Capítulo 26

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Natasha Bastos

Segunda-feira.
O dia no trabalho foi super calmo, e cheio de clientes, mas prefiro assim porque o dia passa mais rápido. João não teve a capacidade de vir falar comigo nem na hora do almoço.
Já estava arrumando minhas coisas para a faculdade quando ele parou bem na minha frente em silêncio.

   — Podemos conversar? Depois te deixo na faculdade, se veio de ônibus.

   — Claro. -coloco minha bolsa encima do balcão- sobre o que quer falar?

  — Sobre nós. -Ele passa a mão pelo cabelo, diria que estava meio nervoso se não o conhecesse tão bem-

  — Entendi, sou toda ouvidos.

   — Você acha que a gente vai dar certo? Digo, eu sou meio controlador um pouco, mas não porque eu quero, no meu outro relacionamento ela era meio infiel, então sinto que se eu não controlar a situação, vou me machucar de novo, entende?

   — Oh. -suspiro- entendo, mas você já está indo na terapia?

   — Comecei semana passada. -ele sorri aberto- estou disposto a mudar, pra ficar com você, se você quiser.

   — Claro que eu quero. -dou um beijo rápido em seus lábios- mas se voltar a ser aquele escroto, vou terminar tudo isso.

— Não farei aquilo de novo. -ele me abraça forte- agora vem, que vou te levar na faculdade.

O caminho do escritório até a faculdade era no máximo dez minutos, extremamente perto.
Ele me deixa na porta da faculdade, o agradeço com um beijo nos lábios e um no rosto.

— Boa aula, se quiser que eu te busque, me manda uma mensagem.

— Pode deixar que eu mando. -respondo com um sorriso- vai ter plantão hoje?

— Acredito que não.

— Certo. -pego minha mochila- qualquer coisa te mando uma mensagem.

Saio do carro dele e caminho até a entrada, as aulas hoje eram entediantes, até porque com o final de semana agitadíssimo meu cérebro tinha entendido que estávamos de férias.

— Boa noite, professor. -cumprimento Murilo e me sento no lugar de sempre-

— Como está você depois que desistiu de ensinar meu grande aluno?

— Muito que bem. -falo séria e ele começa a rir-

— Sorte sua que ele conseguiu recuperar a nota com as poucas aulas que você deu a ele, espetacular.

— Não contrataram outra pra por no meu lugar? -pergunto-

— Não, ele já pediu a prova, estava ciente que conseguiria passar só com o que você ensinou a ele, e não é que conseguiu, menina?

— Nossa. -suspiro surpresa, ou ele sabia tudo desde o início e armou isso pra ter mais tempo comigo ou eu realmente sou uma boa professora, prefiro ficar com o segundo pensamento-

— Boa noite, Murilinho. -Luccas aparece na sala todo amarelado-

— Quem é vivo, sempre aparece. -me levanto para o abraçar-

𝐎 𝐬𝐢𝐧𝐜𝐫𝐨𝐧𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐝𝐨 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐨𝐥𝐡𝐚𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora