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Anastásia

Estava deitada na cama com Kate a minha frente, ela me olhava perdida em pensamentos, ela me ajudou muito, assim que chegamos e Helena sumiu com Aurora, eu sabia que ela tinha ido a algum lugar para chorar, segundo Kate, a mãe estava se segurando para não desabar na nossa frente, eu sei o quanto é difícil essa situação para ela. Eu só queria entender o que passou com ela antes de eu nascer que deixou ela tão mal, queria saber a história dela por ela, não apenas coisas que acho que aconteceu. Enfim, sinto uma mão acariciar minha barriga. Sorrio e olho para kate que olha para minha barriga enquanto chora.

- Eu fiquei louca quando fui encaixando as peças e descobri o inferno que talvez você estivesse passando, e estava né. Eu procurei nossa mãe, e ela entrou em total desespero para te encontrar, ela colocou um detetive depois que Christian nos confirmou que a viu e que você não estava bem.

Franzo a testa.

-Christian? Ele falou que me encontrou?

- Sim, Demos um jantar aqui e ele veio com o elliot, conversamos e ele disse que tinha reconhecido você e que você estava no centro de Seattle com um cara e você estava grávida e não parecia bem, mamãe colocou detetive particular para te encontrará e o cara conseguiu então fomos atrás de você. Helena, não parou um segundo. Ela tinha pesadelos quase todos os dias com você. Não como antigamente, mas era diferente, você estava machucada, ou morta. Era complicado em ver a mamãe naquele estado de total desespero Ana. Se você tem dúvidas de que ela não mudou ou que ela não te ame. Acho que você tem que rever isso, Ela te ama. Tudo que aconteceu no passado, ficou lá... Ela já não te olha como antes, agora tudo que posso ver e a vontade de te guardar num pote só para ela.

Meus olhos estão marejados e sinto-me mal por ter dito aquilo no hospital a ela. Sei que teremos que ir devagar, nada se arruma de um dia para o outro. Ela me rejeitou por anos, então demorará para a gente criar o vínculo. Mas tudo que Kate me falou, faz diferença em mim.

- Eu não sabia . Kate, isso tudo é muito para eu digeri, eu preciso de tempo para pensar. Eu tenho que pensar no que farei agora que estou grávida, eu... eu nem sei por onde começar e tanta coisa .

- Calma, vamos pensar nisso depois. Agora o que precisamos fazer e cuidar dessa menina aqui para que ela venha com muita saúde. Por que amor ela terá de sobra.

Ela acaricia minha barriga saliente e eu também, sorrimos. Ficamos um bom tempo em silêncio. Mas eu precisava dizer a Kate algo. Ela precisar saber o quanto sou grata ...

- Eu sou muito grata por tudo que você fez por mim, por não desistir de mim, por ser uma melhor amiga, e a melhor irmã que eu poderia ganhar. Obrigada por me encontrar.

Choraramos em meio aos sorrisos.

- Não precisa agradecer, eu só jamais poderia te deixar para lá. Conheço você Steele. Saberia que aquele seu afastamento não era normal. Nem quando você fugiu daqui ou quando descobriu sobre Helena, você não nos afastou assim.. como poderia fazer agora ?

Eu me aproximo dela, e a abraço. Em algum momento eu adormeci.

....

Acordo com um barulho e ouço um grito. Kate ainda está ao meu lado. Ela acorda tão assustada como meu, mas ela logo se acalma quando o grito é de Helena. Kate me olha.

- Ela está apenas tendo um pesadelo ruim... papai vai conseguir acalma-la. Volte a dormir querida.

- Pesadelos. Aquele em que eu..

Kate concorda e eu sento na cama. Os choros ainda podem ser ouvidos e meu coração se aperta. Eu estou aqui, ela deveria saber que estou aqui e não estou em perigo. Olho para kate.

- Eu posso ir lá?

- Você quer ?

Concordo. Desço da cama e seguimos para fora do quarto e paramos em frente do quarto de Helena. Kate bate na porta e chama o pai. Minutos depois ele abre a porta.

-Desculpe meninas , Ela estava bem. Sei que deve está sendo difícil para você Ana, mas para ela foi demais. Ela esta sentindo culpa por você. Ela estava tão bem, eu preciso que fale com elliot, kate.

- Nos sabemos papai. A gente não está culpando ela por isso. Nenhuma das duas são. Foram vítimas nas mãos desses monstros. Eu ligarei para ele...

- Eu Apenas queria ve-la.

Roger me olha e concorda. Abre a porta e vejo ela deitada na cama. Somos tão iguais, tão quebradas, sofremos nas mãos dos que a gente achava que nos amavam, eu sei o quanto dói, o quanto machuca e me pergunto como podemos passar por isso, por que eu ou ela ? O que fiz , o que ela fez? Mas eu preciso ser forte e não me entregar, acho que cada uma reage de uma forma. Para mim, eu posso saber lidar com isso, mas ela, é difícil e isso machuca ela ainda. E me ver assim deve ter trago algo novamente a ela. Ela estava de costa para mim, ela ainda chorava baixinho e eu podia ouvir meu nome sair da sua boca como um mantra.

-Helena ? Sou eu, Anastásia...

Me aproximo do outro lado da cama e me sento na beirada da cama. Ela esta de olhos fechados, seu rosto está vermelho de tanto chorar. Seguro sua mão e ela abre os olhos como se não tivesse me escutado e só notou minha presença quando eu a toquei.

-Ana.... você estava. Eu ... eu ...

-Shi! Eu estou aqui. Por favor, não se culpe por mim, foram minhas escolhas. A culpada de algo aqui sou eu. Eu só sinto muito por sermos vítimas desses monstros. Mas eu estou aqui.

Ela me olha e me sinto desolada com o seu olhar quebrado.

- Eu perdia você, eu não quero mais perder você. Me perdoa por ter falhado.

- Está tudo bem, você não falhou, Eu estou aqui. Eu só quero que você fique bem por favor. Se você ficar bem, eu ficarei bem.

Ela concorda, sua mão acaricia meu rosto e sorrio para ela. Algo surge na minha mente, mamãe sempre fazia isso comigo quando eu tinha pesadelo, deitava na minha cama comigo até eu dormir.

- Eu posso ficar aqui para dormir ?

Pergunto a ela que me olha e concorda. Nesse momento Roger chega com os remédios para ela. Pergunto se ele acharia ruim eu dormir aqui, como um bom homem, ele diz que não, ele dormirá no outro quarto de hóspede. Então Kate entra e pergunta se está tudo bem e Helena concorda, digo que irei dormir com ela, e Kate sorri e diz tudo bem, nos deseja boa noite e se vai.
Deito ao lado de Helena, ela me observa por um bom tempo, como se quisesse guardar cada traço de mim. Como se só agora ela estivesse me vendo realmente.

- Eu posso te abraçar?

Ela pergunta e a olho concordando. Ela chega perto de mim e me puxa para seus braços, sinto ela beija minha cabeça e soltar um soluço. Me sinto tão bem nos braços dela que adormeço antes mesmo dela.

Hope Onde histórias criam vida. Descubra agora