Capítulo XXXVII

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Descobri que Liam, surpreendendo-me, havia mandado consertar minha moto — sabendo que eu a amava — logo depois que me sequestraram. Ele cuidou de tudo para que continuasse como estava e, tenho que admitir, a revisão dela melhorou seu rendimento. Lembrei de agradecê-lo muito em breve.

Acelerei o mais rápido que pude até a delegacia, lugar onde Louis, Liam, Niall, Zayn e Harry aguardavam até o julgamento que os condenaria à prisão por incontáveis anos, se não perpétuos. Balancei a cabeça várias vezes para afastar esse pensamento negativo e desci com pressa da moto, estacionando-a na vaga do delegado e levando o capacete comigo.

— Bom dia! — Falei ao policial que cuidava da recepção. Adentrando a delegacia enquanto praguejava em som quase inaudível palavras de baixo calão, o delegado caminhou com sua pasta de couro em mãos e a gravata frouxa. Parecia atrasado — Bom, acho que tem alguém aqui que não está em um bom dia — Observei dirigindo-me ao recepcionista que abafou uma gargalhada — Bom dia, delegado!

— Não, o Sr. Payne já não está mais no caso, se não ficou sabendo, Moreau — Respondeu ele, visivelmente irritado — Eu quero saber quem foi o espertinho que estacionou a droga de uma Kawasaki azul na minha vaga!

Abaixei meu olhar para o chão, evitando contato visual. Se soubesse que havia sido eu, ficaria uma fera.

— hum... Delegado? — Tentei chamar sua atenção.

— O que foi?

— Não sei se o senhor sabe... — Acompanhei seus passos até sua sala, todavia no seu encalço — Mas eu estava com o caso daquela quadrilha bem antes deles me sequestrarem. Logo então, devo retomar minhas investigações, começando com interrogá-los agora mesmo.

— Quem autorizou? — Perguntou sem muito entusiasmo, mais preocupado em limpar a mancha de café na sua camiseta branca amarrotada.

— O Sr. Aveyard, chefe do departamento de investigações criminais de Londres — Sorri — O meu superior. Ele disse algo sobre ser importante que eu continue meu excelente trabalho e agora tenho ainda mais motivação para comprovar todos os crimes deles já que me sequestraram!

Aquilo era verdade. Eu havia ligado para o senhor Aveyard mais cedo e o mesmo me incentivara a prosseguir.

— Tem certeza? — Indagou outra vez, ressabiado — Você é uma testemunha do caso...

— Ainda melhor, segundo o Sr. Aveyard. Não queremos irritá-lo, não é, delegado?

Ele me encarou de soslaio, pedindo para que eu aguardasse na sala dois, local onde a informalidade era a principal característica, já que aquilo não era de fato um interrogatório. Para o delegado, era apenas uma jogada minha para descobrir mais informações sobre algumas obras de artes que permaneciam desaparecidas e que Zayn e o seu pessoal não haviam negociado. A desculpa funcionou perfeitamente.

Minutos se passaram até que a porta foi aberta, revelando dois policiais que arrastavam alguém algemado pelos corredores.

— Cuidado aí, meu querido — Reconheci ser Zayn, tirando sarro dos pobres policiais enquanto passava as mãos no conjunto cinza composto por camiseta e calça de algodão que provavelmente havia dado-lhe para vestir — Vai amassar minha roupa nova.

O delegado apareceu logo em seguida pela outra porta, em frente à qual Zayn entrou.

— Delegado! Há quanto tempo! Meia hora, exatamente. Acho que estamos progredindo — Zayn continuou a brincar com a situação de forma despreocupada, respondendo a si mesmo já que não obteria as respostas que desejava — O que essa detetive sem graça está fazendo aqui?

Stockholm Syndrome? I [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora