo esquentou, havia entrado em cio, o que era estranho, pois havia adiantado-se. Vendo o que acontecia, o vendedor, que era um beta, afastou-se, não queria estar no meio do que ocorresse, se um alfa já era para se ter cuidado, não queria nem pensar em dois, principalmente se eles resolvessem disputar o ômega. Mas não foi isso o que ocorreu, pois no exato momento em que os aromas explodiram, as presas dos alfas cresceram e ambos aproximaram-se a passo lento do ômega com a mesma ideia, mordê-lo.

O moreno assustado, tratou de afastar-se, estava apenas no início do cio, ainda podia se controlar, contudo aqueles odores estavam deixando-o zonzo, era demais para o pobre e inexperiente ômega. Os dois alfas, percebendo o temor do menor, liberaram mais seu odor, tratando de acalmá-lo e atraí-lo, o pequeno acabou fechando os olhos, apreciando aqueles perfumes que o transmitiam tranquilidade e excitação, nem percebeu quando os alfas, um de cada lado de seu corpo o acurralaram, as presas para fora, prestes a marcar o pescoço pálido, quando um par de mãos puxou sua presa, era Tajima Uchiha, o pai do ômega, que os encarava furioso, por tentarem se aproveitar de seu filhote.

Com sua esposa levando pela mão os dois menores, Tajima saiu arrastando ao primogênito, levando para bem longe dos dois alfas, que rosnaram pela intervenção do patriarca, ainda assim não puderam evitar que o mesmo levasse a seu ômega.

Depois disso, Madara passou cinco dias trancado no quarto, gritando de dor pelo cio, assustando seus dois pequenos irmãos que ainda não haviam passado pela traumática experiência, o cio parecia ainda mais doloroso depois da chegada dos alfas.

Quando a semana do cio passou, Madara começou a receber presentes, flores, chocolates, bichos de pelúcia e outras coisas de todo o tipo, de alguma forma os alfas haviam descoberto seu endereço e tratavam de cortejá-lo. Passaram a ir à casa do ômega, porém Tajima era um alfa tradicional e não aceitava a ideia que seu filho mais velho pudesse ter dois alfas, principalmente quando estes já estavam comprometidos com outra ômega, uma ruiva muito bonita de uma tradicional família.

Apesar das negativas do patriarca, os alfas não desistiram e com a ajuda dos dois pequenos irmãos de seu ômega, começaram a se corresponder com o moreno, Mikoto e Izuna ficavam animados de levar as cartas dos alfas ao ômega e vice-versa, sentiam-se como verdadeiros espiões.

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