O sol havia nascido há pouco tempo. Eu já estava sentado próximo à fogueira tomando café.
Apenas Yaacov e eu havíamos levantado.
Não que eu fosse de acordar cedo. Ainda mais que na noite passada havíamos ficado acordados até tarde, até Caleb começar a cochilar sentado e Yaacov nos mandar ir dormir. Naquela manhã, sem nenhum motivo aparente, eu consegui despertar com o cantarolar de Yaacov enquanto preparava os sanduiches, o que pra mim foi estranho, Yaacov tinha uma preguiça enorme de cozinhar!
- Vai querer um de queijo com frango ou mais um de frango com queijo? - Ele me perguntou com aquele sorriso maroto no rosto.
Yaacov estava usando avental atrás de uma chapa grande próxima a fogueira. Ele estava fazendo piadas desde a hora que eu havia saído da barraca, piadas sobre o fato de ele ter levado apenas dois recheios para os sanduíches. Eu havia até perguntado o porquê de ele não fazer aparecer outros com sua mágica, ele respondeu, com suas palavras: "Eu não sou o deus da comida, meu bebê!". O que me fez pensar sobre o refeitório da Vila, mas deixei pra lá.
- Não, já tô cheio -, respondi antes de tomar o ultimo gole de café.
- Ótimo... então olha isso aqui pra mim - ele começou a tirar o avental -, vou ali na frente olhar uma coisa que tá me incomodando desde cedo
- Não tem banheiro na tua barraca também? - Perguntei. As barracas que Yaacov havia feito eram enormes por dentro, tinham até banheiro!
- É claro que tem, mas não é isso não -, ele me entregou sua espátula -, é uma presença familiar próxima daqui -, ele encarou a floresta com o cenho franzido como se estivesse confuso-, não me parece algo ruim... mas é bom conferir, né?
- Tá bom, não quer que eu vá?
Yaacov deu dois tapinhas no topo da minha cabeça sorrindo.
- Não precisa não. É perto. E é só uma.
Yaacov saiu andando, seguindo uma trilha à frente, enquanto eu vestia o avental.
Não demorou muito até que Sofia saísse da barraca. Ela havia ficado na barraca de Luna. E como de costume, já saiu impecável... cabelos soltos, usava jeans e uma camisa azul de mangas largas, e provavelmente estava usando algum tipo de maquiagem, pois no seu rosto não havia um resquício de que acabara de acordar, eu fiquei impressionado. Tanto, que fiquei a encarando.
Ela saiu calada, me encarando também, deu a volta, se sentou próximo a fogueira, inclinou a cabeça e então deixou aparecer um sorriso no canto da boca.
- O que foi?
Eu virei um montinho de frango desfiado e queijo na chapa.
- Que tipo de maquiagem vocês usam?
Sofia sorriu.
- Nenhuma em especial... eu nem estou usando agora.
- Caraca... - eu fiz o último sanduiche -, tu tá sempre assim... tipo, nem parece que acabou de acordar.
- Obrigada -, ela desviou o olhar para o chão quando agradeceu. "Eu nem tinha percebido que estava à elogiando".
- Enfim... -, eu queria mudar de assunto logo -, café da manhã?!
***
Sofia já havia terminado de comer. Nós estávamos sentados próximo a fogueira conversando, esperando os outros acordarem.
- Mas como você se sentiu? - Sofia perguntou.
Luna havia contado à ela sobre o que acontecera na noite anterior, quando aquela fumaça negra saiu do meu corpo. Nós estávamos conversando sobre isso.
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Chama Negra - A origem do símbolo do infinito
Adventure"A antiga guerra contra os deuses, deixou para trás maus legados..." Hector, tem 15 anos e vivia uma vida normal... o mais normal possível que se consegue ter, sem uma mãe. Isso, até ele descobrir depois de uma visita inesperada a noite, que os mito...