CAPITULO 15-SOFIA E EU (A SÓS NA FLORESTA) TEMOS "ALTOS PAPOS" SOBRE PROFECIAS.

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- Tem que ser em um lugar particular... ninguém mais pode saber! – Sofia estava séria. Se eu já estava achando essa conversa estranha, e agora com o detalhe de ter que se em um lugar particular então? Aquilo estava me deixando nervoso.

- Olha Sofia... eh... se for quanto ao beijo... vamos esquecer... eu prefiro não contar para Luna agora... prefiro deixar para depois...-

- O que?! Você não contou ainda?!? Mas deixa para lá! Não é isso... quer dizer ... tem a ver com isso também, mas é algo bem pior! Primeiro temos que encontrar um lugar para ficarmos a sós! – Ela falou isso um pouco alto demais, a luz da casinha que nós estávamos perto se ascendeu. Então eu pensei em um lugar afastado que nos deixaria longe até da bisbilhotice de Yaacov. Afinal, ele sabia de tudo que acontecia dentro da vila dele.

Sinalizei para que ela me seguisse.

Corremos tentando fazer o mínimo de barulho possível, em direção a lateral da vila, não poderíamos atravessar os portões... poderiam haver pessoas na praça ainda. O quê que eles iam pensar se nos vissem juntos saindo da vila? Aliás, o que eu estava pensando ao levar a irmã da minha namorada para ficarmos a sós a noite?!

- Pular a cerca?!- Ela questionou assim que chegamos aos limites laterais da vila, dando de frente com a cerca – eu pensei que estivéssemos indo para sua casa! -

- A não ser que você queira correr o risco de Yaacov escutar tudo...- eu retruquei. Não sabia se Yaacov podia escutar conversas ou só sabia onde as pessoas estavam e tal... era melhor não arriscar, com certeza ele tinha uma percepção muito aguçada, afinal, nem guarda a noite na vila ele montava... talvez ele estivesse naquele momento nos monitorando.- Yaacov pode compartilhar desse segredo mortal? – Ela negou com a cabeça... - então temos que pular a cerca! - Eu completei, mas estava com medo do que ela iria me contar... com certeza era algo importante, ela estava muito séria.

Ela escalou primeiro, eu fui logo em seguida.

A vila de Yaacov era cercada em um círculo irregular, localizada ao pé de uma pequena montanha, de tal forma que parte da vila era mais elevada que o restante... se localizava no meio de uma floresta, mas eu não havia notado ainda, que apenas à frente dela que havia uma área aberta, sem floresta. Em minha mente ao redor dela era similar a parte da frente, mas não. Assim que pulamos o muro estávamos a uns três passos de uma floresta temperada imponente.

- Não acredito – eu deixei escapar.

- Nem eu...- Sofia disse enquanto começava a adentrar na floresta.

Assim que nos afastamos um pouco mais da vila - com muita dificuldade, pois estava muito escuro -, Sofia ascendeu uma luz "tímida" na palma de sua mão, apenas para enxergássemos o caminho evitando chamar atenção. "Porque essas duas irmãs gostam tanto de conversas no meio da noite, sob as circunstancias mais esquisitas que eu já vi?!", eu pensava enquanto caminhávamos, me lembrando que Luna também havia feito isso uma vez.

- Eh... acho que aqui já está bom...- eu falei hesitante, após adentramos mais alguns metros na floresta. Eu estava muito desconfortável, ou melhor, a palavra certa era: constrangido. Apesar de Sofia ser uma pessoa legal, e nos darmos bem... eu havia percebido que na verdade eu não a conhecia bem, ainda. Ela estava se tornando meio que uma incógnita para mim. Então, constrangimento era o mínimo que eu poderia estar sentindo, exposto àquela situação.

Sofia parou na minha frente, me encarando, com a luz fraca ainda saindo de sua mão... "não morda os lábios, não morda os lábios! ", eu gritava em minha mente, mesmo que parecesse meio injusto de minha parte, morder os lábios - em minha opinião -, era o gesto de Luna!

Chama Negra - A origem do símbolo do infinito Onde histórias criam vida. Descubra agora