Capitulo 11- EU DESCUBRO AS PEGADAS DE SANGUE DE MEU PAPAI...

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Eu tentava assimilar toda a beleza do templo enquanto corríamos por suas ruas, mas cara... estava muito difícil. Minha mente "estava" com minha mãe. Eu havia acabado de conhecê-la, bem... conhecer não, ver de relance, na verdade. Mas ainda assim havia sido fantástico. Eu estava preocupado com ela, mesmo com Yaacov dizendo quão forte e poderosa ela era, eu torcia para que ela ficasse bem... queria abraça-la, conversar com ela, sentir finalmente o que é o carinho de mãe.

Yaacov ia correndo ao meu lado. O barulho da guerra era alto em todas direções do lado de fora. Ouvia tinir de espadas, explosões, escutei até barulhos que me pareceram de metralhadoras.

As ruas estavam desertas.

E finalmente me ocorreu algo... com minha mãe e os Senhores Elementares no campo de guerra, o que nós estávamos fazendo ali? Afinal, o único motivo de estarmos no Templo Elementar era avisar os Senhores do ataque surpresa – e infelizmente, havíamos chegado um pouco muito tarde demais... -

- Yaacov? - Eu o chamei enquanto corríamos. As explosões e gritos vindo de fora das muralhas não deixavam a adrenalina em meu sangue baixar.

- O que foi, Hector? – Ele respondeu sem me olhar.

- Você não acha que estamos indo para o lado errado não? - Respirei fundo, pois ainda estávamos correndo em direção ao centro do Templo, "mortos de cansaço"... e então continuei – nós deveríamos ir para o outro lado, para a batalha, eles precisam de nosso apoio nas linhas de defesas, Yaacov. –

- Não ajudaríamos muito, olhe o nosso estado! - Yaacov disse dando uma olhada rápida para mim, depois olhou para frente de novo.

Era verdade, nós estávamos em péssimas condições... ainda correndo com a pouca energia que nos restava, estávamos suados, ofegantes, com sede, fome... o combate com Hyan e seu exército tinha exigido muito de nós, mas eu estava me sentindo um covarde me afastando da batalha – e na verdade eu estava um pouco empolgado com a vitória que tínhamos tido mais cedo também, achava que poderia derrotar qualquer um! – Eu olhei para Yaacov de novo, eu queria argumentar.

- E se...-

- Nós já ajudamos o suficiente, Hector! - Yaacov me interrompeu. - Nós dois derrubamos um exército inteiro hoje cedo, impedimos que eles chegassem aqui. Nossa, isso é demais até para os padrões dos deuses... estamos muito perto da exaustão total, só atrapalharíamos nas linhas de defesas... ao invés de defender teríamos que ser defendidos...- ele enxugou o suor da testa e continuou- nós estamos indo para o palácio, aquela coisa enorme ao centro, a que nós vimos do avião. Lá, na Torre da Terra, tem uma passagem subterrânea que nos levará até as Montanhas de Othrys...- Yaacov disse. "Othrys... este nome me é familiar", pensei.

- Espera, Othrys não é o monte que os Titãs moravam antes de serem derrotados pelos deuses gregos?!- Perguntei. Havia lido sobre aquilo em um best-sellers sobre mitologia grega. Yaacov me olhou de novo e sorriu contrariado.

- Zeus é um idiota! Roubou para si e seu panteão todo o crédito quando contou essa história para os gregos... Aegir e eu quase fomos destruídos o ajudando a derrotar seu pai e tios, mas Zeus foi adorado pelos gregos e batizou aquela montanha na Grécia com o mesmo nome das Montanhas daqui, onde realmente se travou a batalha contra os Titãs...- ele estava com o mesmo tom de indignação de quando falou dos nórdicos, e minha cabeça doeu com essa mistura de mitologia... grega, nórdica... era realmente confuso.

- E o que nós vamos fazer nessas montanhas? -

- Tecnicamente...- ele me olhou com o canto do olho sorrindo. Nós já estávamos perdendo velocidade, o cansaço estava nos vencendo... ele concluiu – fugir! Os montes ficam à alguns poucos quilômetros da minha Vila. –

Chama Negra - A origem do símbolo do infinito Onde histórias criam vida. Descubra agora