E eu tinha razão! Realmente não era difícil, eu era bom com o arco e flecha. Luna, por outro lado era terrivelmente terrível com um nas mãos... conseguiu até desafiar as leis naturais atirando uma flecha para trás com o arco mirado para frente. Ninguém entendeu como ela fez aquilo! E ainda quase acertou um dos alunos de Laura. Por sorte Laura – que prevê o futuro- o salvou no último instante. Aquele garoto, com certeza, nunca mais se atreverá a ficar perto de Luna com um arco e flecha em mãos.
Enquanto eu era bom, Sofia era excelente! Não errava nada, 100% de precisão... todos os alvos no centro, conseguia acertar até as folhas avermelhadas que se desprendiam das árvores antes que caíssem no chão as fincando na árvore.
- Como eu já até desisti de tentar o arco e flecha... duvido se você consegue Mô! – Luna piscou para mim, tinha um tom desafiador quando me chamou de "Mô". Ela raramente me chamava de "Mô". Essa abreviação de amor – que ela tinha inventado há pouco tempo-, era comumente usada por ela quando estava me provocando. Eu sorri.
- É, Hector... duvido se consegue. – Sofia entrou na brincadeira também.
Era bom ver que Sofia estava mais à vontade perto de nós dois... pelo visto, a nossa conversa na floresta tinha servido para aliviar um pouco da tensão. Era muito complicado lidar com profecias ruins, mas nós estávamos indo bem com a nossa. Decidimos deixar que as coisas fluíssem, evitando, é claro, a sua primeira suspeita que seria algum tipo de atração inevitável entre nós dois... nosso beijo acidental fortalecia essa tese. Enfim, seguiríamos com a vida evitando nos apaixonar um pelo outro, tudo pelo bem-estar de Luna.
As duas estavam lindas... Luna estava usando jeans, uma blusa de alcinhas verde e seus cabelos pretos estavam presos em rabo de cavalo... eu adorava isso em Luna, mesmo vestida de forma simples ela ficava incrivelmente linda. Ela normalmente se vestia assim... de forma simples, mais natural, mais leve. Acredito que por influência de sua criação com uma hippie. Em contraste, Sofia era uma típica princesa, quando não estava trajada para o combate se vestia de forma um pouco mais sofisticada. Agora ela usava um vestido branco estilo grego, com apenas um ombro coberto -o que a deixava com um ar mais imponente-, ela usava uma flor presa nos seus cabelos loiros, ficava fácil nem notar a sua luva de arqueiro de couro preto, que se estendia até o cotovelo direito. Se admirada de longe você até poderia considera-la inofensiva, mas cometeria um enorme engano... ela é realmente muito habilidosa.
As duas são muito parecidas, mas expressam uma beleza diferente... e lá estavam as duas lançando os olhares verdões e desafiadores para mim.
- Deve ser bem fácil... – eu sorri enquanto preparava uma flecha. Tencionei a corda do arco mirando a frente esperando uma folha se soltar... Luna saiu rápido de trás de mim, talvez com medo que eu desafiasse as leis naturais também. Então eu brinquei: - Podem ficar aí atrás mesmo... eu não sou tão habilidoso igual uma certa pessoinha... uma gatinha... de cabelos pretos... cujo nome começa com "Lu" e termina com "na". – Luna me deu língua, as duas começaram a sorrir.
Então foquei à frente e me concentrei... "Isso não deve ser tão difícil. ", eu disse em minha mente. Mas dessa vez eu estava enganado... uma coisa era acertar um alvo à 10 metros de distância, agora, acertar uma folha de uma árvore enquanto ela caía, era impossível! Errei todas as tentativas.
- Droga...- eu bufei. Sofia e Luna sorriam da minha frustração. – É impossível! – Eu completei. Sofia deu umas batidinhas consoladoras no meu ombro.
- Muitos anos de treino Hector... eu tenho um pouco mais experiência que vocês. – Ela sorriu debochadamente.
- Eu te desafio então! – Eu disse, Sofia me olhou nos olhos interessada. – Ou melhor, eu desafio as duas! – Luna arqueou a sobrancelha esquerda. Eu saquei a espada e apontei na direção delas. – Quem vai ser a primeira? –
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Chama Negra - A origem do símbolo do infinito
Adventure"A antiga guerra contra os deuses, deixou para trás maus legados..." Hector, tem 15 anos e vivia uma vida normal... o mais normal possível que se consegue ter, sem uma mãe. Isso, até ele descobrir depois de uma visita inesperada a noite, que os mito...