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Anastásia

Uma semana depois.

Uma semana se passou e eu sentia tanto a falta da minha mãe, eu ainda não tinha ido em casa, e eu precisava mudar isso. Eu tenho que enfrentar essa situação. Preciso voltar para casa, já fiquei tempo demais aqui, o Roger, pai de Kate é um homem muito legal, Kate se tornou uma grande amiga, e também tinha Aurora, a irmã de Kate de quatro anos que era uma fofa, ela gostou muito de mim e não desgruda de mim desde então, e eu gostei dela, ela tinha os olhos azuis iguais os meus e o cabelo dela era de um tom de loiro mais para o mel, Kate dizia que éramos parecida. E eu revirava os olhos, a garota não tinha nada haver comigo. Helena era a única que não compartilhava o ambiente comigo, não sei se fiz algo. Mas uma noite estávamos todos pronto para dormir, ela era a única que já dormia, mas então dei um pulo da cama, com gritos que era de Helena, abri a porta e fiquei no corredor, Kate também. Nos olhamos assustada.

- o que será que ela tem ? Algum pesadelo. ..?

- Eu acho que sim, sempre teve pesadelos, mas nunca a vi assim tão mal antes. - Kate diz preocupada.

Ficamos em silencio olhando para porta e ouvimos ela chorar, um choro dolorido, eu sinto dó dela nesse momento o que que ela tenha sonhado. Feriu muito ela.

- Eu não consigo Roger, ela, eu sinto falta dela. Eu queria ela, não consigo te-la. Por culpa dela. Por ela parecer tanto com ...

- Não é culpa dela amor, não pense assim. Você estava indo tão bem. Não a culpe por isso....

Olho para Kate e sinto uma dor no coração. Será que o pesadelo dela tem haver comigo ? Será que ela me culpa por minha mãe ter partido ou algo assim..? Ando até o quarto e deito. Ouço Kate pergunta se está tudo bem com a mãe e não ouço mas nada, apenas o passo de Kate até o quarto.

- tudo bem. .?

Eu assinto, ela me observa por um tempo e acaricia minha cabeça e deseja boa noite.

Eu quase não consigo dormir de noite pensando em Helena, em pensar que talvez ela me culpe. Ela e minha mãe eram bastante amigas segundo Kate, Kate conhecia bastante minha mãe e até chamava de tia. Eu fiquei chocada com a revelação. Eu era a única que não sabia pensei que não houvesse segredo entre mamãe e eu, mas tinha. Infelizmente tinha.

...

Era de manhã cedo, eu estava pronta com a minha roupa de uma semana atrás, arrumei a cama e jeitei o quarto. Deixei as roupas que Kate tinhá me emprestado todas no guarda - roupa e o quarto está todo arrumado. Nem parecia que eu estive ali. Peguei um papel e caneta e deixei um pequeno agradecimento a todos ali. Eu era grata. Muito mesmo. Mas eu precisava ir, eu não podia incomodar Helena, e nem poderia olhar para ela, não por mágoa ou raiva, mas vergonha. Eu estava intrigada em por que ela me culpa de matar minha mãe, quando eu apenas ajudei. Mas então depois de escrever o meu bilhete, deixei no meio da cama e sai assim como eu entrei, eu precisava enfrentar a realidade, sem mamãe, sem ninguém. Apenas eu.

Ao chegar em casa, a realidade bateu, eu me joguei no sofá e chorei tanto, tudo lembrava mamãe, tudo me fazia lembrar dela e doia. Duas semanas se passou e eu apenas vivia no automático. Kate, nem Helena e nem Roger vieram atrás de mim, por que viriam ? Eu não era ninguém para eles. Suspirei e peguei as correspondência que tinha chego a um tempo, eram cartas da faculdades, das três que eu esperava ser aceita, duas era de fora da cidade, eu fui aceita em Seattle, a outra era na minha cidade. Pelo menos um pouco de felicidade, pena que eu não tinha com quem comemorar. Segui até o quarto de mamãe e observei a foto dela, ela era muito linda.

- Eu consegui mamãe, vou fazer faculdade. você estaria feliz se estivesse aqui.

Começo a chorar. Eu adormeço.

...

Fazia um mês sem sinal de Helena, ou Kate. Eu deveria não esperar que alguma delas vivessem atrás de mim, o que eu segnifico para ambas, nada. Helena e Kate já fez as suas partes de caridade. Eu tenho que aceita que não faço parte da vida delas, mas é tão ruim ficar sozinha, Aurora, Kate, Roger e até Helena quando queria, eram boas companhia. Mas pensando bem, o que ouvi na noite antes de vim embora. Deveria ser verdade, ela me culpava por algo que não era culpa minha, eu não matei a minha mãe. Ela era louca de pensa tal coisa ? Deixo isso isso para lá e começo a empacotar as coisas da minha mãe, as minhas já estavam todas empacotadas e as que eu levaria comigo também. Eu precisava levar as da mamãe para o porão, alugaria a casa por um tempo para uma Amiga da vizinha ao lado.

Enquanto término de empacotar os livros, um cai no chão e abre bem aonde está uma carta, curiosa eu abro e vejo que está endereçada a mim. Estranho. O que mamãe deixaria escrito para mim, e ainda mais escondido ? Eram segredos, mais? E porque ela não me entregou ? Decido ler logo. O que quer que seja, todos os segredos ficará para trás, a partir de amanhã terei uma vida nova.

" Minha querida Ana Rose ...

Meu amor. É tão difícil começar essa carta, mas a dias não venho me sentido bem. Mas eu não queria preocupar você, mas eu sentia que algo aconteceria e eu estava com medo de deixar você, mas a vida é como é, Deus é quem decide as coisas. E acho que ele já estipulou meu tempo. Sem mais enrolação. Que você me perdoe por manter segredos seus, mas à 18 anos, eu tinha concluído a faculdade e estava trabalhando e tinha essa casa, eu tinha uma vida boa e marido bom. Mas, aconteceu algo terrível, eu o perdi num acidente, fiquei devastada, eu já não sabia viver, foi aí que você chegou, de uma forma inesperada. Você não saiu de mim, porque eu infelizmente era estéril, Deus não me deu esse dom de gerar filhos e eu não o culpo, como digo, as coisas são como são. ..

Meus olhos se enchem de água, e cai na carta, merda....eu só posso está tendo alucinações, acho que li algo errado. Minha mãe não é minha mãe? Ela não pode ter bebês? O que ? Então quem é ? Volto a ler a carta.

... Eu tinha e ainda tenho uma amiga, eramos inseparáveis desde o colegial, ela fez faculdade comigo e la arrumamos namorados. Eu fui feliz, ela nem tanto. Mas isso é algo que só ela pode dizer. Tempo depois ela bateu na minha porta com você nos braços, tão pequena e tão indefesa. Quando te vi, eu senti a vida, a esperança de tudo recomeçar. A sua mãe me entregou você, ela não podia ficar com você, ela estava em choque e terrívelmente machucada. Você era apenas um bebê de pouco meses e chorava tanto. Sua mãe não sabia o que fazer, você era a cópia do homem que jurou que a amava , mas a feriu da pior das piores formas deixando um rastro de destruição. E sua mãe confiou a mim sua vida e eu me senti grata e eu sabia que poderia fazer aquilo por ela. Enquanto cuidava de você, eu cuidava dela, ela foi para um lugar para se tratar, mas o trauma não deixou ela, o que a fez se afasta de nos, entenda Ana, ela fez pro seu bem. Tempo depois ela voltou por que eu pedi, eu não estava bem. Você precisava de alguém. Mas as coisas ainda são complicadas para ela. Mas no fundo eu sei que ela te ama e se culpa por te vincular com aquele que atormentou ela por anos.

Saiba de uma coisa meu amor, eu te amo muito,minha pequena Ana Rose, e eu queria não te deixar, mas eu sou fraca... eu sei que não teria muito tempo. Eu te amei como minha, você foi e sempre será minha, apesar de não ser de sangue. Vou te amar eternamente.

Com amor, mamãe Carla. "




O que ? Como assim?

A minha mãe, ela não..

Eu estava em choque.

Minha mãe, não era minha mãe biológica, fui abandonada pela minha mãe biológica por que ela não estava bem para ficar comigo. Me achava um monstro, o que aconteceu com essa mulher foi terrível, para abandonar um bebê que não tem culpa.
Meu coração tá doendo pelo que li. Desde pequena sendo rejeitada pelo mundo. Se não fosse Carla o que seria de mim ?
Algo clareia minha mente, a pessoa era amiga de Carla, ela voltou, ela não me suporta por parecer com o monstro que arruinou a vida dela, essa pessoa só pode ser ....

Helena.

Começo a chora. Agora tudo faz sentido. O olhar dela para mim, a forma como me tratava, sua indiferença... era isso.

Não, não pode ser ela!

Ela não!

Não!

Hope Onde histórias criam vida. Descubra agora