Capítulo 32

19 4 4
                                    

Natasha Bastos

Ao final do trabalho ele também não tinha me mandado um retorno, não posso fazer muita coisa, minha parte eu fiz que era me explicar.
Organizo todo o escritório, João já tinha saído mais cedo afirmando que precisava passar no psiquiatra, fico feliz por ele.
Peço um uber para a faculdade, eu sei que é sexta feira e que jovens normais estão transando nesse exato momento, mas eu não queria ir para a festa e ouvir o Gustavo falar o quão ruim e péssima eu sou.
Permaneço na aula de algoritmos quase morrendo de tédio, mas firme e forte.

📲 WhatsApp 📲
Valentina Bertoni: amiga quando vim trás vodka!!! acho que aqui vai acabar :) obrigada
📲 WhatsApp 📲

Ignoro a mensagem dela, aliás eu não iria mesmo e se falasse isso, iriam me buscar com uma motosserra.
Finalmente temos um intervalinho, visto que tem eu e mais três alunos na aula.
Sigo até a cantina e como um salgado de calabresa com suco natural.
Hoje eu poderia ver um filme ou realmente estudar? Não sei se é certo eu me matar de estudar assim.
Narrador: ela nunca parou uma sexta feira em casa, sempre estava em festas fantasiando estudos.
Volto para a sala e presto atenção, aliás diagramas às vezes me confundiam, e era uma das matérias importantes de algoritmos.

(...)

Um amigo da faculdade me deixa em casa me fazendo economizar uns trezentos reais de uber gastos só hoje.
Ao chegar em casa, tomo um banho para lavar meu cabelo, coloco um pijama de cetim preto, com rendas nas beiradas do mesmo, eu o amava, extremamente confortável.
Coloco algumas músicas do The Fray no celular enquanto faço uma torta de frango para jantar, com a receita que eu tinha era fácil fazer.
Às vezes paro e penso, por que as coisas na minha vida não podem viver em equilíbrio? Se estou bem com minha sorte, estou cagada na minha vida amorosa, e se estou cagada na sorte, tenho sorte na vida amorosa, que desconfortável.
Me sento no banco do balcão da cozinha e termino às atividades de algoritmos. Acabo revisando algumas matérias que tinham ficado uma dúvida na minha cabeça.
Levanto ao ouvir a campainha tocar, provavelmente era o vizinho vindo buscar açúcar na tentativa de flertar.

— Oi, Thiago. -respondo ao abrir a porta e vê-lo com um pote de vidro vazio em mãos-

— Boa noite, vizinha. -ele sorri dando visão ao seu aparelho colorido- teria um pouco de sal pra emprestar?

— Meu sal acabou. -minto. Eu não sou obrigada a dividir minhas coisas com um marmanjo flertador desses- mas a dona Maria do oitenta e um deve ter.

— Verdade. -ele abandona o sorriso e também abandona minha porta, ainda bem-

— Nada disso, Natasha! -Valentina grita ao sair do elevador, nem deu tempo de eu fechar a porta e me fazer de morta-

— Oi, amiii. -respondo e dou espaço para que ela entrasse-

— Por que caralhos você está vestida assim? -Ela passa a mão pelo tecido do meu pijama- se troca, vamos sair.

— Vamos nada. -caminho até a cozinha e retiro minha torta pronta do forno- hoje é rolê em casa.

— O que aconteceu entre você e o Gustavo? -ela pergunta e se senta no banco do balcão-

— Por que? -olho pra ela enquanto retiro a luva térmica da mão- o que ele te disse?

— Disse que está com saudades, mas você não responde o celular, ele acha que fez alguma coisa. -Ela me encara com um olhar investigativo, como se tivesse esperando algo-

𝐎 𝐬𝐢𝐧𝐜𝐫𝐨𝐧𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐝𝐨 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐨𝐥𝐡𝐚𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora