Capítulo XXVIII

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— O que tem no HD? — Curiosa, perguntei finalmente. Aquilo poderia ser qualquer coisa e estava começando a deixar-me nervosa.

Zayn olhou pelo retrovisor, prestando atenção no trânsito já que havia tomado a direção da van depois de um tempo. Estávamos a algumas horas na estrada e a escuridão da noite era silenciosa. Talvez toda quietude se desse pelas luzes internas do automóvel desligadas e também pelo fato de todos estarem dormindo. Estávamos apenas nós dois acordados e ocupavámos os bancos da frente.

— Nada — Respondeu de forma rápida, sem esboçar qualquer sentimento além de um grande incômodo.

— Como "nada"? — Insisti, ajustando meu tom de voz — Você ia me deixar naquela merda de hotel por causa dele! O mínimo que poderia fazer é me contar o motivo.

Malik balançou a cabeça em negação e passou a mão pelo rosto, frustrado.

— Eu não ia te deixar lá, eu já disse. Aquele HD é algo que preciso.

— Se não percebeu, sua resposta foi extremamente vaga — Retruquei.

— Era a intenção, detetive — Murmurou Zayn — Há algumas informações nele que podem incriminar Simon — Ele respirou fundo — Elas podem reabrir a investigação do assassinato da minha família e muitos outros que ele orquestrou.

Assenti.

— E o que você pretende fazer agora? — Indaguei, minutos depois.

— Vem cá, eu vou ter que te contar tudo só porque está com raiva?

— Sim.

Sua expressão se contraiu em puro tédio.

— Eu não tenho planos, ainda — Zayn falou de forma honesta — Só no que penso agora é encontrar algum lugar para dormir. Falando nisso, achei.

Ele apontou imediatamente para um hotel na beira da estrada. O lugar era, de certa forma, peculiar. Não parecia haver quartos para todos.

— Eu não sei o que se passa pela sua cabeça — Comecei a rir — Mas estou começando a duvidar que você saiba matemática básica. Como vão caber vinte e poucas pessoas dentro daquilo?

— Nós já dormimos lá antes — Informou ele me olhando por um segundo e levantando as sobrancelhas — Aliás, a dona de lá é muito... hum... simpática.

Havia algo a mais em sua forma de falar que me revelava uma estranha sensação. Assim que paramos em frente ao estabelecimento, Zayn acordou a todos os indivíduos que estavam na van e, de forma rápida, eles se levantaram animados ao reconhecerem o lugar. O que Zayn estava omitindo?

— Vamos, pessoal. Peguem as mochilas e façam sinal para a outra van parar quando passar por aqui — Malik deu as ordens de forma clara — Já são onze da noite, à propósito.

Hassan pulou em seu colo e voltou a dormir. Caminhamos pelo extenso gramado que levava até o minúsculo hotel. Quando adentramos o lugar, descobri a razão pela qual eles desejavam tanto estar ali. O motivo tinha olhos castanhos e pele bronzeada, muito bonita, aliás. Usava um jeans que deixava claro as curvas sinuosas de seu corpo. Como poderia alguém ser tão atraente daquela forma?

— Meninos! Vocês por aqui?!

— Oi! — Responderam eles em uníssono. Todos os olhares estavam fixos nela, exceto o de Zayn que se preocupava em me encarar de forma divertida.

— Minha querida Cameron! — Malik exclamou, segurando-se para não rir — Precisamos de um quarto. Urgentemente — Ele apontou com o queixo para o garoto que segurava nos braços — Tem alguma coisa para nós?

Stockholm Syndrome? I [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora