Seu despertador soou e com raiva o socou para que se calasse, levantando com preguiça, como sempre. Coçando a barriga, levou os pés descalços ao gélido chão, andando preguiçosamente até o banheiro, onde se despiu e tomou um quentinho banho, tirando toda a preguiça. Secou-se, colocando o uniforme e fazendo suas necessidades, para em seguida pegar sua mochila e descer ao andar de baixo, encontrando todos já à mesa.
- Bom dia família. – falou já animado, recebendo um sorriso de sua mãe e um assentimento de cabeça de seu pai.
- Bom dia, irmãozinho. – seu irmão ao contrário, também o saudou, tão animado quanto, se sentou ao lado deste e tomou seu café, em meio à conversas e risadas, sentia que hoje seu dia seria muito bom.
Ao terminar o café da manhã, seu irmão o deixou na escola e seguiu à universidade. Adentrou os portões grandes de ferro, encontrando no caminho seus amigos, que o cumprimentaram, comentando sobre suas férias e perguntando sobre as dele.
Naruto Uzumaki era um alfa de dezessete anos, alto, com cerca de um metro e oitenta, altura comum entre os de sua classe, sua pele era de um moreno bronzeado, lábios grossos, cabelos loiro dourados e olhos muito azuis, como o de um dia sem nuvens e seu odor era considerado muito atraente, orvalho e laranja, uma bela combinação em sua opinião. Sua personalidade também o ajudava, era alegre e doce com aqueles que conhecia, com uma grande facilidade para fazer amigos, por isso tinha vários, dentre eles o alfa Shino e seu ômega Kiba, o alfa Lee e seu ômega Neji e o beta Shikamaru, seu melhor amigo de infância.
Ver seus amigos com seus pares o desanimava um pouco, havia terminado seu namoro de três anos com a ômega Hinata, já que a mesma havia encontrado seu parceiro destinado e desde então não havia estado com ninguém, não dizia a ninguém, mas desejava o mesmo, desejava encontrar sua mate, sua Lua e marcá-la para que fosse para sempre sua.
Não conseguiu concentrar-se durante toda a aula e quando o sinal do intervalo soou, imediatamente correu aos banheiros, em completo transe, como se algo o chamasse, um calor repentino fervendo em seu corpo.
- Tem alguém aí? – perguntou, ao perceber a porta trancada, farejando o ar ao sentir a explosão do maravilhoso cheiro de chocolate e amendoim entrando em suas narinas, seus olhos tornando-se vermelhos e seu próprio odor explodindo com intensidade, seu cio havia se adiantado.
Com desespero, começou a girar a maçaneta, chamando a atenção das pessoas à sua volta, que assustaram-se ao ver o alfa tentar arrombar a porta, alguns tentando impedi-lo, levando patadas que os fazia reterem-se em seus lugares.
Quando a porta finalmente caiu, adentrou apressado, encontrando o local vazio e as portas das cabines fechadas. Uma a uma começou a abri-las, sem se importar se haviam pessoas dentro ou não, só queria encontrar logo a ômega com aquele maravilhoso odor doce.
Faltando apenas duas portas, a última delas se abriu, revelando uma assustada garota, que o encarava ofegante. Olfateou o ar, aproximando-se, até deixá-la encurralada contra a parede, suas presas saindo ao sentir o cheiro de chocolate e amendoim forte em suas roupas, tão perdido que nem percebeu que havia outra presença ali, se o odor estava impregnado nela, então ela era quem buscava. Suas presas tornaram-se maiores, prontas para morder a presa à sua frente, quando quatro betas o puxaram, o arrastando para fora daquele banheiro.
Foi trancado em uma sala, até que seus pais, que haviam sido avisados, chegassem. Foi levado para casa, onde passou três dias inteiros retorcendo-se em dor, felizmente o cio dos alfas era curto, porém durante todos esses dias, tudo no que podia pensar era na linda "ômega" que havia visto no banheiro, sua parceira destinada, sua Lua.
Quando o cio passou, ficou feliz em retornar à escola, porém logo lembrou-se que o cio dos ômegas era maior, sua ômega certamente deveria estar em casa, retorcendo-se em dor, ao pensar nisso, seus olhos mudaram de cor, queria estar lá, queria ajudá-la, queria protegê-la.
- Parceira destinada? – seu pai falou, tirando o olhar do jornal que lia e prestando totalmente a atenção em si, afinal não eram todos os dias que um de seus filhos encontrava seu mate.
- Sim... ela é tão linda... tão delicada... – falou sonhador, tudo o que queria era ver novamente aqueles olhos verdes, sentir aquele perfume de chocolate e amendoim que o havia enlouquecido. Seu irmão apenas riu, debochando de sua cara apaixonada, mas não ligou, realmente estava, estava amando – Você vai ver quando for você Dei e eu é que irei rir da sua cara de tonto. – o maior apenas riu.
- Não, isso nunca vai acontecer comigo. – o mais novo apenas riu, seu irmão adorava fazer essa figura de alfa rebelde.
Ao terminar o café da manhã, dirigiram-se cada qual à seu caminho e Naruto adentrou mais uma vez os portões da escola, ganhando os olhares de alguns alunos que haviam presenciado sua cena há três dias, algumas ômegas insinuando-se ao forte alfa, que naquele momento só tinha olhos para uma, uma linda "ômega" que entrava pelos portões. Com a felicidade transbordando, correu até a garota, que assustou-se ao ver o rapaz do banheiro.
- Não... não se assuste, por favor. Eu... queria me desculpar, eu... me descontrolei. – desculpou-se, recebendo o olhar ainda desconfiado da garota – Sou Naruto Uzumaki. – estendeu sua mão na direção contrária, a garota a olhou, erguendo os olhos e encarando as orbes agora azuis, para em seguida olhar novamente a mão estendida.
- Sakura Haruno. – finalmente tomou a mão maior, em um leve aperto, o alfa sorriu grandemente.
- Sakura... é um lindo nome, tão lindo quanto a dona. – as bochechas da garota se tingiram de vermelho e a mesma sorriu acanhada – Mas... diga Sakura... não deveria estar em casa pelo cio? – os olhos da garota arregalaram-se, o alfa pensava que ela era o ômega de três dias atrás?
- Eu... – antes que dissesse qualquer coisa foi interrompida.
- Não importa, fico feliz que esteja bem. Eu... acho que temos que conversar... – e já sem conseguir esconder o que pensava, soltou a bomba – eu acho que somos destinados... e você é minha Lua. – a garota impactada paralisou, ouvindo o precioso alfa tagarelar sem parar e em sua cabeça, várias pensamentos e lembranças passaram e foi por isso que tomou a decisão – E então... o que diz? Sei que é apressado, mas tenho certeza que você é minha ômega e eu sou seu alfa, temos de estar juntos. – a Haruno sorriu, para em seguida responder.
- Eu concordo e aceito, aceito ser sua namorada... alfa.Os dias que se seguiram foram maravilhosos para o alfa, sua ômega era linda, tudo o que sempre havia querido, achava estranho não sentir novamente o cheiro de chocolate e amendoim, porém a garota o havia explicado que tomava supressores, para não chamar a atenção, já que seu cheiro era muito forte. O alfa acreditou e lhe contou coisas dele, sobre sua infância, amigos e família, recebendo sorrisos em resposta, a "ômega" lhe contando algumas coisas também, em especial sobre seu melhor amigo um "beta" moreno de nome Sasuke, que o havia deixado curioso pelas diversas histórias que havia ouvido da infância de ambos e de como se metiam em encrencas pela personalidade ousada do "beta".
- Naruto-kun... – à semana seguinte, sete dias após havê-la conhecido, a mesma o encontrou em sua sala e o alfa abriu os braços para recebê-la, seus lábios selando-se em um fogoso beijo, que só foi quebrado pela falta de ar – Sasuke voltou, quero que o conheça. – falou, o alfa sorriu, finalmente a "gripe" do "beta" havia acabado e poderia conhecer o famoso amigo de sua namorada. Foi guiado até o refeitório, com os dedos femininos pintados agora de rosa entrelaçados aos seus, onde encontrou um pequeno garoto de cabelos negros e feições delicadas. – Sasuke, queria apresentar o Naruto... meu namorado. – e algo em seu interior se moveu dentro do loiro.
- Meu. – uma voz, a voz de seu lobo falou em seu interior, porém o Uzumaki não deu importância, afinal já havia encontrado sua ômega... não?
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Almas Trigêmeas
FanfictionUma rejeição, um casamento, um abandono e um novo encontro. Naruto não estava preparado para encontrar a seu destinado e menos ainda que este não fosse o que esperava. História também postada no Spirit.