Jack e Luna voaram à nossa frente e, antes que os adversários pudessem fazer algo, Sofia atirou uma flecha para o alto. Eu fechei os olhos instantes antes de um flash muito intenso explodir à nossa frente.
Este era o nosso plano para iniciar o ataque: Sofia lançaria uma flecha carregada com sua energia luminosa que explodiria atrás de Jack e Luna, cegando temporariamente todos que olhassem diretamente para o brilho, o que facilitaria a entrada de ambos nas linhas inimigas. Logo em seguida, eu avançaria um pouco, para ocupar a linha da frente deles, impedindo-os de se voltarem para os nossos atacantes; porque imaginávamos que com o flash os dois conseguiriam passar de alguns magos. Havíamos planejado tudo supondo um cenário onde eles também fariam linhas mais ou menos como as nossas.
Quando eu abri os olhos, já começando a correr, fui surpreendido. Eles haviam mesmo formado linhas, porém, era Hyan que havia ficado próximo a bandeira; Adrastéia, acompanhada dos outros três magos, começava a correr com os olhos ainda semicerrados em nossa direção. Haviam ignorando Luna e Jack. Eles estavam sendo mais agressivos do que nós esperávamos. Eu torci para que eles estivessem sendo apenas arrogantes demais, ao acharem que apenas Hyan conseguira proteger a bandeira.
– Volte, Hector. Vamos defender essa posição! – Sofia gritou. Ela estava certa, não havia mais motivos para o meu avanço.
No entanto, eu não tinha mais muito tempo pra voltar; eles já estavam muito perto, o que tornava o recuo muito arriscado. Como um reflexo, minha mente se acendeu com uma ideia. Eu me concentrei em minhas mãos, e em resposta as chamas negras começaram a envolvê-las. Como esperado, elas não me queimavam. Eu podia sentir apenas o seu calor agradável. Então, inspirei fundo e, com o pensamento fixo em traçar uma barreira, fechei meu punho a minha frente rapidamente, como quem pega um objeto que voa. No mesmo instante, uma linha de fogo preto foi traçada entre mim e os que avançavam. A linha de fogo cresceu e se levantou formando uma parede de chamas. Eu estava cada vez melhor em controlar meus poderes. Imediatamente, me virei e corri em direção à Sofia. Eu esperava que a parede de fogo pudesse nos garantir mais tempo, mas Sofia repentinamente jogou a flecha que segurava com a mão direita no chão e estendeu o braço para frente. Uma espiral de luz envolveu seu braço, como cordames de LED flutuando e enrolando-se do seu ombro até se encontrarem em uma esfera de luz branca em sua mão; de onde uma rajada luminosa, extremamente densa, foi disparada. Eu quase perdi o equilíbrio com a onda de choque. Eu me virei a tempo de ver o seu jato luminoso e uma corrente de energia vermelha – vinda da direção oposta, atravessando a minha parede de fogo negro– se empurrando, como se disputassem espaço; lançando faíscas para todos os lados enquanto se chocavam. Voltei os olhos para ela, eu estava boquiaberto. Sofia era muito poderosa. Estava toda reluzente, com uma pose heroica, bloqueando com uma mão um ataque que provavelmente havia sido lançado por um dos generais de Apoliom. Era uma visão realmente impressionante.
– Concentre-se, Hector! – Ela gritou. Havia notado a minha cara de bobo enquanto a admirava.
Ela estava certa. Eu sacudi a cabeça voltando minha atenção para a parede de fogo e apertei o cabo da minha espada com as duas mãos.
No momento em que a corrente de energia parou, Adrastéia saltou de dentro das chamas, correndo em nossa direção. Respirei fundo, me preparando. E assim que ela entrou no alcance da minha espada, eu desferi um golpe. Eu sabia que ela seria capaz de se defender. Como esperado, ela bloqueou o ataque com suas duas adagas. Nós nos encaramos enquanto eu forçava minha espada contra sua defesa. A expressão no seu rosto era de tristeza.
– Me desculpa. – Disse ela.
– Não se preocupe. Você não tem culpa de nada, foram ordens da Hebe. – Eu respondi entre os dentes, enquanto fazia força.
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Chama Negra - A origem do símbolo do infinito
Adventure"A antiga guerra contra os deuses, deixou para trás maus legados..." Hector, tem 15 anos e vivia uma vida normal... o mais normal possível que se consegue ter, sem uma mãe. Isso, até ele descobrir depois de uma visita inesperada a noite, que os mito...