Prólogo

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Sorrento, Itália, em novembro de 1998

Eduardo estava sentado em seu escritório, mergulhado em uma pilha de documentos relacionados à investigação que conduzia contra Marfim, o líder da Máfia italiana. Seu escritório, uma sala escura e claustrofóbica, estava abarrotado de pastas empoeiradas e papéis amarelados. As paredes estavam decoradas com fotografias de sua família, lembrando-o constantemente do motivo pelo qual estava disposto a enfrentar tal perigo. Havia meses de trabalho árduo, mas finalmente ele estava se aproximando das evidências necessárias para colocar Marfim atrás das grades. A cada nova prova que encontrava, a determinação crescia em seu olhar.

As suspeitas iniciais sobre contrabando logo deram lugar a informações muito mais sombrias e perturbadoras. As próprias investigações de Eduardo revelaram que Marfim não apenas estava envolvido em contrabando, mas também em atividades criminosas extremamente nefastas. Ele estava vendendo drogas em grande escala, explorando pessoas como escravos e lucrando enormes somas de dinheiro com empresas de fachada. Cada peça de informação descoberta era mais chocante do que a anterior, como se o submundo do crime estivesse se desvendando diante de seus olhos.

Eduardo sentia o peso da responsabilidade em suas costas, sabendo que cada dia que passava, mais pessoas sofriam nas mãos desse criminoso impiedoso. Seus ombros estavam curvados sob a pressão, mas sua determinação não vacilava. Ele estava decidido a levar Marfim à justiça e acabar com a rede de crime que ele construíra, não apenas pelo bem da sociedade, mas também pelo bem de sua própria família.

No entanto, Eduardo sabia que o caminho que escolhera estava repleto de perigos. Ele não confiava em ninguém além de sua esposa, Débora, cujo apoio incondicional era seu maior conforto. Juntos, eles haviam decidido manter a investigação em segredo, conscientes de que um único passo em falso poderia custar suas vidas. À noite, eles se sentavam à mesa da cozinha, sussurrando sobre os desenvolvimentos do dia, as sombras da incerteza dançando em seus rostos.

O casal vivia constantemente sob tensão, sabendo que qualquer deslize poderia atrair a atenção dos homens de Marfim. No entanto, a motivação de Eduardo para acabar com a máfia era maior do que qualquer medo que pudesse sentir. Ele queria um futuro melhor para sua família e para as pessoas inocentes que sofriam nas mãos daquele tirano. À medida que os meses se passaram, a investigação avançou cada vez mais perto de Marfim, transformando o jogo em uma perigosa corrida contra o tempo.

Entretanto, o perigo aumentou de forma alarmante quando Eduardo recebeu uma ameaça aterrorizante. Uma noite, ao chegar em casa, encontrou um envelope deixado à sua porta. Dentro dele, havia uma mensagem escrita em letras ameaçadoras: "Se você continuar com suas investigações, o sangue de seu filho manchará suas mãos." O coração de Eduardo gelou ao ler aquelas palavras. Ele sabia que Marfim era capaz de tudo para proteger seus interesses, e agora sua família estava diretamente sob ameaça.

Eduardo, com o coração acelerado após ler a ameaça, sabia que precisava buscar ajuda. Ele pegou o telefone e ligou para seu amigo de longa data, Antonio, que ele sempre considerou um irmão. No entanto, o telefone tocou várias vezes, e ninguém atendeu. Eduardo começou a se preocupar e ligou novamente, mas a chamada foi direcionada para a caixa postal. Pensando que algo estava errado, Eduardo decidiu tentar outro amigo de confiança, Luca. Ele discou o número de Luca e esperou, mas a ligação também foi direcionada para a caixa postal. Uma sensação de traição o envolveu. Seus melhores amigos, aqueles em quem ele mais confiava, estavam agora inacessíveis quando ele mais precisava de ajuda.

Determinado a proteger sua família a qualquer custo, Eduardo saiu de casa às pressas, deixando um bilhete para Débora com instruções para seguir em direção a um local seguro caso ele não voltasse em breve. Ele sabia que não podia confiar em mais ninguém além de sua esposa.

Senhor DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora