capítulo 34

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Natasha Bastos

Acordo com o barulho da campainha tocando incansavelmente, ignoro até voltar a tocar novamente. Me levanto e calço meus chinelos, caminho até a porta.

— João? -pasmo ao abrir a porta e o encontrar ali parado. Limpo meu rosto inchado com as mãos-

— Te acordei? -ele carregava um sorriso escandaloso no rosto e sacolas em mãos-

— Sim. -forço um sorriso e libero o caminho pra ele- entra aí.

— Obrigado. -ele entra e para bem atrás de mim-

— O que faz aqui tão cedo? -bocejo e caminho para a cozinha, João me segue pelo percurso-

— São três e meia da tarde, Natasha. -ele comenta de cara assustada e eu não consigo evitar em cair na risada-

— Acredito que eu tenha que mudar meus hábitos mesmo. -o encaro sem expressões, na verdade minha expressão tava mais pro "mas que diachos você faz aqui?"-

— Só vim deixar algumas coisas que lembrei de você no mercado. -ele balança a cabeça e deposita as sacolas encima do balcão- tem algum problema? Não, né? -pergunta e o mesmo responde, retirando um tanto de vinho e alguns macarrões das sacolas, eu tinha cara de mendiga?-

— Oh. -me aproximo dele com as sacolas- não precisava disso tudo, João.

— Sei que não. -sorri e continua enchendo meu balcão de comida- mas eu só quero te ajudar...

— Hum. -dou de ombros, bom que economizo bastante esse mês-

— Natasha... -ele se aproxima de mim e alcança minhas mãos- você sabe o que eu sinto por você, não?

— A... -a campainha toca novamente e eu agradeço umas quinhentas vezes ao universo por isso- volto logo mais, fica a vontade. -me desvinculo do mesmo e caminho até a porta-

— Amiga! -Valentina me abraça- que saudade de você...

— Amiga... -faço uma cara de socorro e ela entende o recado-

— Já vou entrando, quem estiver aí que saia. -Valentina adentra meu apartamento gritando-

— Oi Valentina. -consigo ver o sorriso esbravejado de João, ele esperava o que?-

— Garoto! Que sumido... -ela o cumprimenta com um tapa nas costas-

— Sumido nada. -ele balança a cabeça- bom... nos vemos segunda, Natasha?

— Claro. -afirmo com a cabeça- e obrigada por tudo isso.

— Não precisa agradecer. -ele se despede da Valentina e prossegue até a porta, o sigo-

— Obrigada mesmo por isso tudo, sei que não ficou barato... -sorrio e seguro a porta-

— Você sabe que nada disso se compara ao que eu sinto por você, não é? -Ele se aproxima e segura em minhas bochechas- não estou cobrando nada, e nem querendo nada de você. Só que saiba que estou aqui, quando precisar e até quando não precisar também. -ele comenta e começa a rir- enfim...

— Obrigada por isso, tudo bem? -seguro suas mãos e dou um beijo rápido nas mesmas- também estou aqui por você, se precisar...

— Qualquer coisa me liga. -recebo um beijo na bochecha de despedida e ele abandona o andar-

Ele é tão amorzinho... volto para dentro do apartamento e tranco a porta logo atrás de mim.

— Vamos no Santa Marta? -Valentina pergunta já devorando as uvas tragas por João-

𝐎 𝐬𝐢𝐧𝐜𝐫𝐨𝐧𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐝𝐨 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐨𝐥𝐡𝐚𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora