Capítulo 5- LUKIA ME DÁ "BOAS VINDAS"...

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- O que?! O Carbúnculo poderia nos cegar de verdade?!- Perguntei aterrorizado...

Logo depois que o Carbúnculo se foi, Luna me contou o tanto que foi idiota e perigoso ter falado daquela forma com o Carbúnculo. Ela disse que em tempos remotos, os Carbúnculos enriqueciam os seres humanos puros que os encontravam... eles viam o interior das pessoas, mas aqueles que eram gananciosos, amantes de si mesmo eram cegos por eles. Por isso os Carbúnculos foram caçados e dizimados, os homens foram cruéis.

O que guardava a passagem, era um dos poucos que ainda restavam... agora entendia como ele tinha lido a minha mente, ele estava olhando o meu interior.

- O que você fez foi uma loucura! Eles guardam um rancor imenso contra os humanos. E apesar de não sermos humanos, nós nos assemelhamos muito com eles, ele poderia muito bem ter nos cegado só pelo fato de parecermos com os humanos- ela advertiu, mas não parecia zangada. Olhou para a esmeralda em sua mão... sorriu- mas, que bom que você conseguiu...-

Luna me entrego a esmeralda, era muito linda mesmo... os vários tons de verde brilhando sob a luz do luar, aquela pedra parecia que havia sido lapidada.

- Como é que vamos usar essa pedra mesmo? Vamos pagar nossa passagem com ela? - Brinquei... Luna sorriu.

- Não Hector, ela é a passagem. -

Olhei cético para Luna, respirei fundo. "Tenho que me acostumar com isso, e rápido! ", lembrei-me. Olhei novamente para a pedra na minha mão. Yaacov dissera que a passagem era na pedra, mas não podia ser numa pedra maior, com uma porta, só para variar?! Não fazia mal algum, ser um pouco normal de vez em quando!

Entreguei a esmeralda a Luna.

- Não vou nem perguntar como... apenas me mostre! -

Luna deu uma risadinha nervosa, como se estivesse com medo e disse:

- Essa parte é difícil para a maioria... eu só fiz isso uma vez, e na vez em que eu fiz, eu fiquei um pouco enjoada... –

"Anotação mental: Luna já foi uma vez em Lukia. Porque eu nunca fui? Perguntar depois..."

– Mas quando se pisa em Lukia- Luna continuou, - a sensação é tão boa que você até se esquece da viagem. – Ela tinha um ar sonhador quando disse isto... – você verá quando chegarmos lá! -

Ela segurou minha mão, com a mesma mão que estava segurando a pedra. Antes dessa noite - quando ela nos visitava antigamente - seria normal Luna pegar a minha mão, seria como um amigo. Mas, desde que ela chegara - ainda lá em casa-, meus sentimentos por ela haviam mudado. Quando ela segurou a minha mão, meu coração bateu mais rápido, eu provavelmente estava ficando vermelho. Mas como estava escuro, acredito que ela não tenha percebido – pelo menos eu torcia para que não! -.

- Coloque a outra mão sobre a minha, Hector... – obedeci. Sentia como se houvessem borboletas em meu estômago. Ela colocou a outra mão sobre o "emaranhado" de mãos, agora tínhamos todas as nossas mãos sobre a pedra. – Hector, agora eu quero que você se concentre apenas em ir para Lukia, pense em algo que você queira lá, deseje Lukia... – eu fechei os olhos. Comecei a repetir em minha mente: "eu quero ir pra Lukia, eu quero ir para Lukia...". Estava parecendo-se com um daqueles truques de mágica, em que o mágico manda escolher uma carta, depois a coloca de volta no baralho e pede para pensarmos nela... e em seguida a tira detrás de nossa orelha.

Pensei na minha mãe, tentei imagina-la... como seria ela? Tentava visualizar seu rosto, quem sabe, poderia estar guardado em algum lugar da minha mente? Havia assistido uma vez em um programa de TV, que algumas imagens ficavam guardadas no nosso subconsciente. Tentei imaginar a nossa casa, como ela seria? Se tínhamos um animal de estimação - um dragão talvez, levando em conta a "normalidade" dos acontecimentos-. Fiquei pensando se tínhamos parentes também, e... espera aí... se Yaacov não era meu pai, eu tinha um pai de verdade... realmente! Quem era meu pai? Como ele era? ...

Chama Negra - A origem do símbolo do infinito Onde histórias criam vida. Descubra agora