Capítulo 26 - Julgamento

191 31 0
                                    


Uma semana havia passado e todos agora encontravam-se nervosos, finalmente havia chegado o dia do julgamento de Naruto e este encontrava-se uma pilha de nervos. Havia sido o primeiro a acordar e ao descer as escadas, os três outros integrantes da casa encontraram-no em meio a pilhas de panquecas que haviam sido preparadas pelo alfa após este ter acordado às quatro da manhã.


- Uauuuu... panqueca! – gritou a pequena menina feliz, vendo as pilhas de alimentos, os dois adultos ao contrário, apenas encararam preocupados ao mais alto deles.
- Naruto... – Sasuke sussurrou, mas este não o encarou.
- Preparei essas panquecas que nossa pequena pestinha havia pedido e olha... também tem mel, chocolate, bacon, morango... – falou o alfa nervosamente.
- Naruto... – o menor andou até o mencionado, pousando uma mão no ombro deste, que se afastou.
- Ah, e também fiz café, chocolate quente e... – foi interrompido pelo ruivo, que usou a voz de comando.
- Naruto... – apesar de não funcionar em alfas, acabou chamando a atenção do alfa mais novo, que paralisou, seus olhos enchendo-se d'água, sendo o suficiente para que o moreno pudesse se aproximar e envolver a este em um cálido abraço, que logo foi preenchido pelos soluços do maior.
- Tudo vai ficar bem, você vai ficar bem. – animou o ômega, enquanto liberava seu odor para acalmar ao mais velho, seus olhos também cristalizando-se. Gaara logo foi ao encontro deles, envolvendo a ambos corpos, um mais baixo e um mais alto, em seu abraço, enquanto a pequena menina ladeava a cabeça confusa, para então correr até os três adultos e abraçar-se às pernas destes.


(...)


A pequena Hoshi foi deixada junto ao ômega ruivo Sasori e os outros pequenos, enquanto Deidara e Itachi acompanhavam à Naruto, Gaara e Sasuke ao tribunal, o loiro sentado logo à frente, junto a seu advogado, enquanto os outros dois aguardavam ansiosos, o ruivo na sala em que estava o Uzumaki e o moreno em uma separada, junto às demais testemunhas, seus lobos internos arranhando nervosos, esperando que tudo terminasse bem.

As testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas e mesmo as famílias do alfa morto e os demais, que haviam sobrevivido, tendo acusado ao Uzumaki e tentado virar as coisas e o fazer ficar como o vilão da história, o testemunho de Sasuke e as imagens das câmeras de segurança foram o bastante para absolver ao loiro, que foi considerado inocente, por ter agido em legítima defesa, para defender à seu ômega e a filhote deste.

Ao ouvir a decisão do juiz, a mãe do alfa morto gritou e correndo até o Uzumaki, tentou atacá-lo, sendo impedida pelos policiais, que a levaram à outra sala, a fim de se acalmar. Naruto, agora livre, correu até seus mates, juntando seus lábios aos destes, para em seguida envolver os dois corpos menores em um abraço, sentindo-se aliviado, livre, sabendo que agora de verdade poderia reiniciar sua vida, junto à sua família, a família que havia aprendido a amar, que não era de seu sangue, mas que havia sido destinada a si.


(...)


Todos estavam comemorando do lado de fora do Tribunal de Justiça, Naruto ria alegremente em meio à seus dois mates, tomado das mãos de ambos, enquanto ouvia as histórias engraçadas de seu irmão, mas todo o ambiente feliz foi substituído por um tenso, quando uma esbelta ruiva parou à sua frente.


- Naruto... – a mulher o nomeou e o sorriso se desmanchou de seu rosto, sendo substituído por um forçado, já que ainda não havia contado à sua mãe a respeito de Sasuke e Gaara.
- Okaa-san... que bom que está aqui. – expressou, para logo levantar-se do banco que estava sentado e andar até a Uzumaki, que o envolveu em um abraço.
- Meu bebê, estava tão preocupada. – falou, separando o abraço e colocando as duas mãos, uma em cada bochecha deste, que era mais alto que ela.
- Eu sei okaa-san, me desculpe. – desculpou-se, para logo em seguida olhar para trás, na direção de seus parceiros e com um movimento de cabeça os dizer para aproximarem-se – Okaa-san, estes são...
- O que esse ômega faz com você aqui, Naruto? Depois de tudo o que ele fez? Depois de quase ter-lhe feito ir à prisão? Como se atreve aberração? – o último falou para o ômega, que franziu as sobrancelhas incomodado.
- Eu não... – iria se defender o moreno, todavia antes de o fazer, foi interrompido.
- É o meu ômega okaa-san e peço que por favor, não fale assim dele. – quase como uma ordem, falou o loiro, para o incômodo da ruiva, que apertou os punhos irritada.
- Não posso acreditar que deixou uma esposa perfeita como Sakura-chan para ficar com essa... aberração. – expressou irritada.
- Oe... não fale assim do meu irmão. – dessa vez foi Itachi quem falou, separando-se de seu marido e indo até sua "sogra", que em nada se assemelhava a isso, já que desprezava ao próprio filho, essa sorriu de lado ao vê-lo.
- Mas o que temos aqui... a aberração de meu "filhinho" mais velho. – expressou com sarcasmo a mulher – É tão fraco que ainda não ensinou como se comportar à sua aberração? – dessa vez dirigiu-se à Deidara, que os encarava sem expressão – Você sempre foi um fraco, uma decepção, um...
- CHEGA KUSHINA! – todos sobressaltaram-se ao ouvir o grito de Minato, que havia utilizado a voz de comando, fazendo encolher aos dois ômegas e arrepiar aos alfas, incluída a mulher, que imediatamente parou de falar – A única decepção aqui sempre foi você, jamais deveria ter me submetido às suas vontades. – essa sorriu de lado.
- Mas submeteu. Você também Minato, sempre foi um fraco, na verdade é pior que ele, escolheu a mim e a herança ao invés de seu "ômega". – fez aspas com os dedos, todos se surpreenderam e mais ao ver como o alfa loiro abaixava a cabeça com culpa – Fraco. E você aberração... – dessa vez girou-se à Sasuke – não pense que irá ficar com meu filho, o lugar dele é o lado da esposa dele.
- Ex. Sakura não é mais minha esposa e jamais voltará a ser. – lembrou o loiro com segurança, a matriarca apenas sorriu de lado.
- Veremos. – e foi o último que disse, para então deixar um beijo na bochecha de Naruto e ir embora, deixando a todos atônitos para trás. Após não vê-la mais, todos os olhos voltaram-se ao loiro Namikaze, que ainda encontrava-se cabisbaixo, com os olhos repletos de lágrimas contidas.
- Pai? – mas o patriarca não disse nada, apenas foi embora, deixando todos com perguntas sem respostas.

Almas TrigêmeasOnde histórias criam vida. Descubra agora