Capítulo XXVII

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Segurei-me com todas as forças que consegui reunir para que não partisse para cima de Simon. Aquele desgraçado estava embaixo dos nossos narizes durante todos esses tempos! Era claro que os hotéis do meu pai estavam quase fora de cogitação para mim. Especialmente porque haviam eles sido roubados por Cowell no passado. Afinal, como papai não percebeu? Estava claro que não havia maneiras dele não ter percebido. Meu pai não era burro. Mas teria ele feito um acordo ou algo do tipo para fazer vista grossa?

— Parece surpresa em me ver aqui, Moreau — Desdenhou ele, sorrindo — Quer saber o motivo?

Com um olhar, Zayn encarou-me como se dissesse: "não caia nas provocações dele".

— O que você quer, Simon? — Malik quis saber aparentemente despreocupado ao passo que tirava sua máscara. Ele estava jogando o mesmo jogo de Cowell.

— De tantos lugares para você e seu... — Simon buscou palavras para defini-los ao gesticular, cuspindo as palavras com certo nojo — Grupinho roubarem, por que escolher justo o meu hotel? Devolva tudo agora.

"Meu hotel"?

Não sei do que você está falando — Zayn fez-se de desentendido — Viemos apenas curtir um pouco. Você não disse que eu poderia vir aqui?

— Então está dormindo com essa aí? Você teve uma brusca descida de nível, temos de concordar — Simon insistiu.

— Não veja coisas onde não tem — Zayn trincou o maxilar. Nesse ponto, eu já não estava entendendo nada — Ou esqueceu do nosso trato?

— Não, eu não esqueci — Afirmou ele — Tanto que estou esperando que o cumpra. E então, não vai vingar-se de quem matou sua família? Ande, você precisa matar a família dele também.

— Estou cuidando disso — Comunicou de repente frio — Só a trouxe aqui para que as pessoas a vissem. Joseph não conseguirá ao menos dar-lhe adeus.

— O que? — Perguntei quase sem voz.

— Esperava outra coisa de um criminoso além de te usar?Cowell indagou diretamente a mim, com as pernas cruzadas — Certo, se vai fazer mesmo isso, faça agora — Ele então fez sinal para que um de seus capangas trouxesse uma arma e que a entregasse à Zayn — Vamos, mate-a na minha frente para que tenhamos todos certeza. Ninguém aqui vai ligar, com tanto que não pare a música.

Mal pude dizer uma só palavra. Meu peito arfava em busca do olhar de Malik que concentrava-se apenas no de Simon.

— Eu não sujo minhas mãos — Ele declarou após segundos, devolvendo a arma à quem a segurava anteriormente e arrumando os botões de suas mangas do paletó — Pode ficar com ela, se quiser.

— Espere. O que? — Minha respiração me cabia pouco, minhas pernas fraquejavam ao vê-lo dar-me as costas e se misturar em meio aos outros convidados.

Seus passos foram lentos e bastante decididos.

— Bem, parece que ele não gostava tanto assim de você, Moreau — Comentou Cowell despreocupado — Terei misericórdia de você e deixarei que viva aqui comigo para que eu torture sei pai aos poucos. Já Zayn sabe coisas demais. Eu sei que ele descobriu o que fiz e está com algo que me pertence. Ele não vai embora — Seus braços se movimentaram em um gesto para seus seguranças — Não vivo, pelo menos.

Os homens partiram para cima de Malik, que defendeu-se com agilidade, como se esperasse-os a tempos. Golpeou de uma só vez alguns deles e os jogou sem piedade no chão. Seus esforços foram quase mínimos para lutar contra diversos indivíduos fortes e bem preparados. Todos os convidados da festa se afastaram assustados com uma pequena onda de gritaria crescendo. A música cessou no instante em que Zayn derrubou o último homem e então visualizou Simon com uma arma apontada para a minha cabeça enquanto tirava minha máscara para que ele visse o desespero exposto no meu rosto no instante pálido. Não tive tempo o suficiente para reagir, apenas percebi  tudo tarde demais. Para meu espanto, Zayn rendeu-se com as mãos erguidas minimamente ao alto. Seu nervosismo parecia crescer.

Stockholm Syndrome? I [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora