Capítulo 4- NÓS CONHECEMOS UM FELINO FALANTE.

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- Sim... - Luna confirmou triste, aquilo parecia doer de verdade nela... tenho que admitir que doeu em mim também. Imagine se você descobrisse, de repente, que sua vida inteira foi uma mentira, usada para encobrir um exílio... descobrir que você não se encacha em lugar algum, nem mesmo em outro mundo, em outra fatia de pão?

- E onde o que aconteceu hoje entra nessa história? O entregador, a cobra? Eles querem nos matar? - Eu questionei.

- Bom... até então só ouvíamos rumores, de que Apoliom havia escapado, mas eram apenas rumores. Porem há uns três meses, ele foi até Max, o senhor da Luz, propondo aliança... "o exército dos Elementares não serão páreos, para o poder que eu hei de erguer... junte-se a mim ou pereça! " Apoliom tentou persuadi-lo... Max recusou. E Apoliom se foi. Mas havia algo diferente em nele... ele estava muito seguro de sua vitória. Max então convocou uma reunião entre os Senhores dos Elementos. O medo tomou conta novamente. Uma nova guerra era eminente. E quando os planos de guerra do adversário ainda não são claros, o que fazer? - Eu a encarei por alguns segundos. Pensei que aquela fosse mais uma pergunta retórica... ela continuou me encarando. Ela queria que eu participasse da história, como não fazia ideia dei os ombros... ela continuou:

- Quando não se tem ideia dos planos dos adversários, em uma guerra... o melhor a se fazer é ficar alerta... reunir forças e cobrir o máximo as falhas. No caso dos elementares, o que pode ser sua maior arma é também sua maior fraqueza... Os Senhores decidiram que era muito melhor usarem os Mistos. Ainda que houvessem riscos, era melhor ter os mistos por perto e tendo treinamento adequado para batalha, em outras palavras, mantê-los, por enquanto, longe de Apoliom... - Luna levantou-se, limpou os pedaços de grama de sua calça jeans, - agora... onde o que aconteceu hoje entra na história? Sabe o entregador de pizzas? - Fiz que sim com a cabeça... o Basilisco quase me fizera esquecer dele, um arrepio percorre minha espinha...- o entregador de pizzas era... apesar de eu o ter visto apenas em livros... ele era Apoliom.-

- O rei dos Magos... o que ele quer comigo? -

- Bem que eu gostaria de saber te responder com certeza, mas o que eu sei é que ele não nos quer mortos... o Basilisco estava nos procurando, sob ordens de Apoliom.-

Eu me lembrei da sua voz em minha mente... "Onde estão os pequenos? O mestre deseja os pequenos. Diga-me...onde estão? "

- Então... esse tal Apoliom quer nos usar na guerra? - Questionei.

- Sim... ou melhor, é o que os Senhores Elementares suspeitam. Por isso temos que nos juntar em Lukia rápido. Os tronos dos Senhores Elementares estão em perigo, nosso dever é protegê-los... provar que nós não somos perigo aos elementares, mas sim essenciais - o olhar de Luna brilhou. – Mas primeiro temos que chegar em Lukia. Hector, me empresta aquele colar que eu te dei no taxi. – Coloquei a mão sobre o peito e senti o pingente frio sob a camisa. Luna me dissera que ele me mostraria o caminho. Só não entendia como.

Entreguei o colar a Luna. Ela fechou as duas mãos sobre o colar, e começou a entoar um cântico numa língua muito estranha. Achei muito esquisito, parecia-me um cântico muito antigo. Mas apenas continuei observando.

Ela terminou o cântico abriu a mão, o pingente tinha agora um brilho verde fraco no seu filamento...

- O que é isso?!- Perguntei perplexo...

- Isso é uma bússola, Hector. Uma bússola especial, que nos mostra onde está localizada a passagem na pedra. Porque essa passagem é meio que... inquieta. Mas para nossa sorte, essa floresta parece agrada-la- "que conversa de louco...", pensei... uma "bussola pisca-pisca" que aponta para uma passagem que vaga pela floresta... eu tenho que me acostumar com isso, rápido!

Chama Negra - A origem do símbolo do infinito Onde histórias criam vida. Descubra agora