Capítulo XLII

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Os dias passaram-se insossos e sem qualquer vestígio de alegria, exceto pelo fato de que eu estava cada vez mais perto de conseguir a guarda definitiva de Hassan e de que meu filho ou filha crescia cada vez mais. Para meu alento, não havia quase diferença no tamanho da minha barriga conforme progrediam as semanas. Com três meses de gestação, eu já poderia ir à consulta para descobrir o que era exatamente o bebê que eu carregava dentro de mim. Contudo, Zayn não estaria comigo para partilhar da mesma alegria. Era eu contra o mundo e isso me assustava. Apesar de não ter tido chances para vê-lo outra vez desde o julgamento, Emma foi até o presídio de segurança máxima onde os cinco estavam com o pretexto de falar com nosso irmão às escondidas. Acabou por contar a eles meu estado, deixando Louis e Liam extremamente contentes porque seriam "padrinhos". Emma relatou-me que Zayn parecia magoado por não estar junto a mim nessa situação intensa. Já Niall e Harry, considerando-se como irmãos de Malik, se contentaram com o título de "titios''.

Assim que saí da consulta médica, alegre com a noticia dada pelo médico em relação ao sexo da criança e sua saúde perfeita, Isabella reclamava de meu entusiasmo, apesar de vibrar junto e sorrir feito uma maluca.

Tudo bem, já chega — Disse ela, contendo a empolgação — Quero ser a primeira a comprar um terninho azul para o primeiro aniversário do meu sobrinho e enchê-lo de carrinhos!

Bella, já parou para pensar que ele pode não gostar de se vestir assim ou brincar com carrinhos? — Indaguei, preocupada — Sabe que tem garotos que preferem roxo ou então rosa, não sabe? E gostam mais de bonecas também.

Mas e se gostar? — Rebateu, irritada — Louise, você me estressa. O menino nem nasceu ainda e você já quer construir uma personalidade para ele?! Certo, a roupa vai ser rosa, então — Dando ênfase na primeira palavra, prosseguiu — Maaas, ainda vai ser um terninho.

Assenti, rindo. Tinha ciência de que não adiantaria de nada discutir.

Isabella despediu-se com o intuito de comprar o tal terno rosa e contar a nossas irmãs, Stephanie e papai sobre a informação dada a ela em primeira mão. Emprestei dela seu carro, ponderando que deveria evitar andar de moto para correr menos riscos. Quando dei por mim, já havia chegado em frente a prisão, desligando o automóvel e saindo do mesmo. Praticamente voei pelo estacionamento e recepção, onde menti minha identidade e fingi ser Kendall, usando seu nome para visitar nosso irmão. O sistema de segurança de lá era diferente. Os presos não poderiam sair de suas celas em hipótese alguma além de tomar sol e almoçar de vez em quando juntos, restando a mim caminhar até lá.

Observei Louis no fundo de sua cela, solitário e pensativo. Parecia exausto e magro naquele uniforme laranja horrível. A escuridão aparentava consumi-lo aos poucos.

Louis? — Chamei-o, fazendo sua atenção se voltar a mim. Ele grudou-se nas grades rapidamente, olhando para os lados e assegurando-se de que os policiais não prestavam atenção — Irmão...

Louise, meu Deus! — Falou também em francês, respirando fundo — Senti tanto a sua falta. Em cada segundo — Ele sorriu encarando a região do meu abdômen — Então quer dizer que você está... ah, céus! Eu vou ser titio e padrinho, não vou?

Ele adoraria ter você como padrinho, mas sabe que não dá, Lou — Lamentei, triste.

"Ele"? Um menininho! Meu segundo sobrinho, depois de Hassan, claro, é um garotinho também!

Sorri esperando que não parecesse estar com dor. Ele sabia da minha adoção provisória de Hassan. Nossa conversa durou pouco até que alguém na cela ao lado chamasse por minha atenção, alegando sua vontade em entender nosso diálogo. Era Liam com seu peculiar sorriso em meio ao caos. Descobri que os próximos dois confinamentos fechados eram de Harry e Niall. Troquei algumas palavras com eles e soube que estavam separados do resto dos presidiários porque haviam arrumado brigas por diversas partes. Não ficavam presos no mesmo recinto devido ao receio dos policiais de que organizassem uma fuga durante o tempo passado juntos. Na última cela, a mais sombria e afastada, Zayn permanecia calado apesar de notar minha presença.

Stockholm Syndrome? I [Z.M]Onde histórias criam vida. Descubra agora