Capítulo 1

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Natasha Bastos

Posso dizer que o sentimento mais predominante no meu coração, e em meu estômago era o nervosismo. 
Início de semestre numa cidade nova, conhecendo só as duas malucas das minhas melhores amigas, itens importantes para completar meu mini surto interno.
Ando pelo grande espaço que era a minha faculdade, e fico feliz ao encontrar a sala da minha primeira aula sem muito esforço.
Entro no lugar de ensino, e procuro um lugar pra me sentar.

   — Você é nova aqui? -Um rapaz simpático se senta ao meu lado e ajeita sua bolsa na cadeira-

  — Oi, sim. -sorrio simpática e lhe estendo a mão para o cumprimentar. Não consigo deixar de observar suas unhas postiças pintadas de várias cores do arco-íris, acompanhado de um uso excessivo e incrível de maquiagem-

  — Ah que modéstia. -Ele solta uma risada e me puxa pra um abraço apertado- sou o Luccas.

  — Sou a Natasha. -não perco o sorriso durante toda a conversa com o garoto chamado Luccas-

O professor de cálculos não demora a chegar na sala, já depositando todo o conteúdo nos slides e nas nossas apostilas.

    — Podem abrir o e-mail de vocês, vamos começar um novo assunto que já mandei pra todos vocês. -O professor se senta em sua cadeira e abre seu notebook-

  — Meu E-mail? -Pergunto ao Luccas que já estava todo equipado com seus materiais coloridos-

  — Isso, eles mandam tudo por lá. Pode abrir pra conferir.

Abro meu e-mail e realmente já está tudo que preciso no aplicativo.

  — Atrasado de novo, Pontes? -Levo minha atenção ao professor que está com seus braços cruzados e olhos semicerrados para o garoto com roupa de futebol-

   — Sabe como é a vida, né professor? -O garoto atrasado se senta nas cadeiras de trás e posso ouvir um buchicho das garotas bem atrás de mim-

    — Quem é esse? -Pergunto ao meu mais novo amigo-

  — Gustavo Pontes? -Ele deposita seus cotovelos na mesa e repousa seu rosto em mãos fazendo uma cara de apaixonado- como posso começar a explicar Gustavo Pontes?

   — Pelo jeito ele abala suas estruturas. -Comento e rimos em seguida-

  — Se fosse só as minhas estava ótimo. Ele é o amor gato, da as melhores festas, você vai conhecer ele logo mais.

   — Não, não quero que me apresente a ele. -Nego com a cabeça e trato de abrir os pdfs pra iniciar minhas atividades-

   — E você espera ir nas melhores festas como? De penetra? -Ele balança a cabeça e volta a digitar em seu computador-

   — Não vim pra Curitiba atrás de festa, mas sim atrás de conhecimentos e trabalho. -reviro os olhos só ao pensar o quão mesquinha e ingênuo seria esse tal de Gustavo Pontes-

O restante da aula não troco muita conversa com o Luccas, porque era bastante exercícios a serem feitos, mesmo sendo o primeiro dia de faculdade.
Confesso que grande parte das minhas expectativas foram vencidas, o lugar é como eu esperava, e pelo menos o professor de cálculos também.
A hora passa voando quando estamos totalmente concentrados e ocupados.
O professor começa a guardar seus materiais para se retirar da sala, e avisa que semana que vem iríamos iniciar um assunto ótimo e do nosso interesse.

  — Bicha má, você poderia me emprestar seu celular? -Luccas me chama a atenção me fazendo virar pra ele-

   — Claro. -Não pude evitar de cair na risada, e em seguida lhe entrego meu celular-

   — Até a próxima aula. -O professor de gramática se despede e deixa a sala- e fiquem atentos aos seus e-mails.

    — Pra que você precisa de celular? -Pergunto a ele enquanto guardo meus materiais-

   — Preciso de um uber. -Ele digita sem parar e logo me entrega o aparelho-

   — Uber? Mas você não tem aula agora? -Arqueio minha sobrancelha e me levanto da cadeira-

   — Não amiga, só peguei DP nessa porra de cálculos e preciso fazer agora ou nunca. -Ele revira os olhos e taca sua mochila nas costas- nos vemos em breve. -Se despede com um beijo no ar-

Balanço a cabeça e saio da sala em busca do refeitório, precisava comer alguma coisa.

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Valentina Bertoni: amiga estou aqui no fim do refeitório, vem pra cá.
Natasha Bastos: a Elisa tá contigo?
Valentina Bertoni: ela não vai vir hoje, vai chegar de viagem amanhã cedo.
Natasha Bastos: hmmmm ok, estou indo.
📱 Whatsapp 📱

Eu e minhas outras duas e únicas amigas, sempre sonhamos em nos mudar para outra cidade e tentar viver uma vida sem os comandos do pai da Elisa e a fúria da mãe da Valentina, e espero que dê certo.
Por outro lado eu sentia muita falta da minha avó Ana, que sempre cuidou de mim e se manteve perto enquanto meus pais viajavam pelo mundo atrás de sei lá o que.
Finalmente acho o mapa da faculdade e tento me localizar.

   — Garoto? -grito pro garoto que se esbarra em mim derrubando todos meus pertences no chão-

Eu não era muito escandalosa, mas o belo susto que eu levei podia compensar isso.

   — Relaxa. -Ele alcança tudo e me devolve- muito estressada pra início de semestre.

   — Não é da sua conta. -Reviro os olhos, coloco os materiais contra meu peito e volto a minha busca pela cantina no mapa-

   — Tá procurando o que? -Ele se encosta na parede ao meu lado-

  — O que você quer? -Olho pra ele que se afasta e levanta suas mãos em sinal de desculpa-

  — Só quis ajudar... -Ele se vira de costas e volta ao seu percurso pelo corredor-

Não. Não. Não.

    — Ei. -o grito- você poderia dar uma ajuda básica? -Sorrio sem graça e ele se enche de glória-

  — O que a princesinha irritada precisa? -Ele se coloca atrás de mim e repousa seus braços ao lado da minha cabeça, posso sentir o cheiro forte e ao mesmo tempo maravilhoso do seu perfume, não sei identificar qual é, mas era o cheiro perfeito-

   — Ah... eu queria saber aonde fica a cantina, eu sei que está aqui. -Aponto pro lugar no mapa- mas não sei me localizar.

Ele cumprimenta um grupo de meninas risonhas que passaram bem atrás da gente e finalmente me dá a resposta.

   — É só ir reto por aqui mesmo. -Ele aponta o corredor- e virar pra esquerda. Assim que virar vai ter placas pra te direcionar, não tem erro.  -Ele se afasta-

Me viro de frente pra ele e me afasto um pouco.

   — Obrigada. -Não espero pela reposta dele e saio em busca da grande cantina-

Até chegar lá, meu horário vago vai ter acabado e com certeza irei me atrasar pra próxima aula que era Matemática.

    — Pensei que não viria nunca. -Valentina se levanta da cadeira e me abraça-

   — Já se acostumou com o novo lar? -Me refiro a república que ela e a Elisa vão morar nesse período de faculdade-

   — A pergunta é como não se acostumar. -Ela comenta e caímos na risada-

Sento na sua frente e penso no que vou comprar para comer.
Elisa era incrivelmente baladeira e alegre com festinhas, já eu e a Valentina sempre fomos mais na nossa, porém no fundo gostamos de uma bagunçinha, por isso quando decidimos nos mudar pra cá, elas escolheram a república e eu escolhi cuidar do velho apê da minha avó que ela tinha na cidade, que por sorte não era muito longe da república.

(...)

Final da aula de matemática tiro algumas dúvidas com a professora que ficaram martelando a aula toda, e vou até o estacionamento pra ir embora.

☀️☀️☀️

𝐎 𝐬𝐢𝐧𝐜𝐫𝐨𝐧𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐝𝐨 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐨𝐥𝐡𝐚𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora