Depois de incontáveis tentativas, desistimos de tentar ligar para o meu pai... ele havia saído para um encontro, e, muito provavelmente havia desligado seu celular.
- Apenas nessas horas eu gostaria que meu pai fosse mais responsável. -
Luna ainda tinha um tom de preocupação em seu olhar... e eu, apesar de ter "saído" do pânico total, ainda sentia calafrios só de pensar na risada daquele homem.
- Droga Yaacov... onde você se meteu? - Ela disse colocando as mãos sobre o rosto.
Então, um lampejo clareia minha mente. É claro! Como não havia me lembrado disso antes?!
- Já sei! - Exclamei.
Lembrei-me de quando meu pai me deu um de seus famosos conselhos amorosos. "Não tem gatinha nesse mundo que resista Hector... eu sempre faço, e sempre dá certo! De noite quando tudo estiver calmo, leve-a no alto da Torre de sinal, a da entrada para Floresta, mostre a cidade, as estrelas... é tiro e queda! "
Luna após ouvir minha ideia, apesar de não concordar com meu pai, concluiu que o melhor a se fazer era ir atrás dele, então chamamos um taxi.
Após alguns minutos de espera, o taxi chegou...
Eu havia pegado o canivete suíço que meu pai me dera de aniversário, daqueles com colher, tesoura, saca-rolha e uma infinidade de outros utensílios. Vai que algum outro "entregador de pizza maligno" resolva aparecer, talvez ele tema o meu "aterrorizante" e funcional, canivete suíço! Já Luna estava munida de sua inseparável bolsa bege e sob alerta máximo. O mínimo barulho a alertava... definitivamente, ela não estava no seu normal.
-Para a Portaria, por favor! - Pedi.
Portaria era como nós chamávamos a barreira de fiscalização na entrada da Floresta Nacional. Era lá que ficava a torre de sinal, e era lá que provavelmente acharíamos meu pai.
Durante o caminho, pude perceber que o taxista hora ou outra nos olhava pelo espelho do carro, curioso... de certa forma, não o culpo. Afinal, não é normal dois adolescentes saírem sozinhos, assustados, à noite, ainda mais para um lugar tão deserto.
- Hector, eu quero te pedir uma coisa... – Luna disse finalmente. Quebrando o agoniante silêncio que pairava entre nós até então.
- O que? - Eu estava realmente curioso, até agora tudo que eu sabia era que nós estávamos correndo perigo depois da visita de um entregador de pizzas do mal.
Luna parecia estar calculando as palavras que iria me dizer, ela me olhou nos olhos, depois olhou para fora... mordeu os lábios...
- Sabe aquele homem? Hum... ehh...- ela parecia estar procurando as palavras certas - ele é... não... na verdade, ele representa algo muito ruim, aquilo que aconteceu... bem... não sei porque, mas foi um aviso... nós não temos muito tempo... ehh... droga! Eu não posso te contar mais do que isso por hora... você deve se preparar, estar a salvo. Se alguma coisa acontecer com Yaacov, ou comigo... isso te mostrara um lugar seguro. -
Ela pegou algo na bolsa... era um colar, seu pingente era um pequeno cilindro, com um filamento no meio, parecia-se com uma lampadazinha, como aquelas que se usam nos pisca-piscas no natal. Ela colocou no meu pescoço, me deu um abraço - se algo nos acontecer... fuja, não olhe para trás, apenas fuja o mais rápido que puder! -
Eu estava muito mais confuso agora. O que estava acontecendo?! Antes que eu pudesse dizer ou perguntar alguma coisa... o motorista anuncia: "chegamos! ".
VOCÊ ESTÁ LENDO
Chama Negra - A origem do símbolo do infinito
Adventure"A antiga guerra contra os deuses, deixou para trás maus legados..." Hector, tem 15 anos e vivia uma vida normal... o mais normal possível que se consegue ter, sem uma mãe. Isso, até ele descobrir depois de uma visita inesperada a noite, que os mito...