As arestas matutinas invadiam as janelas entreabertas banhando o sonolento rosto de James.
Incomodado, ponderou ignorar e virar para o outro lado. Todavia, fracos dedos lhe segurava o tecido do pijama, utilizando-lhe o braço como um improvisado travesseiro.
Invadido por uma pueril felicidade, afundou o nariz nos escuros cabelos, aspirando o cítrico perfume. Contemplando as emburradas feições adormecidas, queria muito acordá-lo, mas parecia um crime incomodar aquele pequeno anjo sereno.
Realmente, não estaria sonhando?
Severus havia passado a noite consigo e permanecia ali, calmo, quase como um daqueles encantamentos de antigas fábulas só aguardando alguém violar a proibida tumba para amaldiçoar gerações.
E, aquela pequena fúria acolhia James.
Viciado naquele pecado, por mais que todos os amigos falassem o quanto ele estaria excomungado, o grifinório seguia apaixonado pela maldição, considerando o ocorrido como um engraçado golpe de indescritível sorte.
Tateando a varinha no criado-mudo, cerrava as cortinas para deixá-lo descansar. Admirando-o por infinitos minutos, deferiu um singelo beijo exatamente onde o cenho franzia, divertindo-se sobre o quanto ele aparentava irritado mesmo dormindo.
Inconsciente, Severus compreendia e, vagamente, libertava o braço sem soltar o tecido de algodão.
Segurando o riso, James se sentia como um ursinho. Assim, desabotoando a peça, deixou para trás enquanto levantava.
Espreguiçando-se, ultimamente, o sonserino só aparecia de relapso na hora do jantar. Ainda assim, o esperançoso garoto insistia em preparar o café da manhã e aguardá-lo todos os dias.
No colégio, ele nunca se atrasava para nenhuma aula...
Então...
Ele não poderia ser alguém noturno.
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Adentrando a cozinha com muitas sacolas e algumas correspondências, Marta não sabia se tinha orgulho ou pena do quanto o filho se atrapalhava em preparar as panquecas.
O balcão da pia bagunçado.
Farinha de trigo pelo chão.
O fogo quase esquecido e uma panela borbulhando.
Pelo menos, eles tinham magia para limpar aquilo. E o garoto nunca deixava nada sujo ao terminar.
Aos poucos, era estranho como adquiria responsabilidade.
Deixando as sacolas sobre a mesa, cruzou os braços, não deixando de perceber o quanto ele sorria distraído com os cabelos molhados de um banho recente.
- Ontem eu liguei para desejar feliz ano novo, James. Você dormiu cedo?
- Sim.
- Você não costuma fazer isto.
- Bem... O Severus pediu para ir para cama logo após a virada e... – Dando de ombros, o travesso rapaz sorriu de canto, nada culpado. A sonhadora inocência transparecia casualidade enquanto pegava o açúcar e utilizava algumas colheres no suco de maracujá.
Meneando a cabeça em negativo, ela não conseguia repreendê-lo. Já tivera aquela idade e sabia o quanto era magnífico está apaixonada. Por isto, embora temerosa, não queria estragar a felicidade do jovem filho.
Contudo, eles precisavam conversar.
Definitivamente.
Suspirando fundo, puxou uma cadeira para sentar. Por alguns segundos, observou o empenhado rapaz e deduzia que o suco, certamente, estaria muito doce. De certo modo, cada vez mais descuidado, ela sabia que o filho também não tinha esperança que o genro descesse para tomar café e desfrutar daquele dia.
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Instinto
RomanceSeverus era um excelente bruxo e por quase seis anos conseguiu camuflar sua situação de ômega para permanecer estudando na importante escola de Hogwarts. Todavia, o cheiro do inimigo despertou os instintos que ele tanto tentou ignorar. [Omegaverse/Y...