Instinto

Quimeras de corações Parte 01

- Sem gracinha, James. – Bronqueava o Professor Dippet enquanto modificava os marotos de lugares. Certamente, pelo modo que se entreolhavam, deveria estar bolando alguma brincadeira inadmissível durante o exame.

Ainda bem que ele tinha agido.

"Merlin, quando aqueles garotos cresceriam? " "Por que escolheu ser professor? ". Questionava-se, atento uma última vez a toda a turma antes das provas aparecerem nas carteiras.

Molhando a pena, James se espreguiçava na cadeira e olhava para Remus que, felizmente, havia ficado na frente (seu antigo lugar), paralelo a Severus. Todavia, concentrado, o maroto não reparava.

Por que raios o professor havia o colocado na última fileira? Quase 200 alunos o separava do sonserino e ele, batendo o dedo contra a mesa, não dissimulava o nervoso.

Retirando os óculos, nem mesmo podia enxergá-lo.

Droga!

Droga!

Droga!

Será que isto aconteceu, pois ele não desejou "boa sorte" de volta? Descansando o rosto entre ambas as mãos, ele tinha garantido que os dois ficariam juntos e... Recordando o pedaço de pergaminho mágico no bolso, retirou, escrevendo:

"Moony, Severus está bem?".

Lançando um olhar maldoso para o fundo ao sentir um leve tremular, Remus não acreditava que Sirius estava com gracinha. Percebendo concentrado três carteiras depois de si, curioso e discreto, fingindo coçar a perna, retirou o pequeno papel do bolso, ficando desmotivado ao terminar de ler.

"Claro, James. Ele está concentrado fazendo a prova como você deveria estar. ".

"Ele disse que está com medo.".

"Então, mais um motivo para que você se apresse. "... "E NÃO ME PERTUBE, POIS NÃO QUERO FALHAR POR SUA CULPA.". Voltando a esconder o papel embaixo da prova, apreensivo, conferia o que cada professor fazia antes de continuar.

Estranhamente, eles cochichavam entre si. Não casualidades, pois o licantropo conhecia aqueles olhares de veneno. Ele mesmo já recebeu vários pelas cicatrizes carregadas, tanto que antes, escondendo-se entre inúmeros cachecóis, só almejava sumir.

Talvez, apenas talvez, James tivesse um motivo para preocupação. Reparando o concentrado sonserino escrever, suspirava, pois nada poderia acontecer enquanto eles estivessem fazendo as provas.

Preenchendo o espaço interno de dois "o" perdidos na folha, afastava a prova e escrevia no pedaço de pergaminho:

"Eu estou cuidando dele e ele está concentrado. Fique tranquilo e eu te pago um chocolate depois daqui.".

Soltando um mínimo riso nasal ao terminar de ler, Remus tinha razão. Ele não podia ser tão pessimista. Nem mesmo combinava consigo. Os pesadelos recentes eram consequências dos dias em apreensão...

A visão turva... Precisaria trocar o óculos? Aquele vinha lhe proporcionando longínquas, mas incômodas, dores de cabeça.

Lendo a primeira pergunta, se fizesse alguma besteira que atrapalhasse a avaliação, certamente, o senhor Black não iria precisar matá-lo, pois Severus faria este serviço.

Assim, começava a responder.

Logo, logo, eles estariam longe dali.

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