O alfa menor levantou-se com os olhos muito abertos, em choque, havia ouvido errado? Não era filho de Kushina? Não, não podia ser verdade, mas pensando bem, fazia sentido, sua mãe sempre o havia tratado tão mal, desprezado de uma forma que ele nunca havia entendido, agora as coisas se encaixavam.
- N-não... não... e-eu... n-não... – negou, seus olhos cristalizando-se, enquanto ainda em choque, dava passos para trás.
- Deidara... filho... – o maior também levantou-se, tentando aproximar-se de seu filho, que a cada passo seu, retrocedia.
- Não, não é verdade... – mas seu primogênito se negava a acreditar. Levou as mãos à cabeça, bagunçando seus longos cabelos, para em seguida levá-las aos próprios ouvidos, os tapando, não querendo ouvir o que seguia.
- Filho, por favor... – tentou chamá-lo à razão, mas o mais novo não ouvia, continuava negando com a cabeça, as mãos nos ouvidos.
- NÃO! Não é verdade... – gritou, para em seguida sussurrar, como se somente agora a ficha caísse – Pai... não é verdade... – finalmente tirou as mãos dos ouvidos, deixando que as lágrimas corressem por sua face, para logo sentir os braços de seu pai o abrigando em um cálido e necessitado abraço.
- Eu sei que é difícil, mas... é a verdade. Kushina não é sua mãe, pelo menos não biológica. E pode ter certeza, que mesmo de longe, sua mãe, meu ômega, sempre te amou e zelou por você. – garantiu o maior, separando o abraço e tomando o rosto de seu filho, para encará-lo aos olhos.
- Como... por que... – mas ele não era capaz de formular nenhuma frase, as gotas quentes abundavam por seu rosto.
- Ele jamais quis te deixar, disso você pode ter certeza, mas não tínhamos escolha. Você estava muito doente e não tínhamos dinheiro para o tratamento, então eu aceitei, aceitei a proposta do meu pai, era a única forma de te manter a salvo. Troquei meu ômega e minha vida e família com ele pela sua vida e não me arrependo, porque você e seu irmão são o que tenho de mais precioso. – o de cabelos longos abaixou a cabeça, levando as mãos novamente a esta, buscando controlar a dor que crescia a cada segundo em seu peito – Abandonei meu ômega, me casei com Kushina e fizemos dela sua mãe. Pensei que seria por pouco tempo, apenas até que você se recuperasse e aí eu iria embora e seríamos novamente uma família, mas as coisas não foram assim. Sua saúde era frágil e até os dez anos você passou por muitos tratamentos e quando finalmente se recuperou e sua saúde se estabilizou, você já era grande, grande o suficiente para entender as coisas e eu fiquei com medo, fiquei com medo de te contar a verdade e que você me odiasse, nos odiasse. Além disso, Naruto já havia nascido e eu havia criado uma família com Kushina, acabei me afastando de meu ômega, mas ele sempre, sempre procurou estar presente, sempre procurou te cuidar, mesmo de longe, porque você, mesmo que não acredite, é o que ele mais ama nesse mundo.
- Q-quem... quem é? Q-quem... é... – perguntou, o maior abaixou a cabeça, soltando um suspiro.
- Você o conhece, sempre se deu muito bem com ele, é professor na escola primária. – os olhos azuis arregalaram-se, cheios d'água.
- O-o professor do j-jardim de infância do N-naruto? – seu pai assentiu e o menor sentiu seu ar faltar, lembrava-se muito bem do professor de jardim de infância de seu irmãozinho, aquele que sempre que o via, vinha o cumprimentar e abraçar com um sorriso caloroso, aquele que sempre lhe levava presentes em seus aniversários e pirulitos nos intervalos, o professor que mais havia gostado em sua escola e o qual havia sido seu primeiro amor de infância, o ômega Iruka.
(...)
A chuva caía com força nos vidros da janela, ambos ômegas encaravam-se preocupados, seu alfa estava demorando, desde que havia saído para falar com o pai, há horas atrás, não dava notícias e nenhum dos dois sabia o que fazer. Já haviam ligado para Minato, mas o mesmo afirmava que Deidara havia saído há horas, onde então o alfa poderia estar? Foi então que a campainha tocou e com pressa, o ruivo correu até a porta, a abrindo, para encontrar com um completamente empapado loiro, que assim que o viu, deixou as lágrimas mais uma vez escorrerem por sua pele, enquanto pulava no menor, o abraçando com força e permitindo que os soluços escapassem de sua garganta.
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Almas Trigêmeas
FanfictionUma rejeição, um casamento, um abandono e um novo encontro. Naruto não estava preparado para encontrar a seu destinado e menos ainda que este não fosse o que esperava. História também postada no Spirit.