Capítulo 33

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Natasha Bastos

Pouso minhas mãos sobre as bochechas de Renan e o puxo pra mim, o beijando em seguida.
Sinto o abraçar minha cintura e explorar minha boca com sua língua. As vozes trocavam ao nosso redor, mas eu não estava muito aí com isso, talvez porque estivesse muito bêbada para isso.

   — Vamos jogar, parem de beijar! -Joaquim grita e coloca a mão no meio- vamos pra sala.

   — Quer jogar? -Renan pergunta piscando devagar-

   — Vamos. -sorrio e ele me puxa para o local-

Nos sentamos no mesmo lugar e ele entrelaça nossos dedos.

   — Você mora aqui mesmo? -Renan força uma pergunta, ele já estava um pouco ruim demais da conta-

   — Moro no fim da rua. -respondo rindo- eu não deveria te contar isso, vai que você me rouba.

  — Olha... -ele da leves batidas na minha perna- não seria má ideia, com a situação atual brasileira, uma grana extra cairia bem.

   — Ah. -concordo com a cabeça- o dia que você for, me avisa que aí te ajudo a procurar.

   — Mas ai não será um roubo. -Ele divaga as palavras com calma-

  — Foda se você então. -comento rindo e o beijo rápido-

   — Isso, foda se eu. -ele me beija de volta e se volta pro jogo-

O jogo já estava sem graça, e eu queria ir embora, estava gostoso e etc com o Renan, mas nada como minha cama.
Solto a mão do mesmo e me encosto no sofá, Gustavo me encarava com um olhar fuzilante, enquanto bebia uma cerveja. Merida, permanecia sentada em seu colo enquanto jogava.
Começo a imaginar o que poderia realmente ter acontecido, ele teria conseguido o que quis e então de nada mais eu o interessava?
Automaticamente estou na faculdade novamente conversando com o professor Murilo sobre a monitoria, "mas eu já desisti dessa monitoria", eu repetia sem parar para o professor que não aceitava.
Acordo com um pulo, toda a sala estava apagada, com apenas a luz de um celular clareando o rosto do último acordado.
Estava tudo girando e a música ainda tocava que uma beleza.
Me levanto escorando no sofá, precisava sair e ir para a casa, vou usando dos móveis até estar fora daquela república abafada.

   — Onde você está indo, Natasha? -ouço alguém me chamar porém ignoro, precisava ir pra casa-

Digamos que vodka e mais alguns destilados não foram bons para o meu cérebro, estava tudo girando e lento.

   — Natasha, porra! -ouço outro chamado antes de tropicar na moita de flor da república e cair no gramado molhado-

   — Hãn? -pergunto ao sentir meu corpo sendo pegado no colo, minha cabeça não estava conseguindo se manter instável, então deixo ela derrubada mesmo antes de pegar no sono de novo-

   — Natasha! -acordo com um grito silencioso, estava sentada no box do banheiro com a cabeça apoiada nas mãos da pessoa, não conseguia me manter acordada-  vou te levar pro hospital.

Sinto meu corpo sendo puxado pra cima novamente e me forço a reagir, hospital seria humilhante.
Ir pro hospital tomar glicose, era a coisa mais "apaga carreira" que existia em Curitiba.

𝐎 𝐬𝐢𝐧𝐜𝐫𝐨𝐧𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐝𝐨 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐨𝐥𝐡𝐚𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora