Capitulo 14- UM BURACO DE TOUPEIRA GIGANTE ATRAPALHA NOSSA FESTA.

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Se estivessem filmando a cena, ela seria digna de um Oscar... Luna e eu – sorriso ao rosto - correndo, um para o outro, por um campo verde, o vento esvoaçando seu lindo cabelo, que brilhava aos raios de sol... E corta! Somente até aqui para concorrer ao Oscar, porque assim que estávamos quase nos tocando, Luna tropeçou na grama, e lançou-se sobre mim. Se ela estivesse mais devagar talvez teria conseguido segura-la, mas não, ela estava muito rápida, então nós dois caímos rolando na grama verde.

Eu parei deitado com a cara para o chão e ela ao meu lado com a barriga para cima. Todos sorriram em coro. Eu debrucei-me ainda deitado por cima dela, levantando o máximo a cabeça para vê-la melhor.

- Oi! - Foi o que eu disse. Ela sorriu. Eu, com delicadeza tirei uma mecha de cabelo que estava sobre o seu rosto. Ela me puxou e nós nos beijamos demoradamente, o típico beijo que expressa saudades, que despede a tristeza da ausência de seu amor, um beijo de alívio.

Todos bateram palmas e gritaram em uníssono, como uma torcida comemorando um gol.

Nós nos sentamos. Eu não conseguia tirar o sorriso do rosto, Luna também não, ficamos nos encarando por alguns segundos, sentados no chão, então Luna se lançou em mim, fazendo-me cair de costas na grama de novo. Desta vez, ela ficando de bruços em cima de mim, beijando repetidamente meu rosto em todas partes possíveis.

- Você não sabe o quanto eu estava preocupada, Hector... nós ficamos sabendo do ataque no Templo Elementar...- Luna disse quando conseguiu parar de me beijar. Eu me sentei de novo.

- É, foi difícil, se não fosse por Sofia e os outros, à essa altura eu já estaria morto...-

- Sofia?! ...- Luna virou-se, olhando para a direção da qual eu tinha vindo. Seus olhos brilharam - Sofia! – Ela se pôs em pé, e - esquecendo-se que eu existia -, correu em direção ao grupo que vinha andando devagar, com Sofia posta a frente com os braços abertos. As duas se encontraram em um forte abraço. Todos que estavam às portas da vila aplaudiram em uníssono novamente.

Depois disso, as coisas aconteceram previsivelmente... foram horas e mais horas de apresentações, reencontros. Afinal a Vila de Yaacov estava lotada.

Aquelas pessoas que eu não havia reconhecido em minha chegada, eram os outros Mistos... Laura disse que depois do decreto dos Senhores Elementares, eles eram trazidos aos montes da Terra. Haviam Mistos de todas cores, raças, tamanhos e idades... alguns pareciam perdidos, assustados com a sua nova realidade. Eu entendia bem pelo que eles estavam passando. Já outros sorriam enquanto empunhavam armas e treinavam golpes no ar.... eles haviam se encontrado, encontrado o lugar onde eles se encachavam.

Eram centenas deles.

Eu estava exausto, então, fui para meu quarto tomar um banho.

Passei alguns minutos deixando a agua quente cair em minha cabeça. Eu estava tentando relaxar. Pôr as ideias em ordem. Desde minha saída para o Templo Elementar, eu ainda não havia tido tempo para pensar muito nos fatos gerais... A guerra havia se iniciado. As palavras de Hyan sopravam em minha mente, elas finalmente faziam sentido... "Apoliom o eterno senhor soberano dos magos...", Ele era o detentor do direito ao Símbolo do Infinito. Ele seria indestrutível, ele se tornaria um deus, caso não fosse impedido. As palavras de meu pai haviam sido claras. Eu deveria unir forças, para descobrir uma forma de impedi-lo. Mas a verdade era que eu estava morrendo de medo... mal havia escapado da morte, e teria que me pôr em uma empreitada maior ainda?! Quero dizer... eu não tinha pedido nada daquilo para mim. Eu só queria paz... tudo me parecia muito injusto. Eu desliguei o chuveiro, respirei fundo... eu teria que me conformar, afinal, a vida não é justa... simplesmente, é um caminho com obstáculos à serem enfrentados. Simplesmente.

Chama Negra - A origem do símbolo do infinito Onde histórias criam vida. Descubra agora